
Fetichista é mesmo bicho esquisito.
Basta ser um fetichista para reconhecer alguém com parentesco de instintos. É só observar.
Hoje durante o almoço com dois amigos aqui no Centro do Rio, aliás, um deles fetichista de carteirinha, notei um cidadão que sequer se dava conta do caminho que o alimento fazia entre o prato e a sua boca, tamanha era a disposição do indivíduo em olhar para os pés de uma garota numa mesa ao lado da minha.
E bota olhada nisso brother!
Aquele olhar tipo a nega é minha ninguém tasca, manja? Aos desavisados, o cara parecia com um olhar perdido, como se estivesse viajando noutra galáxia, mas meu “fetichômetro” pegou-o com a boca na botija, grudado como um chiclete na imagem a sua frente. A comida era um mero detalhe.
É fácil perceber um podólatra. Metrô, ônibus, onde quer que seja ele está sempre com a luneta em punho. Com outros fetiches fica mais complicado, mas ainda assim dá pra pescar certas atrações. Quer um exemplo?
Bondagista é doido, alucinado por “hands behind their back”. O que é isso? Tradução literal: mãos pra trás.
Isso mesmo. Mulheres com os braços cruzados às costas, sem nada a prendê-los é um prato cheio, diria um banquete, para qualquer bondagista que se preze. Pode conferir.
Já vi caras coçando o queixo, procurando rimas, disfarces, sem tirar o olho de uma mulher de pé conversando com as mãos cruzadas às costas.
É o tipo de imagem que diz tudo. Aquela que te cutuca por dentro e mexe com os princípios do fetiche. Está ali, doida pra ser amarrada. Esse é o pensamento. Claro que a garota nem percebe que está sendo o alvo das taras de um sujeito comum, que a observa com o desejo a flor da pele. Talvez se algumas delas soubessem, usariam este artifício para conquistar um de nós. Por que não?
Mulher com lápis ou caneta entre os dentes, mordendo lenço, para um louco por bondage é coisa do capeta. Diz que não?
A olhada certeira é o momento da prática do voyeurismo escondido em cada um de nós.
Nem sempre essas mulheres estão dando sopa na rua. Mas em desfiles de moda, concurso de miss, elas via-de-regra nos oferecem esse visual atrativo e sedutor.
Outro dia li no blog “baunilha é gelo” um pedido de presente de Natal diferente: um emprego numa sapataria feminina. Precisa dizer qual é o fetiche do cara?
Nenhum podólatra passa impune pela porta de uma sapataria lotada de mulheres num shopping. Nessa época do ano então... Ele sempre dá uma paquerada no visual, mesmo à espreita, ao lado da namorada ou de quem quer que seja consegue até disfarçar, mas não tira o olho da cena.
É a famosa bandeira!

Porra nenhuma! Então pra ser macho é preciso gostar de bunda? Pra mim, bondagista confesso, pernólatra por natureza e convicção, bunda só serve pra fazer aquilo que dela se espera... Precisa ser mais específico?
Portanto, olhem, babem, façam tudo que seu subconsciente mandar ao cruzar com uma imagem que balança sua estrutura, que lhe traz o fetiche num segundo. Se alguém meter o malho, mande lamber sabão, passear ou ver se você está na esquina.
Se não quiser dizer por que está olhando invente alguma coisa, desde um detalhe no piso até uma desculpa esfarrapada qualquer. Mas faça, seus sonhos agradecem.
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