Tudo parece muito simples e prático pra quem se depara
com o BDSM.
E não deveria ser diferente, afinal, o que mexe com
desejos e emoções sempre procede.
Então, a literatura aproxima, a Internet conduz e imagens
passam a ser motivos de sonhos.
No entanto, antes de tudo é preciso encontrar um caminho.
À primeira vista nada é tão complicado. As amizades
surgem, encontros se sucedem e as pessoas se preparam para o desconhecido
trazendo sonhos e planos e a certeza da felicidade plena.
O até então sexo apimentado passa a ter um nome e ele se
transforma em dominação e submissão. Basta um tapa na bunda, uma “pegada” mais
forte e o elo perdido entre a consciência e a razão finalmente dá o ar de sua
graça.
Dominar e se submeter parece uma tarefa banal, simplória,
nada muito distante do velho mundo que acaba de ficar pra trás. O sexo passa a
ser elaborado e as coisas belas são o sonho de consumo. Cordas alinhadas,
pingos de velas, um belo leque de agulhas preso nas costas e pequenos castigos
logo preenchem a mente de quem está a dois passos do paraíso.
É hora de ler e aprender.
Mas aprender pra que? Ora, sexo todo mundo em idade
adulta sabe como se faz, e o BDSM que aparece na tela nada mais é que fantasias
que se lê nos livros e se vê até na TV.
Porém, existe uma realidade. E para viver esse lado real
se faz necessário uma base para que tudo que for construído não desmorone na
primeira tempestade.
O BDSM convida, mas ele pune.
E essa punição alcança novatos e experientes nas mesmas proporções,
porque o aprendizado deve ser constante. Quem acha que sabe tudo, quem imagina
ser o senhor da razão que esteja preparado pra queda. Sempre foi assim e assim
será.
Porque não se forja um dominador na mesma proporção de
que não se fabrica uma submissa.
A tendência precisa estar tatuada na alma da pessoa que
se aproxima do meio em busca de um espaço para dialogar. Há critérios e exigências
que se tornam evidentes na construção do DNA do praticante. E tudo tem início
na conduta, nas atitudes e no aprendizado.
Por isso, é muito importante aprender e aceitar a
condução correta. Tanto de pessoas como do próprio meio. Olhar e perceber,
dialogar e debater, e, dessa forma o posicionamento correto virá.
Algumas pessoas defendem um BDSM sem envolvimento afetivo
ou emocional no que discordo totalmente. Pode até existir, pra tudo há um
acordo, uma negociação prévia, mas se vidas humanas se interpõem entre o
imaginário e a realização os sentimentos brotam. E quando este enlace ocorre é
preciso cuidar das sementes para que os frutos vinguem.
E, talvez, esta falta de cuidado, essa falta de noção e
conhecimento sejam responsáveis por tantas chegadas e partidas no BDSM.
Ninguém deve se envolver sem antes se conhecer. E saber o
papel que se quer viver na relação é primordial para que haja continuidade. Uma
relação D/S está muito acima de frases feitas e copiadas como “dono de mim” e “minha
peça”.
Minha pretensão nunca foi além de expressar uma simples
opinião. Cada qual tem uma visão particular e o debate é muito importante em
todos os aspectos. Entretanto, em vinte e um anos de lida oficial com o BDSM
acredito que um binômio seja o grande alicerce para que as coisas possam
caminhar num plano seguro: hierarquia e respeito.
Hierarquia no posicionamento e respeito mútuo.
Se todos os esforços forem canalizados neste sentido, o
trem vai parar na estação e dele apenas desembarcarão recém chegados e no vagão
ninguém entrará pra partir.
E isso já será um bom começo.
Ou até mesmo um final melhor!
4 comentários:
Olá querido ídolo amigo...
sdds de t ler, se bem que sempre dou minhas passadas por aki...
bom, o assunto da vez é delicioso e com altas doses de provocação pros meus dedinhos inquietos e enxeridos....vamos lá:
BDSM simples e prático?? afff....só se for no mundo dos sonhos ou nas telinhas do FetLife né?!!?!?...rss
BDSM é um universo repleto de sedução sim, porém um jogo pra gente gde e aki nao tô dizendo de tamanho não...
Falo de pessoas mui bem resolvidas na vida baunilha, ou seja, bem resolvidas na vida profissa e pessoal...e muito bem resolvidas na vida SEXUAL....
Hummm….e de quebra, convictas de seus quereres e desejos, sem esquecer o quesito mais importante.....munidas de auto-conhecimento....ahh sim, uma pitada de discernimento, diria ser imprescindível....
BDSM é um jogo que precisa de estratégias. E para isso terá que usar a cachola e essa, não pode ser dependente do outro o tempo todo.
As máximas “o direito de um termina qdo começa o do outro’ e, ‘me respeite e será respeitado’ é fundamental nas relações Mentor/Protetor….aff..aqui atenção iniciantes….nada de apelações veladas….
Para todos os habitantes desse universo, um tanto de aprendizado constante se fará necessário para a partida não terminar em game over antes de umas boas gozadas....ai meus sais!!!!!
Se a grama do vizinho é sempre mais verde na vida baunilha, aqui no mundo virtual, haja 'felicidades' e relações 'perfeitas"....hehehe
Então pessoas, BDSM não se resume a tiradas de poeira da bunda, nem de ‘sim senhor’ da boca prá fora....
Você não está sub ou Dom de uma hora prá outra. Tais condições está em seu ser e vc apenas descobre sua tribo e vai viver nela..
Mas pelo amor, tenha RESPONSABILIDADE INTELIGêNCIA para vivenciar seus quereres...
Aqui neste oceano de fantasias os tubarões estão sedentos....nade com moderação.... porémmmmmm, não use o outro como tábua de salvação...*pisc
bjs intrometidos, uma vez mais...rss
ternura...
adoro suas intromissões, aliás, acho que essa galera que agora se aproxima do meio deveria dar atenção a tudo que escreceu.
...perfeita
Beijos
Gostei muito do texto ACM, gostaria de com sua permissão, publicá-lo no Confraria.
Abraços
♠Lestat
Lestat, publique quando quiser, apenas me mande o link
acm@bound-brazil.com
E publique quantos deles desejar
Abraços
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