
Uma amiga me enviou um texto super interessante sobre sua opinião a respeito de bondage.
Praticante, convicta e defensora do fetiche, ela mostra uma visão sincera e achei legal postar aqui para que todos possam acompanhar o que os leitores do blog pensam sobre nosso assunto.
Faço dessa idéia uma razão para que novos amigos e amigas sintam-se em casa para expor aqui seus pensamentos e opiniões.
Valeu Sandra!
Há na verdade tanto disse me disse, a respeito de tanta coisa...
É sobre política, fala-se, mas deixa pra lá...
É futebol, fala-se, mas melhor parar pois o time é outro...
É filme, fala-se, mas eu gosto mesmo é de ação...
Pode parar!
Pra tudo tem um, mas,... isso quer dizer que ninguém é obrigado a ter a mesma opinião do outro sobre os assuntos corriqueiros, o que se dirá então de assuntos que não são do dia a dia das pessoas...
No entanto, concordar discordar é saudável e democrático. O problema é que a sociedade com um todo está “amarrada” em conceitos e Preconceitos que na maioria das vezes faz com que fique muito mais fácil julgar e atirar pedras, do que ter que admitir que mesmo não querendo ou sendo aparentemente contra, vive com as amarras da sociedade.
Estamos falando de amarras que são invisíveis, mas são psicológicas das quais poucos as admitem e muito menos se fazem sair delas, no entanto.
A exposição da arte da Bondage vem de encontro a essa força das amarras psicológicas.
Mostrando a beleza da expressão estar amarrada, por desejo e não por imposição e com isso faz doer as amarras sociais.
Dos em quem se vêem assim na imposição e não mudam, ma se fazem hipócritas ao ponto de criticarem.
A verdade é que cada nó que é visualizado faz com que se sintam amarradas, presas e anuladas, enquanto quem vive a pratica da Bondage sabe que a cada nó se está menos amarrado aos preconceitos e livre das opressões societárias e de suas próprias, anulando-se diante da sociedade.
Ao se permitir, seja na posição que for, vivencia-se a magia da Bondage na busca do prazer, realização e principalmente a conquista de si mesmo.
As amarras hipócritas da sociedade vêem de forma impositiva, sem que se possa ser discutida.
Claro que podemos, no entanto saber que os que se submetem a essa exposição impositiva nunca conseguiram enxergar suas vidas alem da ponta de seu nariz.
No entanto ao abrir os olhos para a conquista de si mesmo é possível ver que não há nó ou amarras capazes de deterem a alma.
São de alma livre, liberta e conquistada, e se entrega a arte de ser amarada amordaçada, no figurativo forçada, pois na verdade sabem que por desejo, por prazer após a sessão estarão ainda mais livres e de alma lavada porque não haverá em si a hipocrisia.
“Toda relação, seja ela qual for, traz em si só, as amarras e mordaças, basta, no entanto sabermos e desejarmos que isso seja por prazer e conquista e não permitir a imposição, a força. É, e sempre deverá ser consensual.”
Dentro disso que me amarrem que me amordacem... Pois delas tirarei a felicidade de ser inteiramente livre da hipocrisia que faz da sociedade ser o que não é e falar o que nunca pensou.
Quantos verdadeiramente sabem quem são e o quanto estão sendo raptados de si mesmos...
O consentimento em ser amarrada e amordaçada vem da confiança e da certeza de que a minha liberdade de vida e de expressão poderá e será única, pois é só minha.
Sandra Sanches/Paraná/Janeiro de 2009.
(Crédito da Foto: Marcus Ranum)
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