Deparei com um artigo hoje que achei interessante.
A lógica diz que ele deveria ser mais profundo. O
problema é que as pessoas têm preguiça de pesquisar e acabam generalizando, mas
tirando por baixo, o artigo fala que as pessoas as quais praticam sexo excêntrico
via-de-regra gozam de boa sanidade mental.
No entanto, sexo excêntrico não engloba apenas o
sadomasoquismo como enfoca a matéria. O fetichismo reúne um bom número de jogos
capazes de criar emoções das mais diversas que arejam a nossa cuca também.
O que deveria ser frisado pelo autor ou autora quando se
refere ao comportamento despojado de quem se atém a esse tipo de prática sexual,
é a necessidade básica de deixar a timidez no armário. Tarefa ingrata pra quem
chega, mas essencial para trazer continuidade a quem fica.
E essa talvez fosse à razão que os analistas deveriam ter
trazido ao assunto. Porque ela além de dar base ao praticante, pode ser muito
benéfica em casos de rejeição que ele vai encontrar pelo caminho.
O chamado “quebra gelo” inicial em quem recorre ao
fetichismo no intuito de criar uma atmosfera positiva às suas experiências sexuais
começa com esse paradigma. Porque não é tão simples como possa parecer ou
complicado demais como querem que seja. Entretanto, alguém que se aproxima de
pessoas praticantes sente-se um peixe fora d’água num primeiro approach, e, em
seguindo o caminho, procura estabelecer um elo com o universo normalmente de
maneira que soa até exagerada, haja vista, a forma atabalhoada em que este
recém chegado procura abordar os que estão a sua volta na tentativa de mostrar
a que veio.
Não é difícil observar este tipo de comportamento nas
redes sociais.
E, como disse, basta pesquisar, estar atento e conhecer.
Claro que quando isso é levado ao campo da psicanálise à
esfera toma uma proporção mais ampla. A matéria cita o Manual de Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais e entra de sola no sadomasoquismo como único
exemplo de excentricidade capaz de transformar a visão de quem se dedica a
criar fantasias em suas experiências sexuais. Entra em cena a cartilha do
analista que trata fetiche como distúrbio psicológico ou transtorno, e pela
primeira vez isso é rechaçado por algumas fontes que passaram a perceber a tal
cabeça mais livre com a presença de novos ares na vida de quem se dedica a
praticar a fantasia.
Aqui se estabelece um dilema.
E deste dilema apareceram pesquisas através de
entrevistas com praticantes aonde foi percebido um trato melhor até mesmo com a
rejeição quando da apresentação da prática, o que vem corroborar com o que foi
dito no começo da nossa conversa quando abordo a timidez como o maior empecilho
a quem se aproxima do BDSM.
Não pensem que é simples a uma pessoa recém apresentada
ao mundo que sempre manteve trancafiado na imaginação e se declarar de todo.
Desnudar sentimentos não é tarefa descomplicada.
A análise conclui, ainda, que quem busca práticas íntimas
fora dos padrões considerados normais possui elevados níveis de bem-estar e
segurança pessoal dentro dos relacionamentos. Nesta fase eu concordo em todos
os níveis. O fetichismo traz segurança uma vez inserido de forma absolutamente
correta numa relação.
Em resumo, mais um dilema, dentre tantos que acompanham o
fetichista ao longo da vida.
Evidente que o ideal seria que tudo se concentrasse num
só lugar e numa só relação,
mas nem sempre os capítulos são escritos para
seguirem uma linha lúdica de racionalidade.
2 comentários:
A falta de informações sempre gera erros e abusos na prática.
@Aodh Aran exatamente
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