segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Alvíssaras


Aspas pra ele: “deve ser da maluca do 206. Toda vez que ela chega de porre esquece alguma coisa na garagem”.
A frase é do Luis, o porteiro do meu prédio. Morar sozinho tem um monte de desvantagens, mas algumas vantagens. Uma delas é que se todo porteiro sabe da vida de todo mundo é sinal que ele também toma conta da sua, e por morar sozinho só os vizinhos ficam sabendo, como foi o caso dos sapatos perdidos.
Um par de sandálias novas, pretas, bonitas, que despertaria o instinto de larápio em qualquer pordólatra de plantão, mas como este fetiche ainda não alcança meus anseios e desejos pervertidos, resolvi entregar a legitima dona.
Abandonadas entre meu carro e o outro, denunciavam uma noite intensa responsável por lapsos de memória, visto o lugar onde as sandálias foram encontradas.
Entretanto, como estou neste prédio há dois meses, fiquei encucado tentando imaginar quem era a Cinderela. Daí num exercício de imaginação plena e consciente, procurei lembrar das moças as quais tenham cruzado comigo nos corredores ou elevadores neste curto espaço de tempo. E nada, nada...
Só me restou tentar pensar no percurso. A escolha da sandália, a festa, o porre e, finalmente, a chegada em casa. Casada? Comprometida? O que leva uma mulher a esquecer as sandálias no piso da garagem? Se ainda fosse dentro do carro vá lá, mas ter o trabalho de colocá-las ao lado no intuito de calçá-las ao sair do veiculo e esquecer? Muitas perguntas, poucas respostas...
E se ela fosse fetichista?
Bem, o buraco seria mias embaixo. Talvez a pedido do parceiro se apresentasse em casa com os pés sujos, afinal, ele teria fetiches por pés imundos e ela estaria satisfazendo os seus desejos. Caso contrário levaria uma bronca, e daria também, pois de porre tudo é possível.
Poderia ser submissa, por que não? Seria uma forma de receber um castigo.
Mas era muito pensamento pervertido para uma manhã de domingo, por isso achei melhor esperar pelo próximo plantão do Luis e perguntar a quem pertenciam às sandálias para pelo menos saber quem se beneficiou da minha boa ação.


3 comentários:

  1. nobre amigo e escritor inspirador,

    Que vc continue sempre com seu apetitoso, sensual e atraente pensamento, assim nós seus fiéis admiradores e seguidores continuamos nos deliciando com seu inteligente, sagaz, sedutor e magnífico jeito de escrever. Ahhh, em minha opinião, a sandália era de uma sub sim e daquelas distraídas que esquecem suas obrigações e merecem certos castigos...*pisc...humm será que o Luis, não tem nenhuma histórinha interessante relacionada a esses castiguinhos para nos contar?!?!?!!?..rss

    bjs ternos da amiga e sempre fã
    {ternura}_L.B.

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  2. Querida amiga {ternura}_LB

    Bom, de cara agradecer sua visita, a qual já fazia falta aqui por essas bandas.

    Depois dizer que sua opinião pode ser válida, afinal que mal faz imaginar uma determinada situação que começa com um simples calçado esquecido?

    Quanto ao Luis porteiro eu não sei, mas acho que forçando um pouco a barra ele acaba abrindo o bico. Basta dar a dica do assunto...

    Daí, quem sabe...

    Beijos cheios de ternura e amizade pra você!

    ACM :)

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  3. r5r5r
    olá ACM
    realmente interessante o caso das sandálias abandonadas. estou sorrindo muito aqui e pensando: pq ACM quer saber tto quem a dona delas? kkkkkk coisa de dominador, né? pra mim, acho q ela deve ter passado a noite num boteco ou baile, sei la e tomado todas... mas e daí, quem era a dita cuja e pq os sapatos foram abandonados? adoro seu estilo de redigir rsrs
    bjs de saudade
    lenka

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