terça-feira, 3 de março de 2009

O Lado B

O travesti em si só é um fetiche.
Diriam os estudiosos que ser um travesti é resultado da necessidade da mudança de sexo para apresentação em shows ou espetáculos, mas com o tempo, homens com esse tipo de comportamento ficaram conhecidos também como transgêneros, que através de silicones e mudanças de hábitos, assumem o papel de mulher, ou seja, independente da tendência sexual a vontade de assumir o papel do sexo oposto.
Nessa onda, muitos homens criam seus fetiches e fantasias a partir do envolvimento com travestis, ora fazendo o papel de fêmea ou buscando a inversão de papéis. Mulheres podem assumir essa inversão, por meio de brinquedos eróticos, mas o travesti pode executar esse papel de forma real.
De fato, esse post quer falar da preferência de alguns bondagistas em praticar o fetiche com travestis. Espalhados pela internet, diversos sites apresentam trabalhos de bondage desenvolvidos em travestis que alcançam uma enorme parcela de êxito, basta procurar no google através das palavras: “bondage crossdresser”.
Pessoas passeiam pelo mundo “underground” em busca de pequenas aventuras com travestis que por falta de opção, aderem à prostituição em sua grande maioria. E isso facilita o trabalho de quem exerce essa procura, principalmente nas grandes cidades, onde existem lugares específicos, os chamados “pontos” dos transexuais.
Fã inconteste de realizar suas fantasias de bondage com travestis, um amigo a quem aqui chamo de Otávio se confessa um fanático por essa preferência e, sem o menor constrangimento, afirma que não realiza seu fetiche com mulheres, apesar de jurar que não tem nenhuma tendência homossexual. Segundo Otávio, o fetiche é fetiche e o sexo é o sexo, apesar de ter uma opinião contrária a dele, tenho por principio básico sempre respeitar o que pensa cada um.
“Não rola nada além da satisfação pessoal, feita de forma solitária (masturbação). Ela (?) fica amarrada e amordaçada, na forma que eu acho mais legal e o resto é comigo”, sentenciou.
Sei de outros casos onde há o envolvimento sexual através de sessões de dominação, sadomasoquismo e outros afins, onde o foco principal é a inversão de papéis. Com o tempo e através de experiências acumuladas com praticantes, os travestis tornam-se verdadeiros especialistas em diversos fetiches, incluindo podolatria, banhos, e outros.
Larissa é um travesti com aparência totalmente feminina, conta que esteve na Espanha por muito tempo e lá obteve aperfeiçoamento o que ajuda a ter uma clientela fiel de seus “serviços”.
Freqüentadora da Avenida Augusto Severo, entre os bairros da Lapa e Glória no Rio de Janeiro, Larissa fala que seus clientes levam os brinquedos eróticos e até calçados específicos para as sessões. Nada foge ao seu conhecimento no mundo fetichista e garante ter visto de tudo um pouco, apesar da pouca idade (24 anos).
Perguntei se algum fetiche a atraía e Larissa confessou-se uma podólatra assumida por pés masculinos com unhas aparadas e bem cuidados, porém, ressaltou ser muito difícil por em prática sua “tara” em seu local de trabalho. “Isso pertence a minha vida pessoal”.
Concluindo, é certo que o preconceito empurra essas pessoas para esse submundo onde as regras nem sempre são leais e respeitadas, onde a lei continua sendo do mais poderoso e os normais apenas sobrevivem. Uma mistura de medos e mitos cerca essa gente com ar desprotegido e de difícil resgate social. Num mundo mesquinho e despreparado, pessoas como Larissa encontram a felicidade em pequenas doses dentro de seus muros onde exista abrigo, porque só conseguem pertencer ao lugar onde outras pessoas como elas habitam, onde todos sonham iguais, com um tempo que talvez exista num futuro distante e que só pertença às novas gerações.
Nós fetichistas, que também pertencemos ao lado B da enorme esfera social sabemos o que significa o preconceito, pois temos cicatrizes muito parecidas.

BOUND BRAZIL


Mudando de assunto, hoje o site Bound Brazil apresenta um ensaio fotográfico sensacional com a bela Nicole, uma das modelos mais pedidas no site. Para conferir, salvar e...
O resto é com a imaginação de cada um.


Crédito das Fotos: (Foto acima: www.tranniesintrouble.com (travestis) - Abaixo: Nicole hoje no Bound Brazil)

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