terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Atrás da Cortina de Ferro


Ele, um executivo de sucesso, absoluto em sua profissão.
Ela, a voz ativa em seu negócio, comandando com mão firme e braço forte centenas de homens e mulheres.
Por detrás da armadura que emoldura seus atos profissionais, os dois guardam a sete chaves segredos escondidos como nos tempos da cortina de ferro. Por incrível que pareça, a submissão e a fragilidade norteiam seus pensamentos sexuais criando diversos fetiches impossíveis de serem revelados no mundo que os cerca.
Embora possa existir um elo entre a posição sócio profissional de ambos com a veia fetichista, em meu ponto de vista são duas situações totalmente independentes, indicando uma simples coincidência de fatos. O exemplo da submissão sexual como forma de viver vidas alternadas não cola, senão como explicar pessoas com tendências submissas em cargos e posições sociais num escalão inferior?
Não é necessário ser um “top” no trabalho para gostar de submissão sexual.
Entretanto, deve ser levado em conta o que essas próprias pessoas pensam, principalmente quando associam os dois lados, como se buscassem uma explicação pessoal para seu tesão, além é claro, de uma grande parte de analistas que seguem a mesma linha de raciocínio.
Dominadoras profissionais da Europa apostam nesse filão e afirmam que sua “clientela” é composta por executivos de grandes empresas, políticos e empresários bem sucedidos. Declaram que açoitam famosos e que recebem altas somas por sessões secretas em mansões com dungeons repletos de aparelhos de tortura mantendo sigilo total dessas atividades.
Diante desse quadro seria sensato dizer que o fetiche escolhe classes sociais e está relegado a uma casta que pode pagar por esse “serviço”?
Não, mas não se pode negar que fica, pelo menos, mais acessível, da mesma forma que para esta gente burguesa o fetiche não é efêmero, e tão pouco funciona como um castigo por se achar pedante e soberbo em suas atividades de liderança. Ele veste estas pessoas como uma roupa de gala, que mesmo de vez em quando, precisa sair do armário.
Com ou sem dinheiro no bolso gostar de determinados fetiches é comum para quem tem esse “imput” dentro do peito e procura a prática para obter prazer. Apenas é uma questão de possibilidade, como uma pessoa pegar um ônibus na Baixada Fluminense para ir a uma festa em Copacabana enquanto outras podem ir de automóvel.
É importante admitir o seguinte: é inegável que se o “Zé das Couves” for pego levando um monte de bordoadas no lombo num motel de segunda categoria ninguém vai se importar, porém se um Senador for flagrado pelado numa sessão de trampling comandada por uma linda mulher de preto vira manchete em todos os jornais...
Falar da vida alheia nesse mundo é realmente um grande negócio!
O aparecimento da Internet possibilitou que fetichistas de todas as classes enveredassem por um universo próprio, usando pseudônimos, extraindo e dividindo experiências vividas ou não, verdades e mentiras, em plena sintonia sem qualquer tipo de divisão.

Cada um conta a sua história, vive seu conto de fadas sem preconceitos, buscando essa troca no anonimato sem ferir ou incomodar ninguém. Procuram partilhar o que pensam num lugar onde a classe social é o que menos importa num primeiro contato.
A regra é simples: tomar cuidado com o terreno onde pisa, obter confiança e credibilidade onde a troca se processa, evitando machucar ou se ferir.
Daí em diante mistura-se famosos e ilustres desconhecidos, porque afinal, somos todos farinha do mesmo saco.
Quem sabe um dia você possa dizer ainda que pra si mesmo: minha chefe é uma fera no trabalho, me come de esporro o dia inteiro, mas quando vem pra minha cama ela é mais frágil que um vaso de porcelana chinesa...
Essa é a química.

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