sexta-feira, 8 de julho de 2011

Fetiche na Gaveta


O que você guarda? Onde, como e por quê?
Guardar, colecionar é um fetiche. E quando se amealha imagens com ou sem movimento de cenas de fantasias sexuais se alinham dois fetiches. Mas o problema começa no exato instante em que quem se atreve a tomar tal atitude se candidata a ser devidamente desmascarado.
Sim, porque segredo de dois não existe certo? Só há segredo enquanto é restrito a quem sabe e mais ninguém. Porque no momento que alguém chegar perto e te disser que quer revelar qualquer coisa, deixou de haver o segredo.
Então, guardar imagens de cenas fetichistas é o primeiro passo para o fetichista se revelar.
Mas como viver sem elas? Todas. As próprias, as alheias, as que aos olhos agradam e precisam ser revistas?
Ok são dois casos. Concordo. Porque algumas cenas que a fotografia revela e, por sua vez, gostaríamos de rever é um lado da moeda, enquanto as que mostram nosso protagonismo nas cenas são aquelas que têm a fama de ficar guardadas a sete chaves. E nos dias de hoje as cosias são bem mais simples, uma vez que o mundo digital está ao alcance das mãos e cada vez mais barato. No tempo das diligências a banda tocava totalmente diferente brother.
Havia a temida revelação das imagens. Mãos alheias e curiosas que podiam reter a qualquer momento o que passava diante de seus olhos.
Ficava no canto da mente aquela sensação horrorosa de que alguém em algum lugar viu.
Íamos buscar as fotografias com aquele gosto de cabo de guarda chuva na boca. O cagaço estampado no olhar... E ainda inventaram umas máquinas nos shoppings onde as fotos deslizavam diante de qualquer mortal que ficasse de plantão de fronte a vidraça. Tempos difíceis...
Imagens guardadas no HD nos dias atuais são como aquelas que até bem pouco tempo se tinha numa gaveta qualquer. O risco agora é cibernético e antes era real. Porém a forma de afanar é a mesma. O gatuno pode estar dentro de sua rede de Internet enquanto no passado esperava à espreita por um momento de distração, de descuido. E quem tem o costume de armazenar imagens em DVD ou em “pen drives” corre os dois riscos.
E qual seria o melhor a fazer? Nada, infelizmente não há nada a fazer. Quer a prova?
Vai dizer a uma submissa que suas fotos com a bunda pintada de rosa choque devem ser apagadas imediatamente depois de vistas? Me faz lembrar outra vez o passado, alguma coisa como: “esta mensagem se auto-destruirá em cinco segundos”!
Experimenta chegar ao pé do ouvido de um bondagista, de um podólatra, de um dominador sádico com a lábia de que é perigoso deixar rastros e, por isso, tudo deve ir pra lata do lixo após saboreado?
Pois é, estamos diante de um quadro de paralisia coletiva onde nenhum fetichista acha uma resposta. Tá certo, sem dramas, melhor assumir mesmo e arcar com as devidas conseqüências. É uma saída, ou então negar. Negar com veemência, com atitude. Dar as costas a evidência e na maior cara de pau olhar e afirmar: “este aqui não sou eu, embora seja parecido”!
Qual a saída ou o resultado da equação? Não sei, aqui não há regra de três possível pra resolver a questão. Porque quem guarda, quem adquire amor por coisas consideradas especiais prefere correr todos os riscos possíveis e imaginários a abrir mão de imagens com um significado específico. O ser humano vive do que constrói durante a sua própria existência e o passado pode ter uma enorme representação em meio a tudo isso.

Claro que viver pensando que há um bueiro explodindo na próxima esquina ou que a qualquer momento um piano pode cair na cabeça é o cumulo do pessimismo. Não estou inventando moda ou criando um conceito exagerado de pânico. Há que ter cuidado, patrulhamento, entretanto o melhor é viver os grandes momentos e guardar uma boa lembrança de tudo.
E se algum aventureiro quiser lançar mão de suas peças íntimas corra com ele, antes que estrague a festa e coloque a boca no mundo!
Um bom final de semana a todos.

4 comentários:

Lollis Riviera disse...

Meu Insano Senhor,

As aulas teóricas são excelentes!

Assinando embaixo, Lollis.

ACM disse...

Pois é Pequena Dama, há que deixar a teoria de lado...

Beijos
ACM :)

princess kitty disse...

Miauuuu!!!

Complicado isso, as vezes eu tenho pesadelos com isso hahaha! Mas mesmo assim prefiro correr o risco, claro guardo tudo em um local inacessivel, mas não me desafaço de videos, mesmo os que aparecem o rosto, porém esses são totalmente privados,rsrs, nem imagens :)

Ótimo tema!

Miaubeijos com carinho =^.^=

ACM disse...

Princesa Kitty

Guardar coisas é sempre um desafio, não apenas dentro de um universo fetichista, mas num todo.

Imagens alheias comprometem, as próprias denunciam, mas como abrir mão de um bem tão valioso quanto o retrato de um dia pra lá de especial?

O souvenir tem seu preço e pra nós vale toda a vigilância possível.

Beijos Guardados
ACM :)