quarta-feira, 5 de maio de 2010

Bondage without a Face


Pode parecer estranho, mas alguns sites espalhados pela Internet publicam fotografias de mulheres em poses de bondage com rostos escondidos, através de máscaras, ângulos desfavoráveis ou longos lenços de seda dando um aspecto de mumificação à cabeça.
Não são portais amadores daqueles que aceitam fotografias de fetichistas do mundo inteiro que por razões óbvias escondem a identidade da modelo, são sites comerciais que apenas optaram por este tipo de apresentação. Alguns exibem algumas modelos sem rosto aparente enquanto outros o fazem na totalidade.
Pensando pela questão prática facilita as coisas. Algumas mulheres que se apresentam para fotografar bondage gostam do assunto, chegam a ter identificação quando dão de cara com o fetiche, mas vez por outra recuam e desistem por conta de ter o rosto revelado. Alguns compromissos sociais e às vezes profissionais falam mais alto.
Por outro lado passa a impressão de que falta alguma coisa. Como uma foto rasgada ao meio a imagem perde a essência, muito mais pela expressão facial do que pela falta da mordaça ou da venda nos olhos.
Quem gosta de bondage de uma forma geral se atém a diversos detalhes que ficam de fora da festa numa cena em que o rosto não se mostra inteiro. E não tenho a menor dúvida em afirmar isso porque como bondagista tenho cá as minhas preferências. Pergunte a um podólatra se ele prefere apreciar uma foto de belos pés em que o rosto apareça sorrindo e na certa ele vai dizer que sim, embora colecione milhares de fotografias de pés sem dona.
A exposição ou não do rosto das meninas em cenas de bondage não se aplica aos blogs ou sites não pagos com essas imagens. Os sites comerciais sim, uma vez que para ter acesso ao conteúdo é necessário fazer um pagamento.
Por melhores que se apresentem as amarrações e cenários, acho condição fundamental à exibição por completo da modelo, principalmente nos vídeos, caso contrário, perderiam toda a identificação na tentativa de mostrar o fetiche com traços de realidade.
Como apresentar um diálogo entre mulheres mascaradas? Como aceitar que as modelos se mostrem de costas?
Porém há exceções, senão esses portais não resistiriam tantos anos na Internet, por isso, para aqueles fetichistas que gostam do mistério estes sites são ouro sobre o azul. Analisando por este lado e tendo plena consciência de que fetiche é particularidade, podemos encontrar o sentido que falta para entender essa forma de mostrar o bondage.

Mas mesmo assim ainda cravo a minha opção: mulher amarrada tem que mostrar o rosto exibindo a mordaça e a expressão facial característica do aspecto Damsels in Distress.
Num set fotográfico com oitenta tomadas, algumas fotos com a face escondida pelo cabelo ou pela posição da própria modelo funcionam como a cereja do bolo, um diferencial dentro de um universo para fugir da monotonia criando uma atmosfera distinta, mas se levarmos esse detalhe a uma totalidade absoluta perde a graça.
Como sempre, o fetiche é uma questão de gosto. O que para uns não faz o menor sentido para outros é a condição principal.
Portanto, basta escolher e comprar o que pareça mais lógico e adequado ao seu interesse.

Um comentário:

Nauticus disse...

concordo..é muito mais legal quando a modelo se mostra por inteira. Sem ter vergonha ou preconceitos a respeito de sim mesma. Quer ser modelo de bondage, assuma o fetiche ou, pelo menos, assuma que fez esse tipo de trabalho.
Mas em algumas situações é válido esconder o rosto. Como por exemplo em um ensaio onde a modelo interpreta uma superheroína mascarada. Ou usa uma daquelas máscaras venezianas em um ensaio com luvas, lingirie, dando um clima tipo dama da tarde, glamurosa, sei lá, nem sei explicar.
De resto tem que mostrar o rosto. A expressão facial, os olhares da mocinha em perigo é meio caminho andado.
abraços