quarta-feira, 10 de março de 2010

Te animas?


Vem chegando o Outono. Aqui no Rio de Janeiro nem quente e tão pouco frio, talvez o ideal.
Pois que voltem as calças jeans e sapatos fechados, porque a moda da estação é ditada sempre por elas.
Hora de trocar o chope por um bom vinho, sentir aquele friozinho de noite sem nuvens no céu. Gosto pra cacete dessa época do ano nessa cidade tropical e acho que desperto mais fetichista do que nunca nas manhãs de março e abril. É hora de gastar saliva, das cantadas ao pé do ouvido e praticar o fetiche sob a luz da lua. Dizem que vem por aí um calendário fetichista fixo aqui no Rio, é esperar pra ver.
Mas, por enquanto, vale sair por aí a procura do par ideal. Usar os canais de relacionamento social, fazer amizades e trocar a lista de desejos, aliás, saber preencher a sua wishlist é condição fundamental para começar qualquer relação fetichista.
Imagine se você topa com uma dominadora e não se confessa um submisso? Na hora que a chibata começar a cantar não dá tempo de correr brother, e você vai entrar direto numa grande furada. Acredite.
É muito complicado supor que uma relação fetichista tem algo de parecido com uma relação – digamos – convencional, onde as coisas se “ajeitam”. Nada disso, aqui o buraco é literalmente mais embaixo. É bola ou bulica, e você tem apenas um tiro pra ser disparado, portanto, trate de acertar o alvo ou as chances de sair chamuscado só irão aumentar.
Num mundo onde as pessoas que habitam colocam o desejo e a fantasia em primeiro plano, a adaptação só é possível quando existe convergência de idéias. Por exemplo: você gosta de amarrar a garota na hora da transa, mas não vê com bons olhos o uso de instrumentos e brinquedos que provoquem dor. Por outro lado, ela topa as cordas, algemas, mas não fica satisfeita se não houver uns tapinhas, pingos de vela e etc.
Se você for radical não entre nessa e esqueça a possibilidade de ter essa mulher como fonte principal de seu desejo, porque ela não ficará realizada apenas em brincar com a sua fantasia, o seu tesão. Ela também possui uma lista elaborada e sonha da mesma maneira.
Para haver uma adaptação é necessário concordância em aceitar praticar o que vem de lá e ela se submeter ao que vem daí. É o chamado mar de rosas, ouro sobre azul ou no mais popular, juntar a fome com a vontade de comer.
Existem, porém, os casos atípicos, aqueles que ninguém aposta que pode dar certo e, de repente, a letra se funde com a canção.

Houve um tempo em que tive uma relação longa com uma dominadora. Quem pensa que ela me descia à lenha se enganou.
Tínhamos um trato: ela praticava com outros e outras e eu saciava meus desejos noutra freguesia. Muitos vão achar que isso não passa de uma conversa de bêbado, mas esse fato existiu por um bom tempo e há testemunhas vivas e presentes para reconhecer a firma.
Claro que não é fácil aceitar e conviver com isso, mas se vale o ditado de que o combinado não é caro ou barato, senão somente o combinado, pode ser possível.
Basta ter a cabeça no lugar, uma grande dose de confiança que chega a ser divertido, afinal, fetiche nada mais é que uma fantasia.
Portanto, animem-se e entrem na roda para guardar o lugar na fila.
Preparem-se e deixem rolar suas virtudes e conhecimentos. O ano começa agora. Acabaram as férias e o Carnaval só volta ano que vem. Tire a roupa preta do armário, muna-se de acessórios e entre nessa festa.
Lembre-se que a fila anda e você não vai querer ficar com a vela na mão ou ser o “marraio”.
O mundo é todo seu, basta saber viver e aproveitar.

(Foto ao lado: Sarah Blake - Parceira no Fetlife e "Sonho de Consumo")

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