Eu nasci com um desejo. Reneguei, cultivei, fui e sou
feliz com ele.
Muitas vezes dialoguei sozinho. Num tempo de parcas
saídas e pouquíssimas possibilidades de aproximação com esse desejo eu construí
minhas próprias regras.
E nelas me baseei a vida inteira.
Certo dia, viajei e encontrei um mundo evoluído onde as
pessoas que dividiam sonhos parecidos com os meus habitavam. Deparei com outras
regras e nelas tive que me adaptar para poder lograr a simples e eficaz convivência.
Procurei a conduta correta. Limitei meus muros para não ultrapassar limites e
magoar pessoas e a mim mesmo.
De volta vi nascer um novo conjunto de regras muito
semelhantes as que havia visto.
Pessoas comprometidas em levar a sério o ato de reunir recém
chegados com uma mesma linha de raciocínio. Gente que abominava a exclusão e
apostava numa inclusão cada vez mais sólida.
Participei efetivamente, apoiei e vivi cada ano como se
fosse o ultimo.
E conclui...
Que a parte que me toca em tudo isso ainda é o desejo que
nasceu comigo.
Se existem regras de conduta e comportamento condizente
eu as sigo porque a educação e o bem viver social trago de berço, mas o BDSM
pra mim sempre será uma mistura homogênea entre meu desejo e meus sonhos.
Por isso, não renego quem siga os dez mandamentos que a
falada liturgia consagra de que a coleira é isso, a chibata é aquilo e que
fulano não pode falar com beltrana e assim sucessivamente. Apenas tenho um
entendimento meu de valorizar o sonho que me fez chegar a esse mundo.
O desejo que carrego tatuado na alma é meu e de quem
quiser dividir comigo. Essa regra eu me imponho, as demais eu respeito, mas não
tenho a santa obrigação de seguir. Assim construí minhas historia no BDSM e
pude caminhar até aqui.
Nada me espanta e muito menos me salta os olhos.
Todos que conseguem atravessar a fronteira e chegar até
aqui são maiores de idade, vacinados, sabem o que querem e que caminho
escolheram. Portanto, não critico, apenas tenho a minha convicção como base e
coexisto com quem tenho afinidade.
Escrevi mais de mil artigos neste blog por puro
diletantismo.
Falei dos fetiches que tive noticias e dos que tive
contato, ora através de amigos, outras por minhas experiências próprias. Pode
não ter sido do agrado de todos, mas fiz e faço meu melhor ao tentar passar a
quem chega uma pequena idéia do que existe de bom ou ruim no lugar onde depositarão
suas esperanças.
E vou seguir escrevendo, vou seguir meus sonhos.
Porque tenho a plena convicção que o BDSM não muda as
pessoas. Ele agrega.
Quem não tem postura no meio não tem na própria vida. Quem
não segue as normas do mundo civilizado não as seguirá aqui. Não digo normas
dos livros que os antigos delimitaram posições dentro do BDSM, digo normas de convívio
social.
Para ser feliz no BDSM a pessoa tem que estar feliz com
ela mesma.
Então eu gosto de música, adoro um papo, curto amar e
adoro meus fetiches, sem eles nem saberia viver. E dou valor a isso tudo porque
é daqui que consigo pequenas doses de felicidade que bem adiante vão valorizar
cada passo que dei desde que imaginei um dia realizar meu sonho.
Acho que a minha noção de liberdade é sempre acreditar
naquilo que trago comigo!
2 comentários:
Sábias palavras ACM. Vc continua sendo minha inspiração, para seguir atrás de cada sonho meu... até aqui, com seu apoio e torcida está correndo tudo bem. Continuemos buscando cada vez novas metas e nunca deixando nossa essência de lado, afinal, é ela que define que nós realmente somos.
Abraços.
Me encanta saludos desde Mejico
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