terça-feira, 9 de março de 2010

A Intransigência


Deu na Revista Época.
Numa matéria assinada por Fernanda Colavitti e Rodrigo Turrer com o sugestivo titulo (o que é sexo normal?), um assunto importante é abordado: a Associação de Psiquiatria Americana (APA), a entidade responsável pela elaboração do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais (DSM), classifica todas as práticas relacionadas com BDSM (Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo) como distúrbio psiquiátrico.
Publicado em 1952 e atualizado pela quarta e última vez em 1994 (houve apenas uma revisão de texto em 2000), o documento de 943 páginas, que descreve cerca de 300 distúrbios psiquiátricos, entre eles os sexuais, está sendo reformulado. O DSM-5 será publicado em 2013, mas a lista com as propostas dos comportamentos que passam a ser considerados anormais, os que deixam de ser e os que se mantêm foi divulgada em fevereiro.
Se você não concorda com a permanência das práticas de BDSM no manual, como está sendo proposto, ou com qualquer outro item da lista, poderá se manifestar. O rascunho ficará disponível na internet (http://www.dsm5.org) até abril.
Embora eu não seja psicólogo, sexólogo ou possua embasamento cientifico para tratar do assunto, como fetichista e praticante tenho o direito de dar a minha opinião. Acho que juntar o inofensivo e o prejudicial num mesmo rol é pura intransigência.
Quando existe uma relação sexual entre duas pessoas o normal é pressupor que há conivência de ambos para tal. Posso ter até um impulso fetichista, me apaixonar por uma imagem, delirar com uma mulher por horas a fio, mas se tenho um comportamento normal e total respeito aos preceitos sociais e legais, não posso ser considerado um doente mental.
Um fetichista compulsivo pode até ser considerado “um chato”, mas jamais um demente.
Segundo a mesma matéria, podemos ler que os profissionais que estudam a mente humana dizem que comportamentos sexuais só precisam ser tratados quando afetam negativamente a vida do indivíduo ou dos que se relacionam com ele. “Se a pessoa não sofrer e não prejudicar terceiros, não é uma patologia”, diz Ronaldo Pamplona, psiquiatra e sexólogo, autor do livro “Os 11 sexos, as múltiplas faces da sexualidade humana”.
Resumindo a ópera, creio que esse assunto deveria obrigatoriamente passar por uma discussão ampla, envolvendo os praticantes dos fetiches e seus segmentos. Com o apoio da mídia, esses “guetos” seriam ampliados e a sociedade poderia enfim conhecer o chamado submundo onde somos relegados.
Onde não existe doença não há contágio, portanto, é hora de sair da toca e dar a cara a tapa. Só assim seria possível exigir da sociedade um mínimo de respeito por práticas sexuais não convencionais, que hoje, infelizmente, são tratadas como patologia.

As pessoas fetichistas pautam por um convívio social dentro da normalidade, trabalham, estudam, têm família como qualquer pessoa que pratique o sexo chamado convencional, apenas com uma forma diferente de desejo.
E desse imbróglio todo se chega a uma única conclusão: desde que meu fetiche não perturbe a minha convivência com o mundo ao meu redor, não me considero uma persona non grata a sociedade que habito.
Então, se no coração do primeiro mundo as práticas fetichistas são consideradas distúrbios mentais dignos de tratamento, aqui no Brasil seria caso de internação na primeira clinica psiquiátrica disponível.
Culpa da intransigência de pessoas que se negam a ouvir o outro lado da história, mesmo que essa face tenha um sabor e uma postura diferente.
Faça valer seus direitos de cidadão e deixe sua opinião na lista.
Só assim você será respeitado.

5 comentários:

  1. Olá sou uma bondagista e tenho meu blog com fotos de selfs bondage que faço, achei ótimo seu espaço, lhe lincarei nommeu universo
    beijosrosados
    Ísis

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  2. Teu clip de hoje ficou show. Mulher amordaçada com stuff de calcinha é o maior tesão.
    Parabens.

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  3. Se ser bondagista é estar com distúrbio mental, então, que me internem urgente num hospício, porém que este hospício esteja repleto de enfermeiras lindas, prontas para serem amarradinhas.

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  4. que bom que vc viu e publicou uma materia em cima do que lhe mandei..assim podemos lutar juntos contra esse absurdo..

    Muito bom..
    Bondagista Podólatra

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