Passei a noite de Domingo assistindo a esse filme. Como não poderia ser diferente, vale à pena postar uma resenha, ainda que possa parecer um pouco “over” publicar outro artigo a respeito de cinema em menos de três dias. Mas vá lá.
O filme de D. Stevens tem um enredo bastante simples.
A história gira em torno de dois personagens, Peter (Pierre Dulat), que é um cara rico na casa dos cinqüenta e Mary (Andrea Edmondson), que mais tarde torna-se GG (seu apelido) uma menina jovem que vive na periferia da grande cidade. Por conta da morte de seu gato ela está enfrentando uma pilha de contas do veterinário, um namorado violento com quem ela terminou o relacionamento, e ainda por cima está sendo despejada de seu apartamento.
Então, de repente, ela esbarra em Peter, enquanto está trabalhando num de seus empregos temporários. Ele se oferece para ajudá-la e a convida para jantar quando lhe propõe do nada um cheque de dez mil dólares como auxílio.
O enredo é sobre BDSM, mas acho que sai um pouco dos trilhos porque Peter não está retratando uma situação construída em negociação mútua, em vez disso, ele parece tirar proveito da situação de Mary, o que deturpa o protocolo mais comum dentro de BDSM – consentimento.
Peter a convida para sua mansão e coloca a disposição o jardim para enterrar seu gato. Enquanto ela está passando um tempo lá ele lhe oferece mais dinheiro para que fique por mais dois dias. A impressão que fica é que ela naquele momento se submete em nome da própria sobrevivência e da boa vida que passar a usufruir. Mary recebe uma coleira e assume ser uma dog pet de Peter.
Vale citar a questão da entrega em troca de estabilidade financeira de novo porque se a intenção do diretor é traduzir as experiências que circulam no meio BDSM, outra vez o tiro sai pela culatra durante a narrativa. Uma vez questionado por Mary sobre algumas atividades, Peter ao sentir descontentamento de sua parceira oferece a ela a quantia de cinqüenta mil dólares para ser sua pet por seis meses. Acho que há aqui um conflito moral em toda a história e soa como descrédito ao que se pratica dentro da comunidade BDSM, mas essa é a ótica de quem criou a trama.
O confronto de teoria também é questionável no enredo. A aproximação de pessoas que raptam mulheres para tráfico de órgãos e outros fins é inoportuna e a aparição destes personagens causa a impressão de que o filme não faz nenhum esforço para polarizar esses dois contextos diferentes, a fim de mostrar as diferenças entre uma entrega consensual e escravidão ilegal e real.
Apesar da chegada do suspense como objetivo principal do criador da obra as cenas se confundem. Tanto as praticadas por Peter e suas “escravas consensuais” como as que sugerem a captura de suas meninas em troca de resgate, nas quais as suas parceiras são vitimas de atos bárbaros que nada tem em comum com o BDSM praticado entre eles anteriormente.
Noves fora a confusão que o conceito de BDSM pode sofrer em meio à história o filme é vigoroso e eficaz. Basta pra isso que o praticante se atenha a trama e não procure traçar um paralelo entre as cenas consensuais da mansão de Peter e as que os mercadores de escravas brancas impelem em suas vitimas. O filme deve ser encarado como ficção, não como um auto-retrato do underground BDSM como sugere o começo do enredo.
Se a idéia é ver mulheres bonitas submetidas a capturas você acerta em cheio assistindo “The Pet”. E por falar em beleza é impossível não citar a excelente identificação com cenas de BDSM na participação de Lydia McLane (Red), que mesmo num papel de coadjuvante dá as cartas. Ela é uma conhecida modelo/atriz de sites norte-americanos de bondage. Mais uma prova de que as cenas reais contam muito em qualquer obra que o cinema tenta aproximar o BDSM dos seus espectadores.
Confira o trailer.
2 comentários:
oiee. sou louca pra ver esse filme!!manda ele pra mim...
petbeijos...
Olá sumida...
Pensando bem, já que tem tudo a ver com teu nick, mando sim...rs
Beijos de regresso
ACM :)
Postar um comentário