quarta-feira, 8 de junho de 2011

Na Calada da Noite


Ela queria a fantasia sem retoques.
Tinha que ser dois supostos seqüestradores. O estupro era a cereja do bolo.
Não abria mão de reagir tornando a cena altamente real. Eles teriam que ter força e agüentar a tentativa de escapar ao ataque planejado. “Vou mexer minhas pernas, meus braços e tentar escapar. Vai haver gritos e xingamentos. Preciso de realismo, nada que seja mamão com açúcar.”
De maneira límpida e clara como água cristalina da fonte ela contratou o rapto.
O sujeito que fora contratado tinha que buscar um parceiro, contar a história e realizar a fantasia da moça de qualquer jeito.
Freqüentou as salas de bate-papo e pelas conversas flechou um camarada com um Nick interessante. Custou a fazer o cara acreditar que tudo aquilo seria real. Por fim, marcou um encontro num café onde juntos armariam o esquema perfeito pra atender aos anseios daquela mulher.
Claro que o dono da idéia além de fetichista era um tipo de “fantasy maker”. Cobrava uma grana pra saciar a sede de algumas mulheres que conhecia pela rede com posses para pagar por seus serviços. Virou uma espécie de guru dessa mulherada ao ter boas referencias por conta de “serviços” prestados com lisura. Só que desta vez um parceiro era solicitado e pela boa remuneração ele não pensou duas vezes em tentar o tal comparsa.
O papo fluiu. Em nenhum momento, porém, ele procurou afagar o bolso do fetichista. Criou um caso doido e capenga de uma amiga submissa a qual desejava ter uma experiência com dois varões. Pensava em fisgar o cara pelo desejo e assim ficaria com tudo.
Depois de mil perguntas, desconfianças sinceras e esclarecimentos precisos, o fetichista topou a parada. Foi claro ao dizer que não aceitaria nada que houvesse envolvimento com outro homem e no máximo toparia que ele observasse a sessão como um voyeur comportado, fosse esse o caso.
Sorriram, trocaram um aperto de mão e selaram o pacto.
Chegaram à residência da mulher e a chave da porta estava no lugar combinado. Isso deu força ao fetichista que passou a partir daquele momento a acreditar na história do desconhecido.
Com máscaras de esqui no rosto entraram discretamente e avistaram a moça lendo um livro no sofá da sala. O cara foi abrupto e abafou-lhe os gritos apertando a boca com uma das mãos enquanto com a outra dava uma bela gravata. O fetichista ainda sem jeito tentou ajudar e ao pegar as pernas da bela morena levou um pontapé que o fez cair por cima da mesa de centro.
Já com receio de levar outra pernada ele preferiu correr para o lado do cidadão e ajudar a abafar os gritos da mulher em desespero.
Foi repreendido pelo idealizador do ataque que ordenou que ele segurasse as pernas da garota para tentar por as coisas em ordem. Mas nada, cada coice gerava um novo tombo.
Com esforço e acostumado com aquele tipo de fantasia, conseguiu por a mulher de lado para que o parceiro pudesse, enfim, justificar o combinado. Ao olhar o fetichista ainda sem jeito pra coisa, bobeou e levou uma dentada na mão. Após um grito de dor, desferiu um violento tapa no rosto da mulher que a fez aquietar.
Neste instante, o fetichista amedrontado bateu em retirada...
Encerrado o ato recebeu apenas metade do combinado por não ter um parceiro como devia.
Retirou-se odiando o sujeito e com receio de que ela lançasse criticas ao seu “trabalho.”

Voltou algumas vezes às salas de bate-papo na tentativa de encontrar o tal fetichista que lhe deixou na mão. Nada, nenhuma pista. Perguntou daqui e dali sem sucesso, jamais o haviam visto por aquelas bandas outra vez.
Outros convites iguais chegaram, mas ele declinou de todos, sabiamente afirmando que não tinha confiança em introduzir alguém na cena por temer outro fracasso.
Várias são as conclusões possíveis: o fetichista não entendeu a trama, lhe faltava experiência ou era apenas alguém iniciante no meio sem saber ao certo o que representava um estupro consentido. Qual das opções é a que mais se adéqua ao caso?

4 comentários:

  1. nem eu entendi direito essa trama! kkkk...

    Mas claro que pra alguém iniciante, a tensão e o medo acabam sendo maiores do que os da vítima, afinal, sem conhecer bem as pessoas, pode ter medo de estar entrando numa fria grandiosa, o que é muito normal.

    Mas pelo visto a vítima era uma boa atriz, pq sendo consentido, acabamos deixando escapar uma risada, ou uma cara safada, ou menos defesa enfim, sei lá. Só sei que qria saber detalhes disso aí até o fim, que pena que foi um fracasso.

    petbeijos...

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  2. dogpet

    A historia é simples. Uma mulher com desejo de ser dominada por dois homens contrata um serviço profissional que ao final não é bem executado.

    Cabe a nós avaliar a conduta do sujeito que abandonou a cena.
    Por isso, o final sobre um corte abrupto.

    Beijos
    ACM :)

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  3. Miauuuu

    Que história! Mas acho que faltou um pouco de verdade da parte do contratado para o fetichista, se ele tivesse explicado que estava sendo pago e que ela iria realmente lutar contra, talvez as coisas tivessem sido diferentes, ou realmente era um iniciante mesmo.

    Dificil de saber sem estar a par de todos pormenores.
    Mas gostei da iniciativa dela, eu gosto assim tbm, tem que ser real rsrs

    Miaubeijos com carinho =^.^=

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  4. Gatinha Kitty

    Esse caso foi real, eu te garanto, e o cidadão sabia de todos os detalhes.

    A única coisa omitida foi o fato dos valores, do pagamento.

    Acho que faltou ao cara aptidão pra lidar com o fetiche, ou seja, se dizia um expert e na hora falhou

    Adoro quqndo você me dá a honra
    Beijos
    ACM :)

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