segunda-feira, 16 de junho de 2008

Tudo sobre Bondage (Parte 1 - Conceito e Iniciação)


Bondage em inglês Ou figottage em francês é a arte não violenta de amarrar o parceiro - não para dominar a relutância, mas para incrementar o orgasmo. É uma técnica sexual não programada, que muitas pessoas acham extremamente excitante, mas têm medo de tentar, e um expediente humano respeitável para aumentar as sensações sexuais em parte porque é uma expressão inofensiva da agressividade sexual - algo de que necessitamos imensamente, devido aos preconceitos da nossa cultura neste campo - mas, mais ainda, por causa dos seus efeitos físicos: um orgasmo lento em situação de imobilidade forçada é uma experiência inesquecível para aqueles que o tentam sem medo da própria agressividade.
"Qualquer imposição à atividade muscular e emocional tende normalmente a aumentar o estado de excitação sexual", nas palavras de Havelock Ellis. Os homens e as mulheres sempre se excitaram com a idéia de obter o máximo uns dos outros e a "imobilização erótica" foi sempre um excitante apreciado. Qualquer herói ou heroína popular que se prezem são amarrados periodicamente pelos pés e mãos, a fim de poderem ser posteriormente resgatados. Num casamento berbere o padrinho amarra a noiva para ela se debater tentando escapar, e é o que tradicionalmente ela deve fazer, para ser amarrada. Fantasias deste tipo são freqüentes na literatura pornográfica escrita e ilustrada (na sua maior parte são absolutamente impraticáveis e dirigidas à retina e não à inteligência do leitor) que age corno um escape para as pessoas que têm problemas de agressividade ou precisam de um simulacro de violação para poder ir para a cama e ter prazer sem sentir culpa. A maioria das pessoas tem vestígios destas necessidades e gostam de dominar simbolicamente umas às outras de vez em quando, ou até de se sentir dominada (sem ofensa para o Movimento de Libertação Feminina, dado que esta necessidade é mútua). Mas os jogos de imobilização são praticados por muitos amantes sérios que desejam sensações e não sucedâneos, preenchendo assim muitas lacunas importantes. Isto exige certa aprendizagem (os primeiros esforços freqüentemente são penosos ou estéreis ou até inutilizam uma ereção por falta de jeito), mas com rapidez e habilidade, muitas pessoas, surpreendentemente, os recomendam para serem praticados ocasionalmente - se não por outras razões, pelo menos porque uma masturbação lenta e realmente bem executada não é possível sem que o parceiro esteja bem amarrado.
Com efeito, uma imobilização verdadeiramente hábil produz resultados sensacionais, do ponto de vista sexual, na maior parte dos homens que não sejam tímidos, quer dando, quer recebendo (como, aliás, qualquer outra técnica que envolva estímulo e simbolismo, o "prisioneiro" sexual bem amarrado não só parece, mas também se sente sexy) - e numa proporção respeitável de mulheres, uma vez que tenham aceitado a idéia; as pessoas que potencialmente poderiam reagir bem a este método podem necessitar de uma preparação cuidadosa, no caso de recearem o seu simbolismo agressivo, mas este tipo de fantasia apenas atemoriza as pessoas cuja concepção de ternura é terna demais. Algumas mulheres de vez em quando precisam se sentir dominadas. Outras gostam dos símbolos de domínio e preferem ser agressivas desde o início. Deve-se amarrar o outro pelos pés e pelas mãos, firme, mas confortavelmente, de modo que ele possa se mexer tanto quanto quiser sem se soltar e, depois, levá-lo ao orgasmo. Além de ser uma sensação sexual excitante, permite a muitas pessoas (que não o conseguem de outra maneira) o descontrole total. Pode ser que berrem no momento crítico, mas vão gostar muito (a habilidade, aqui, reside em distinguir os ruídos que exprimem mal-estar - pulsos torcidos, cãibras ou outras dores - e as manifestações normais do êxtase; os primeiros significam "Pare já" e os outros "Continue, pelo amor de Deus, e faça-me acabar").

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