Ela sabe tudo de BDSM e mais alguma coisa. Estudiosa e
antenada.
Ávida por um encontro sem planejamento prévio, ela topou
uma dessas aventuras pouco comuns: realizar a historinha no carro.
Evidente que havia certos inconvenientes. O frio de
rachar que anda pelo centro-sul e o carro que acomodaria ela com 1.74 e ele com
quase 1.90, mas nada que a fizesse declinar do tal convite inesperado.
E como já se conheciam de outras jornadas tudo começou
com beijos e carícias. Os vidros foram embaçando e a centelha da moça deu liga,
trazendo a dominadora na conversa. Então percebeu que naquela posição só seria
possível dar uma bofetada e apertar os tomates do cidadão. E foi “de com força”
pelo urro do sujeito.
Trocaram de lugar, acharam que o banco traseiro era a
melhor opção, mas quando um carro de policia passou devagar desistiram e
voltaram à posição de origem. Que drama brother...
E toma-lhe salto na cara do rapaz que engolia sem
enxergar nada naquela escuridão.
Na tentativa fracassada de lhe dar um pisão acionou a buzina.
Bola fora! Tentou asfixiar o cara com o cinto de segurança e percebeu que
quanto mais puxava mais cinto desenrolava e não achava o ponto que deixasse o
ato seguro. E vieram mais tapas e espremidas no saco pra tentar animar a
festa...
Cansada de tentar achar espaço onde não havia, mandou o
sujeito se enfiar embaixo do painel do carro na altura do banco do carona onde
estava. Dá pra imaginar um cara com quase um metro e noventa agachado naquele
vão? Maldade pouca é bobagem! E ele de alguma forma conseguiu se enfiar no cubículo
e de lá recebeu ordens explicitas para começar o sexo oral.
Ela me confessou que naquele instante teve uma loucura
pra invadir o cidadão. Pra quem não entendeu, a moça queria introduzir o dedo
no rapaz, fazer o famoso fio terra. Mas cadê espaço pra isso? Frustração.
Mas o camarada mandava bem e nada melhor havia que o sexo
baunilha iminente.
Ela entrou na onda. Mas quando estava se adaptando a nova
idéia o carro da policia aparece e o fogo abaixa. Pior era o parceiro de cócoras
encaixado entre suas pernas. Se o carro para pra averiguar como explicar aquilo
tudo? E ela não é tão exibicionista assim.
Mas foram levando e ela insistia em enfiar a cabeça dele
entre suas pernas já com toda a força que podia. Os cabelos curtos em suas mãos
se transformaram em rédeas. E balançou tanto a cabeça do pobre diabo que o enjôo
foi fatal.
Dá pra imaginar a cena?
Agachado e todo borrado o rapaz era a imagem da decepção.
E minha amiga não agüentando o cheiro forte daquela cena dantesca, abriu uma
fresta no vidro e o viu implorar pra fechar. Detalhe: o sujeito estava peladão.
Enfim a cena estava desenhada, porque ela colocou o casaco, suportou o cheiro e
mandou que terminasse o serviço.
Submissão absoluta!
Esse relato é real. Aconteceu nestes dias de inverno e a
pessoa me merece total amizade.
Muitas vezes as situações constrangedoras podem ser
suplantadas pelo entendimento.
A lógica recomenda que as reações sejam respeitadas.
Existem pessoas avessas a este tipo de situação o que torna impossível falar em
continuidade após um acidente de vômito, por exemplo.
Pra esses casos não há regra e nem liturgia capaz de
traçar uma linha. Cada pessoa tem um tipo de reação diante de um fato.
Tanto é que minha amiga me garante em caixa alta que o
final valeu à pena.
E se valeu fica como um caso bem contado e com um final
inesperado, mesmo pra alguém como ela que ama o que pratica.
2 comentários:
pq baunilhar as vezes,é um mal deliciosamente necessário!
faço minhas as suas palavras...
bjs
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