quarta-feira, 6 de maio de 2009

Uma Lente Indiscreta


Recebi outro dia um email o qual achei muito interessante porque fala de uma coisa que desfila entre o voyeurismo e a exibição, entre o certo e o errado ou entre a culpa e o perdão. Então, resolvi publicar na matéria de hoje algo que pudesse transcrever o conteúdo da mensagem recebida misturada ao fetiche e a ficção.
Ficou mais menos assim:
Um cara mora numa cidade como São Paulo, num lugar onde existem muitos prédios ao redor e vem aquele bichinho atentando ao pé do ouvido, insinuando que há coisas acontecendo na janela em frente, que acabam levando as pessoas a voltar aos dias de adolescência e começar a vasculhar o lado oculto da vizinhança.
E nessa onda, o sujeito pegou aquele binóculo que era do Pai, empoeirado pelos anos a fio que ficara guardado num canto do armário, para dar uma paquerada no que se passava naquela noite quente de verão.
Sozinho em casa, janelas abertas em busca de uma brisa noturna o convidavam a um passeio pelas imagens que a velha lente inconseqüente trazia, e numa dessas buscas surgiu um quarto a meia luz, com sobras de cortinas brancas que tremulavam aos efeitos do vento fresco.
Lá em baixo na rua, fachos de faróis e buzinas, mas no andar que a lente havia captado corpos se amassavam e anunciavam uma noite tórrida como um dia de sol.
Rolou a ereção e o foco parou de buscar outra imagem para se concentrar no que vinha após as preliminares. A penumbra escondia os rostos, mas as silhuetas denunciavam um sexo voraz com um desejo à flor da pele, queimando, até que o protagonista num impulso sacou umas tiras amarrando os pulsos da mulher na cabeceira da cama.
Aí o caldo entornou Zé!
Os olhos ficaram vidrados como duas bolas imóveis capazes de fazer inveja a qualquer coruja, e tudo que ele queria naquele instante era que o velho binóculo pudesse registrar aquilo tudo através de uma gravação, assumindo o papel de uma câmera com máxima definição.
Foram momentos de tensão tamanha que as mãos tremiam a ponto de precisarem de um apoio para produzir uma imagem sólida, o suor corria e as palpitações aumentavam na medida em que ela, imobilizada, contorcia-se enquanto aquele cara lhe abusava e a invadia sem a menor cerimônia.
Que angustia... Nunca houve uma inveja tão grande e uma vontade louca de querer ser aquele individuo com ares de príncipe consorte do planeta. Aquela cena era para ser vivida por quem estava observando, que levava na alma o fetiche, jamais por quem estava no papel principal, ali, ao vivo e a cores sem passar pela tela.
E foram minutos intermináveis até o orgasmo! Ele a soltou devagar, um a um os braços foram pendendo como um peso morto, mostrando satisfação e cansaço a ele que observara todos os movimentos ou a outros que o seguiam naquela jornada.
Para seu desespero, eles fecharam as cortinas depois do ato como numa peça de teatro, denunciando uma cumplicidade exibicionista quase impossível de acreditar. Havia sido planejada aquela noite? Talvez, mas essa certeza só aos dois personagens pertencia.
Por fim, ele entrou numa ducha para refrescar-se do suor e impávido precisou de poucos minutos para através de uma breve sessão de masturbação, relembrar os momentos que ficaram gravados nas lentes e na memória, assumindo de vez a própria culpa de um olhar indiscreto.
Quem não o perdoaria?

Um comentário:

Anônimo disse...

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