quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

The Notorious Bettie Page (2005)


Alguém comentou noutro dia sobre esse filme.
O drama de Mary Harron conta a história da vida de Bettie Page, talvez a primeira musa fetichista que o mundo conheceu. Falecida recentemente em 2008, e título de três artigos aqui mesmo no blog, a saga de Bettie deve ser analisada de vários ângulos distintos, por seu trabalho e desprendimento numa época cercada de preconceito por todos os lados, mas, sobretudo por sua contribuição para a obra de Irving Klaw.
O filme não enfoca apenas o fetiche na vida de Bettie. Ele conta toda a trajetória de uma garota que sonhou ser uma estrela de cinema, freqüentou aulas de teatro, e ganhou a vida com produções fetichistas até então proibidas e censuradas, flertando com o underground por achar divertido fazer.
“Não há nada de anormal no que faço. As pessoas se divertem, sorriem, e tudo não passa de simples encenação”. Ao tentar se justificar ao namorado sobre seu ganha pão, Bettie conheceu o preconceito de perto, vindo de alguém com quem dividia uma casa e uma cama.
Uma garota vinda do interior, após um casamento desfeito, com fortes influências religiosas e colecionando percalços no início da travessia entre o campo e a cidade grande. Conhece a fotografia por acaso que conspira degrau por degrau para que ela se torne uma estrela de um mundo que jamais pensou que existia.
A primeira parte do filme contada em flashback, utilizando o preto e branco com mesclas de cenas reais e produzidas, reflete um cuidado extremo com o figurino e ambiente capaz de captar o espectador.
Irving e sua irmã Paula descobrem em Bettie a musa fetichista que sempre andaram a procura. Os dois começaram a empreitada explorando o fetiche através de recortes de revistas e trechos de filmes onde mulheres em perigo entravam em cena. Se houver uma análise fria, este tipo de atividade é cultuada até os dias de hoje, em blogs, fotoblogs e outros. Os fetichistas não são os mesmos, o tempo passa, mas a essência permanece inalterada, apenas com total liberdade de expressão que os dias atuais nos concedem.
Navegando por este universo restrito, onde as produções eram concebidas como encomendas, o que acaba gerando todo o problema enfrentado por Klaw junto às autoridades, Bettie consegue viver uma vida dupla, deixando seu trabalho rentável na clandestinidade.
Segue tentando a sorte nas aulas de teatro enquanto realiza trabalhos paralelos ao fetiche, porque afinal, a indústria pornográfica embora não esteja diretamente ligada ao fetiche, sempre percorre por ramificações que levam essas retas a alcançar o mesmo destino.
A fama lhe toca por um lado imprevisto, com o qual ela não estava preparada para lidar.
Seus conflitos internos aumentam e nem as viagens para lugares paradisíacos a fazem quietar seu espírito.
No final, Bettie Page faz uma viagem de volta a sua própria vida.
Apesar de abraçar uma nova causa consegue enxergar a pureza no que viveu, e de longe assiste novas pin-ups retomarem um caminho que ela desbravou.

O filme serve de aprendizado a todo fetichista, porque conta em detalhes como tudo teve inicio, o preconceito social e a tentativa de desmoralização através de uma campanha sem sentido que para o bem de todos não passou de bravata de falsos moralistas.

Abaixo seguem os links para baixar o filme na íntegra com legendas em português.



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2 comentários:

  1. Olá, fiquei feliz que meu comentário tenha rendido uma coluna. Sinto-me honrado. Parabéns pelo texto. Vi o filme no cinema e adorei, acho um dos melhores retratos já feitos sobre o universo BDSM e fetichista de maneira geral, enfocado com sinceridade e respeito. Grande abraço!

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  2. Valeu pela dica da matéria.
    Embora já soubesse da obra, sempre é legal receber da galera que frequenta este espaço dicas sobre o que deve ser postado.
    Como consegui o link o resultado final ficou melhor.
    De todo modo eu que agradeço sua participação. E fique sempre por perto, para dar mais uma indicação sempre que quiser.
    Abraço!

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