Quem me dá a honra de seguir minhas postagens deve saber
que quando o papo é BDSM não sou muito chegado ao politicamente correto. E já são
mais de vinte anos nessa militância que me conferem o direito de ser
anarquista.
O que nada tem a ver com comportamento enquanto
fetichista. Há regrinhas básicas que precisam ser seguidas, como em qualquer
meio social que seja de interesse freqüentar. Meu anarquismo é mais amplo,
abrangente, e vai ao encontro do que se intitulou chamar de prazer e realização.
Sim, porque tem muita gente escrevendo opiniões sobre
isso e aquilo de forma tão ortodoxa que não desce, nem com um bom Dreher (se
fosse bom mesmo!). Ora, tesão é alguma coisa do tipo pessoal e intransferível e
só cabe no bolso de quem tem. Mas ultimamente a coisa tem andado tão feia que
tem gente se metendo até no desejo alheio com esse papo bobo de patrulhamento
em todas as esferas.
Se alguém tem duvida basta criar um perfil numa rede
social lotada de fetichistas como Fetlife, Facebook e prestar atenção aos
grupos e opiniões. Claro que nem tudo que se posta faz menção a esse tema, mas
muita coisa tem essa lógica.
Há uma distorção quanto ao uso dessas redes. Normalmente
se usa esse tipo de espaço como meio interativo, como forma de expor idéias e
trabalhos fetichistas de um modo geral. Fotos e vídeos reais deveriam ser o
carro chefe, mas nada disso é regra quando se fala de fetiche tupiniquim.
Existe um melhor aproveitamento dos canais, mas ainda há
uma lacuna imensa comparado ao que se vê fora de nossas fronteiras. Alguém pode
levantar a questão da exposição, afinal, vivemos numa sociedade retrograda de
conceitos arraigados a dogmas e preconceitos imbecis. No entanto, não é
necessário se expor pra ter um mínimo de identificação com o perfil estabelecido.
Não dá pra colocar o rosto tudo bem. Basta elaborar uma cena singela de autoria
pessoal e ter o mínimo de trabalho de pegar uma maquina, um celular, e
registrar qualquer coisa que não seja afanada da internet.
Postar uma foto dos pés, das mãos ou até do pescoço não é
tão difícil assim e fica muito mais intimista e autentico do que pegar uma foto
de terceiros e simplesmente postar porque achou bacana.
O fetichista de ocasião, sem identificação com o meio,
sobrevive dessas artimanhas. Daí é necessário que exista uma identidade que
faça com que haja interação entre o meio e seus habitantes, ou o tempo se
encarregará de apagar o período em que o fetichista sem qualquer conteúdo transitou
pelo BDSM.
Então vejo essas pessoas anônimas tramitando nos grupos e
opinando sobre o comportamento de fulano e beltrana. E justamente essas pessoas
citadas são aquelas que por decisão pessoal se mostram por inteiro. A lógica
aqui é tão simples como uma conta de subtração de padaria: eu escondo meu rosto
e atiro sempre a primeira pedra.
Lindo isso não? E pior que existem pessoas que dão trela
a esse tipo de assunto...
Por isso, sempre insisto na mesma teoria de que o
politicamente correto está em cada um e seu comportamento junto ao meio em que
milita. Se alguém disser que você está fora de contexto porque gosta disso ou
daquilo siga sua seta, abrace sua causa e simplesmente passe batido. O BDSM não
tem dono, sindico ou procurador pra dizer o que é certo ou errado.
Todos têm o direito de banir ou aceitar ser banido por
fazer um cagada que seja irreversível.
Supõe-se que quem habita esse universo seja dono do seu
nariz e tenha idade suficiente pra saber o que é correto ou não. O fato de pertencer
a um segmento não exime qualquer praticante de seus defeitos ou virtudes porque
veio parar aqui. Cada qual traz consigo o melhor e o pior, e cabe a quem se
relaciona com quem se apresenta a decisão de conviver ou desistir.
Porém, o básico, o principal, é assumir sempre o que
trouxe o interessado até o meio. Isso é imutável, autentico e quem se atreve a
desmerecer é tão idiota que não consegue saber o quão inconveniente se torna.
8 comentários:
Texto maravilhoso!Adorei tudo o que li, mais uma vez parabéns Sr.ACM, é por isso que sou sua fã rsrs
beijos
Rock \m/
Obrigads por esse texto,precisava de algo assim. Um beijo! Sds.
Love Bondage, como eu disse no arquivo, é muito mais uma opinião pessoal que qualquer teoria.
Feliz que tenha gostado
Beijos
Anônimo (a)
Que bom, acertei na mosca...rs
O Sr. é nota dez!!! Gostei e muito... ;))
Meu querido.. :)
Quanto tempo estou displicente e não venho aqui.. e vim hoje para me deparar com um texto, nada anárquico e sim verdadeiro..
Quando a gente mostra a cara (e as vezes mais algumas coisas) não temos o valor devido, do que aqueles que aparecem com mácaras e dedos apontando.. fácil realmente tacar pedra na cada alheia, qd não dão nem o endereço para que possamos ver se o telhado não é de vidro..
To em fase de ostra, um pouco exibida.. curtindo o BDSM como me propus no meu início.. no real.. praticando.. vivendo.. a língua parou de falar e os dedos de escrever.. Tem sido melhor assim, pelo menos pra mim.. Mas, sabe, nem preciso escrever, quando vejo que vc escreveu tudinho, que eu queria escrever..
Muito obrigada ao AMIGO, ao FETICHISTA e ao BDSMer.. ;)
Carinho e respeito profundo "per ti"
Bjks
ariska
Gracias Luna, y disculpa por el retraso en responder tu amable mensage.
Besos
Ariska querida, acho mesmo que melhor que escolher palavras, é escolher uma bela noite de prazer...
Beijos
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