quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Piração


Toda vez que houver a tentativa de entender a palavra fetiche, é importante pensar no ser humano e suas fantasias. E tanto faz se o papo for relativo às não realizadas ou as plenamente desenvolvidas.
Tudo começa na salutar mudança de hábitos sexuais.
Sim, porque a sociedade sempre pregou uma sexualidade simplista e econômica a todos. Ousar é pecado, anti-convencional e até arbitrário às vezes. No entanto, muita gente ao longo dos tempos tentou mudar esse conceito. Mais por seus próprios interesses do que por uma tentativa de captar no meio social uma total aceitação às suas propostas.
Coisa simples de descrever, porém, difícil de viver.
O sujeito pirava com determinada fantasia e fazia daquilo uma condição fundamental pra ser feliz em suas incursões, daí tratava de espalhar a noticia. Destoa a ressonância, porque não há teoria do convencimento que faça alguém aceitar vontades alheias quando vai de encontro às suas próprias tendências.
Hoje o tempo é real. Não há muita reminiscência que crie lendas a respeito de qualquer noticia. E na onda do bateu levou nem mesmo grandes expoentes das mudanças seriam por tanto tempo relembrados. Porque não há a necessidade de esperar o jornal da manhã seguinte e muito menos a próxima revista quinzenal.
E essa corrente do imediatismo provoca identificação nas pessoas até mesmo em seus dias cada vez mais concorridos. Um filme que qualquer um tem acesso na grande rede mãe ou um livro que passa de mão em mão.
Por conta dessa modernidade, o universo fetichista se move e em cada movimento arregimenta novos adeptos às pirações alheias, e faz com que exista uma correlação entre quem está há mais tempo no bolo com as novas idéias de quem aparece por aqui.
Não há demérito algum com relação a escolhas.
Porque tem gente que imagina um santuário intocável a nomenclatura que alguém se apresenta e considera imutável qualquer suposição. São os defensores do obvio, da imagem imaculada, ou seja, querem mandar no tesão alheio. Estranho isso!
E fica muito mais esquisito quando você enxerga num bate-papo animado entre pessoas do meio BDSM alguém sentando a ripa com vontade em quem assume alguma mudança. Ora, não sei se é papo de pessoas desoladas com a escolha de A,B, ou C, ou é apenas carência.
Se alguém pirou num desejo diferente daquilo que o universo se acostumou a presenciar e saber é problema de quem fez a escolha. O que vale é ser feliz. Não importa se de um jeito ou de outro, porque se existe alguém que deve estar em plena sintonia é quem está fazendo parte do projeto de mudança.
Se fulano é bom ou ruim é um assunto a ser resolvido por quem de direito, quem está diretamente envolvido na história. Não cabem análises em fóruns de conversas ou em mesas de bar em eventos fetichistas. Nosso direito termina quando começa o dos outros e assim sucessivamente.
Vinte anos de convivência no BDSM aqui no Brasil me fizeram ser testemunha de várias mudanças que deram certo, e outras tantas que deram errado. Mas esse julgamento coube somente a quem viveu o roteiro, não a quem apenas conheceu os fatos.

Portanto, não somos nada além de peças de um tabuleiro que se move e nos coloca em posição de realizar desejos e conhecer pessoas bacanas que pensam de forma parecida a nossa. A participação que nos cabe no meio BDSM é de buscar harmonia para as nossas pirações e fantasias.
As confissões de desejos e taras que fiquem restritas às quatro paredes de quem se atreve a realizar. E não sou eu quem vai dizer se isso é certo ou errado.
Esse papo é bom pra quem chega e pra quem já marcou lugar.
O BDSM é de todos. Basta ter vontade de praticar.

Um comentário:

Zatar disse...

Boa Tarde!

Tenho procurado contatos com a Sra. Sarah Moon... Trocavamos emails, mas ela não me respondeu mais...
Alguém tem contatos dela!? Sou um fã confesso!!!