Indispensável, fundamental. Precisa mais sinônimos?
Essencial é tudo aquilo que tem um sentido obrigatório,
como uma via de mão única. Você segue um caminho que escolhe e em se tratando
de fetiches se torna imprescindível.
E por quê?
Simples, porque alguma coisa te faz seguir um rumo, um
destino.
É como abraçar uma causa, com a diferença que o
fetichista acaba advogando em causa própria, o que se transforma no resultado
perfeito pra equação.
Muitos defendem a tese que todo rumo pré-estabelecido pode
sofrer uma mudança de curso. É evidente que sim, afinal, desejo é algo que pode
ser mutante, mas a essência deve e precisa ser preservada. Renegar as origens é
abdicar do prazer.
Por isso, com clareza de raciocínio escrevo: ninguém abre
mão de suas raízes fincadas por nada. O que se lê em romances é pura balela. O
fetichista estará sempre próximo ao que lhe seduz, ainda que na
clandestinidade. Esse papo cabeça de repensar relação e abrir mão disso ou
daquilo esquecendo a própria essência pra ser feliz funciona na novela das
nove, em trilogia literária pra Inglês ver, aqui, na realidade, onde o sino
toca quando você descobre o fetiche nas entrelinhas da vida, tudo conspira pra
que esse seja mesmo o destino correto.
A teoria do essencial leva alguns fetichistas a repensarem
suas relações.
Ainda que cada caso seja um caso, às vezes existe a
possibilidade de encontros infalíveis. Porque a conjunção de idéias soa
agradável a quem flerta com uma boa relação, o que joga por terra qualquer tese
que tenta estabelecer um critério de fidelidade à posição que o fetichista
ocupa no tabuleiro. Os famosos “roleplays” existem, é de fato uma troca de lado
dentro do jogo, o que não altera em nada a essência que cada um carrega.
No BDSM não há demérito ou culpa, há escolhas. E quando o
praticante visualiza seu horizonte na ótica da parceira e vice e versa, alguma razão
existe pra tanto. Claro que estamos falando de troca, porque se o assunto for
uma total mudança de postura dentro da prática outros fatores deverão ser analisados.
O importante é que exista coerência até pra admitir qualquer
comportamento diferente daquilo que estava programado quando da entrada do
praticante no jogo. O BDSM não aceita mentiras. Não há um tribunal que possa
julgar alguém, a questão deve ser relevante para o próprio praticante e seu bem
estar. Seria o chamado foro íntimo.
Às vezes leio teses que são colocadas em fóruns de
debates em sites específicos e concluo que em todos os lugares onde há um gueto
que respeite opiniões e critérios, tal fato se torna importante tanto pra quem
questiona quanto pra quem faz da leitura um acumulo de conhecimento. Nada
melhor que observar comportamentos pra criar uma base solida de entendimento do
universo que se coabita.
O universo fetichista absorve desejos de seres humanos,
portanto, nada mais justo.
Por conta disso, todos os sonhos são permitidos. E é
justamente quando a busca da realização de um sonho se torna essencial que o
fetichista corre ao seu destino e acaba encontrando um lugar comum, onde haja
uma convergência de idéias capaz de fazê-lo imaginar que a sua bussola
finalmente encontrou a direção correta.
Pra muitos esse encontro ainda está distante, outros,
porém, o vêem próximo. Experimentam bons e maus momentos e acabam
estabelecendo um elo que os une entre a vida e o sonho. Ora se o bondagista sonha
com a mocinha em perigo na adolescência seguramente haverá quem deseje ser a
mocinha lá adiante. Nesse caso, especifico, ela não será sua escrava sexual,
ainda que ele seja escravo da sua própria fantasia. Então, esse é o risco que
se corre quando se tem uma jornada pra percorrer a procura de um objetivo.
No entanto, prefiro mil vezes ser escravizado pelo meu
sonho a deixar que ele se perca por aí
sem que eu possa pelo menos ter tido a
oportunidade de vivê-lo em algum momento.
Tudo isso, na mais pura essência.
2 comentários:
Oi.
Concordo plenamente.
Buscar e viver os seus sonhos.
Oi {lena}_PYRIEL,
Temos que ir atrás deles
Beijos
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