terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um Mero Acaso


Essa vem dos meus arquivos.
A Marcinha é minha amiga de longa data. Normalmente as mulheres (nem todas) têm problemas com esse negócio de idade cronológica, mas já que ninguém sabe de quem se trata fico a vontade pra falar.
A gente não se vê tem um tempão e não fosse por uma pesquisa via Internet na tentativa de encontrar velhos amigos ela jamais teria me achado. Mas como boa caçadora, fuçou daqui e dali até dar de cara com a minha foto e descobrir o que eu ando aprontando. De Novembro pra cá alguns emails e telefonemas foram trocados e no meio dessas conversas ela me confessou que um dia entre as tantas aventuras que teve o prazer de viver, cruzou com um fetichista.
Detalhe, ela só se deu conta do tamanho da encrenca depois de ler um monte de artigos aqui no blog.
O legal de ser um fiel da balança é perceber de que forma chegam os casos. Homens e mulheres descrevem as fantasias de maneira diferente, principalmente quando elas acontecem devido ao acaso.
Pois a Marcinha me falou de um caso antigo com um sujeito que resolveu inovar lá pela terceira noite juntos. No meio da transa o cidadão apareceu do nada com dois lenços e atou os pulsos da moça na cabeceira da cama. Ela disse que na hora nem se deu conta, já estava no clima e o que viesse seria de bom grado. “O cara era bom no que fazia”.
Só que o sujeito criou uma seqüência. Tentou inserir o fetiche na relação sem trocar uma palavra a respeito. Ela foi aceitando, afinal como ela disse, a coisa estava interessante e não via mal nenhum em se ver presa durante o ato sexual. Mas o trampo foi esquentando e os lenços já amarravam seus braços para trás seguidos de tapas na bunda que cada dia ficavam mais fortes.
Incomodada com o rumo da prosa ela resolveu dar uma “dura” no cara. Na base da conversa a Marcinha quis saber das intenções dele além do que já apresentara até então. O fetichista pulou daqui e dali e saiu pela tangente. Disse que era uma fantasia sexual inocente e que nada tinha de mal. Ressabiada resolveu seguir em frente pra ver até onde iria à ousadia do rapaz.
Segundo ela relata, o cara era escorregadio, tipo galanteador. Levou-a no bico sem muito esforço até conseguir vendar-lhe os olhos além de amarrar suas mãos como sempre fazia. Esperou que ela estivesse em ponto de bala, quase no centro do furacão, pra apresentar suas armas. Com a mulher nas nuvens desferiu-lhe bofetadas e beliscou seus seios até que ela gritasse de dor. Aumentou as estocadas e já nem se importava com o que ela sentia, se era prazer ou não, até jorrar esperma em seu rosto.
Ela disse que se estivesse com as mãos soltas teria acertado o olho do cara. (Eu não duvido!).
Quando ele a soltou juntou suas coisas e saiu da casa dele e de sua vida sem nunca mais saber do sujeito. Esqueceu tudo, apagou da lembrança até começar a ler este blog.
Se surpreendeu ao saber que muitas pessoas gostam disso como um fetiche, que dariam tudo pra viver o que ela experimentou com o tal sujeito. A diferença principal, entretanto, está na forma como o fetiche foi praticado, sem o consentimento de quem estava dividindo a mesma cama. O certo seria uma conversa antes do ocorrido para evitar este tipo de atitude que resultou no final de um caso que poderia ser benéfico a ambos.

O fetichista começou com uma fantasia inocente e aumentou o volume até onde ele achou que podia. Deveria ter consultado a parceira para saber onde era o limite. Mas nem todos pensam da mesma forma e preferem arriscar tudo num mesmo lance, seja por timidez ao se expressar ou até mesmo por vergonha de admitir a própria fantasia.
Talvez o assunto de hoje sirva de explicação à Marcinha e a tantas outras pessoas que cruzaram com o fetiche algum dia sem querer e acabaram chamuscadas. Com consentimento o fetiche é muito prazeroso, mas sem perguntar antes calha de virar um trauma irreversível.


E ele teve a chance de dizer a que veio.
Perdeu brother!

2 comentários:

  1. ACM,
    Realmente tudo tem q ser conversado antes. Existe todo um conhecimento para depois se chegar ao concreto. Frustrante, Sr, não é só o fato da ausencia do consenso. Pior, muito pior é chegar num final de relacionamento e não ter sobrado nem a amizade. Aí a gente ainda se pergunta:
    - Onde errei? Muito pior é buscar a resposta e não a encontrar.
    bjs,Senhor de minha vida, que frustração!!!! rsrsrs
    dr lenka somente

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