
A brincadeira é simples: recebe e passa adiante.
Mas não pensem que é corrente pra santo casamenteiro ou que ao repassar adiante a fortuna vai bater na sua porta. As meninas bolaram uma forma de socialização no meio BDSM, uma maneira de entender um pouco sobre quem escreve sobre o assunto na rede.
Dizem que o selo vem do blog da minha amiga Ternura, mas aqui chegou por iniciativa da Aldrey (Lesada e Apimentada) e da Rebeca.
Porém se faz necessário um esclarecimento: o selo original partiu do blog Miss Tery, com o nome de Selo Dungeon Miss Tery (http://missteryds.blogspot.com/). E já que veio parar aqui vamos entrar na dança.
A jogada é interessante porque entre receber o presente e reenviar, rolam umas perguntinhas básicas sobre algumas particularidades de quem é agraciado. Sem sombra de dúvida fica o registro do agradecimento a ambas pela forma carinhosa de ser citado e pela lembrança, e ainda que possa parecer um exercício de curiosidade feminina, não vou fugir às perguntas que recebi junto com o selo e responderei às questões enviadas.
Vamos lá?
1. Quanto tempo de BDSM?
Pois é, será que preciso dizer? Acho que já nasci pervertido, mas meu contato com o meio de forma direta e objetiva foi a partir de 1990 em Amsterdam. O bondagista normalmente traz consigo desde a infância determinados aspectos. Vive a expectativa de encontrar uma garota em perigo na próxima esquina. Flerta com o fetiche desde a primeira namorada e nem se importa em quebrar a cara num primeiro momento. A grande diferença fica evidente quando existe a aproximação com as práticas, com o meio fetichista. De repente tudo se transforma e ficar diante de pessoas iguais no começo assusta. Depois tudo entra nos eixos.
2. Como foi seu primeiro ano no BDSM?
Foi um ano de aprendizado. Saber a técnica demanda paciência e vontade. Não foi fácil aprender num lugar onde só feras praticam. Você acha que fazer uma cena de bondage é apenas imobilizar, mas quando está num meio onde mestres exibem técnicas incríveis a primeira vontade é de fazer igual, daí é preciso observar e buscar o feeling pra depois tentar realizar o que os outros te ensinam, ainda que toda a escola seja apenas pelo simples olhar.
3. Você se lembra da primeira pessoa que você conheceu no BDSM?
Como quis o destino que meu primeiro contato com o BDSM acontecesse fora do Brasil, seria injusto não citar alguém que me levou a conhecer essa cultura. Numa noite de Segunda-Feira um amigo chamado Van Essen me ensinou um caminho do qual jamais me separei, mesmo tendo alguns períodos de ausência. Depois disso vieram muitas histórias que estão aqui entre as tantas páginas desse blog, e se alguém assim o desejar basta procurar com calma para saber um pouco mais.

Não vou publicar uma lista de blogs os quais são merecedores do selo porque na minha concepção todos deveriam estar neste rol. A iniciativa é tudo em se tratando de um universo onde a minoria ainda impera.
A minha esperança reside no aparecimento de mais espaços, na chegada de novos sócios de um clube que já foi um símbolo de resistência pra mim e tantos outros que preferiram ir pra casa, mas sem antes deixar por aqui uma bela lição.
Não é fácil construir um mundo cercado de rejeição.
A toda esta gente que se foi, envio um selinho destes, igual ao que recebi de pessoas muito especiais.