quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Pride por Isaac W.


Uma das obras que foram comercializadas em VHS e até hoje provocam frisson em quem assiste no conforto de sua casa é o filme Pride, do produtor e ator Isaac W. a quem tive o prazer postar uma entrevista aqui no blog. Produzido no ano de 2003 e dirigido por Isaac para a sua produtora Centaur Celluloid, Pride tem no papel principal sua atual esposa Natasha Flade e como coadjuvantes as belas Connie Sims e Miranda Capulet verdadeiras divas de vídeos da cena BDSM produzidos nos anos noventa.
O filme com uma hora de duração, conta a história de uma mulher muito religiosa de nome Faith (fé em Inglês) que encontra sua amiga Rachel utilizando de meios pornográficos em sua casa. Inconformada, decide castigar sua amiga tomando medidas extremas as quais chama de purificação espiritual, fazendo com que ela desmaie por meio de sonífero colocado em um drinque e acorde totalmente amarrada na cama. Em seguida, Faith queima suas roupas através de um ritual onde ela exorciza os “demônios” que supostamente tomaram o corpo de sua amiga e, não satisfeita, consulta seu mentor, um Padre chamado Mitchel (interpretado pelo próprio Isaac) que resolve fazer o trabalho de exorcismo pessoalmente, levando a amiga da religiosa para um porão onde pratica atos sadomasoquistas como forma de purificar a linda Rachel. Natasha Flade, a grande estrela do filme, aparece no final no papel de uma Freira chamada Angélica que tenta salvar Rachel e tirá-la das mãos do Padre Mitchel, porém tudo que ela tem na cabeça é apenas vingança.
Essa produção desafiou conceitos religiosos utilizando-se de vestimentas oficiais de membros da igreja, levando Isaac W. a enfrentar processos e perseguições que terminaram somente anos mais tarde. Pride é mais um das dezenas de filmes realizados com material caseiro numa época de pouca entrada de recursos na Centaur Celluloid e mostra a capacidade de criação desse gênio de Chicago, que tirou leite de pedra transformando roteiros inocentes em apimentadas obras de BDSM.
Pride é um dos êxitos remanescentes das produções as quais podemos classificar como longas de filmes com conteúdo fetichista, porque produtoras como a Centaur realizam hoje pequenos “teasers” que oscilam entre os cinco e dez minutos e são devorados pelos internautas mundo afora. É muito mais fácil baixar um vídeo pequeno no computador e assistir tranquilamente do que receber um pacote de correio que tardava vários dias para chegar. O público hoje acompanha o instantâneo que não requer vasta capacidade de produção e de atuação de quem participa, não precisa de um roteiro elaborado minuciosamente e nenhuma direção vigorosa, é mais ou menos como os curtas acontecem no cinema, se levarmos a termos de comparação extrema.
Isaac W defendeu-se de todas as acusações a que foi submetido utilizando-se do argumento de que nenhum Padre ou Freira em sã consciência agiria da forma como foi desenvolvido Pride. Disse, ainda, que foi criado em berço católico e utilizou-se desse roteiro como um falso clichê, tratando como pirados seus personagens. Entretanto, fica a obra e como em vários casos semelhantes que o cinema profissional mostrou, alguns filmes pela força de expressão exibidas em seu conteúdo, transformaram-se em lendas que até os dias de hoje são cultuadas em sessões privadas.

3 comentários:

Jose Luiz disse...

Excelente, são essas historias que me aguçam a curiosidade e se voce puder postar outras eu agradeço, realmente é muito mais facil baixar algo pela internet do que esperar, e graças p/existirem os youtubes e dalymotion da vida senão o que seria de nós pobres fetichistas
abraços

Anônimo disse...

Realmente esse filme é um ícone na estória do bondage. O site da natasha flade é um sucesso, ela é uma mulher linda e tem outras tão bonitas quanto nos seus filmes, porém, elas não chegam aos pés da qualidade , da beleza das mulheres que vão estar no site boundbrazil.

Anônimo disse...

Muito boa a sua materia sobre Pride, mostra q conheces o assunto mesmo. Frequento esse blog há algum tempo e notei que mesmo tendo ideias bem marcantes a respeito do q gosta, nunca deixa de falar sobre outros temas que grande parte admira. Isso é tri-legal! Continue assim e conte com minha presença diariamente. Uma pergunta: esses eventos a que se refere não são possíveis realizar no Brasil?