
Ainda há pouco, caminhava pelo Centro do Rio de Janeiro com meu amigo Carlos Alberto.
O destino: cortar o cabelo. Coisa simples mesmo, nada demais.
Nas ruas quentes como forno de microondas, apesar do anoitecer, um festival de vestidos curtos e pernas de fora.
Tudo de acordo com a estação do ano, aliás, todo mundo está careca de saber disso.
Mas existe um “porém” no meio, porque caminhando pela calçada estavam dois fetichistas, e quando isso acontece à rua passa a ter dois sentidos.
Como é de domínio público, pernas com batatas desenhadas terminando em tornozelos perfeitos são o meu ponto fraco. Sou daqueles fetichistas que se declaram sem a menor cerimônia e me confesso um tremendo “cara de pau” diante de uma imagem assim.
E já que olhar não ofende e muito menos tira pedaço, dei uma cutucada no Carlos e nem precisei explicar, até porque o distinto amigo está cansado de saber das minhas taras e, além disso, como uma coruja tinha o olhar tão direto que já me denunciava há um tempão.
Para que vocês possam ter uma idéia, meu radar avisa com a devida antecedência quando esse objeto de desejo está prestes a cruzar meu caminho. E dá pra ficar perdido qual cego em tiroteio porque a chapa esquenta e fixar a luneta numa única imagem é mais difícil que andar na corda bamba.
E as donzelas são tão maldosas que do nada aparece àquela batata de perna como se tivesse sido esculpida a mão com uma tatuagem um pouco acima do tornozelo...
Aí é sacanagem... Ainda passo mal em via pública por causa disso!
Acho que o Léo Jaime tinha mesmo razão quando cantou que a vida não presta. Elas passam, arrancam suspiros e olhares com certeza absoluta que a admiração parte de todos os lados e nem ligam se o sujeito entrar numa crise irreversível de paudurecência.
Seria tão simples se elas deixassem dar apenas uma mordidinha, nada demais, afinal que são alguns minutos em vinte quatro horas?
Para piorar, a brisa que suavemente refrescava o fim de tarde se fazia cúmplice dessas beldades que usam a rua como passarela. Como se fosse um assopro invisível, o vento era responsável por dar uma ligeira levantada no vestido um pouco acima dos joelhos exibindo ao vivo e a cores pernas perfeitas diante da minha sede fetichista quase incontrolável.
Puxei conversa, tentei pensar em outras coisas, talvez problemas do trabalho, mas nada tirava meus olhos das batatas ardentes que insistiam em cruzar comigo na avenida central.
De repente notei que eu e Carlos olhávamos para a mesma mulher, um pra parte de cima (O Carlos é louco por mulheres de rabo de cavalo) e outro pra baixo. Se fosse possível dividir aquele “bolo” até que seria engraçado, mas por mais maluco que possa parecer um fetichista os limites estão aí pra lembrar o próximo passo...

O celular toca, você fala com alguém, mas segue com o olhar fixo e percebe que nem a mente é capaz de controlar teus próprios instintos. É foda Zé!
O cara saiu e chegou finalmente a minha vez de fazer as pazes com o barbeiro.
Só restou pedir ao Waldir que antes de tudo molhasse minha cabeça com água gelada, assim, acalmaria minha extrema agonia que perfeitamente instalada nem dava sinais que estava a fim de ir embora.
Na volta estava escuro e já não havia tantas batatas de pernas pelo caminho.
Melhor assim, pois ainda tinha o que fazer por aqui...
2 comentários:
nossa cara...confesso ki tmbm tenho a msma tara por pernas e tornozelos perfeitos...principalmente qndo estao amarrradinhos
Meu caro amigo!
Realmente esse nosso vai e vem, nesses dias de verão, mesmo sendo na correria do dia a dia, para nós fetichistas é um prato mais do que cheio. Veja bem, são deliciosas panturrilhas, coxas grossas, saltos dos mais variados tipos, vestidos cada vez mais decotados, salientando os seios e o bumbum e, principalmente, mulheres com seus cabelos presos, tipo coqui, ou então um rabo de cavalo bem feito, deixando a nuca a mostra, quase que me pedindo um beijo.
Vou parar por aqui, que só de imaginar, tá ficando difícil escrever.
Parabéns, mais uma vez, pela matéria.
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