
Uma amiga que não havia tido contato com qualquer fetiche até ler o blog comentou: “outro dia num bar notei que um cara estava de olhos grudados nos meus pés. Calçava uma sandália que deixava meus pés a mostra. Confesso que deu constrangimento ao ver que o olhar do sujeito era direto, sem disfarces. Desculpa, mas achei que muitas dessas matérias fossem um delírio”.
Pois é, minha amiga perdeu a chance de levar o cidadão a loucura.
Claro, se ela tivesse interesse na pessoa que não tirava os olhos de seus pés e conhecendo os truques fetichistas, poderia começar um “dangling”, aquele movimento que as mulheres fazem colocando e tirando o calçado, ou de repente, bolaria algumas poses salientes balançando os pés até que o nobre podólatra perdesse a linha.
Como diz a canção, todo fetichista vai onde seu objeto do desejo está.
Mas pra que isso tenha sentido, duas coisas são importantes. A suposta parceira gostar da idéia de ter um fetichista a seus pés, nesse caso, literalmente, e que ela conheça o assunto.
Se existir essa química é partir para o abraço, mas nem sempre é assim e muitas vezes esse caminho é de pedras que se deve montar até alcançar o destino.
E se por acaso ela não quiser entender um fetichista sinto dizer, mas pior pra ela.
Tenho que concordar que alguns fetichistas tornam-se tão intensos que fica difícil haver um relacionamento com alguém que apenas deseja entrar na festa, realizar os desejos secretos da pessoa que gosta, sem ter a obrigação de pertencer a esse universo.
Já vi tanta gente mudar de opinião nesse mundo que falando ninguém acredita. Mulheres que hoje amam ter seus pés adorados por seus parceiros e que antes não davam à mínima nem para os cuidados que os pés exigem, e outras que não vêem nada de mal em usar cordas ou velas em suas relações. Só que essa intensidade deve ser moderada, sem exagero ou excessos, evitando o desgaste fatal que levará a relação a um ponto insuportável.
O fetichista deve preservar a sua conduta, deve ser moderado ao expor suas vontades a quem está apenas pisando em casca de ovos num mundo que jamais imaginou pertencer.
Saber começar, ter sabedoria para conduzir evitando o fracasso.
Costumo dizer que para o fetichista ter sucesso em sua busca é preciso se conformar em estar obrigado a dar “duas cantadas”. A primeira com o claro intuito de conseguir a mulher que deseja e a segunda na hora de falar de suas fantasias.
Portanto, prepare a saliva porque esse disco não muda. A música é a mesma desde que o mundo é mundo e quem não quiser se arriscar que procure nem tentar, porque o caminho é árduo e penoso brother!
Vale uma dica?
Bom, não precisa ser o mestre dos mestres, mostrar-se conhecedor de tudo que rola do lado de cá da linha. O boi da bunda branca normalmente se estrepa, se acha acima do bem e do mal e acaba passando a impressão de que sabe tudo, e ser o dono da verdade às vezes atrapalha.
Humildade pra reconhecer que sempre é bom aprender um pouco mais. É um bom começo.

Cada caso é um caso e o que foi bom antes tem grandes chances de ser melhor ainda agora.
Não reconstrua, apenas construa.
Faça a parceira conhecer o fetiche, mas não se esqueça de que você está conhecendo junto com ela, porque por mais que tenha experimentado de tudo, com ela será apenas pela primeira vez.
Um comentário:
Bjos,
ACM, é verdade quando afirmas que ir juntos ao conhecimento e descoberta de algo é muito melhor.
Imagine ter seus pés descobertos e sentir essa sensação pela primeira vez?
deve ser loucura mesmo. EU morro de cócegas nos pés. Mas tenho um amigo que insiste em querer "pegar em meus pés", rsrs.
gostei do texto, vou mandar para ele.
yllenah
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