quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Histórias Fetichistas (2)


Comecei a escrever este blog em Junho de 2008. De lá pra cá, muita coisa aconteceu. Promessas que fiz a mim mesmo ou a alguns fetichistas foram cumpridas, a construção do Bound Brazil, os filmes fetichistas de longa metragem, enfim, tudo está aqui registrado e guardado.
Muitas vezes me leio, me critico, me gosto e em alguns casos me odeio.
Mas neste ano que vai chegando ao fim o que mais me chamou a atenção foi à participação direta dos leitores. O senso comunitário deu as caras e o espaço mostrou-se capaz de gerar o que dele se espera.
Pessoas anônimas, comuns, iguais as que a gente vê todos os dias nas ruas, mandaram mensagens diretas, contaram suas aventuras sem medo na esperança de ver publicado, dando asas ao insano desejo de contar ao mundo de forma indireta alguns dos seus pecados.
Doces pecados, deslizes deliciosos de ler.
Homens e mulheres me enviaram seus dramas e dúvidas. Compartilharam segredos, ouviram opiniões, minhas e de tantos outros anônimos iguais que se transportaram pro âmago de cada uma dessas fantasias reveladas, realizadas ou não, mas que pouco importa, uma vez que na verdade elas apenas refletem pensamentos.
Relatei histórias felizes e tristes com a mesma paixão. O errado que deu certo o certo que deu errado. Como o sujeito que chegou pra amarrar a garota, acabou sendo amarrado e saiu todo feliz como se tivesse encontrado as chaves do paraíso. Fantasias que acabaram engordando a conta bancária de cafetinas e prostitutas. Podólatras tímidos e audazes, traições e arrependimentos, o perdão pré-concebido, coisas bizarras lógicas e ilógicas.
Submissas apaixonadas e dominadores de coração duro. Ou vice e versa.
Sádicos, masoquistas e vorazes switchers indecisos. Tudo isso aconteceu, ainda acontece e vira um caso a ser contado.
Essas pessoas, passageiros desse trem chamado fetiche, me ajudaram a encher essas páginas para alcançar um número o qual jamais imaginei chegar: 633 artigos!
E o trem está pronto pra recarregar as baterias e seguir seu rumo.
Como um bom exagerado eu quero mais. Quero mais vocês. Amigos e amigas virtuais de ontem, de hoje e os que ainda virão. Por que escrever com duas mãos se com mais é melhor? Quando abro minha caixa de emails e encontro uma mensagem trazendo uma história ou estória fetichista meus olhos brilham, e como um choque de energia na veia a chama acende e me dá a impressão de que jamais vai se apagar. Isso é fetiche brother!
Quem dera a vida fosse só isso e nada mais...
Seria injusto escolher um relato e afirmar: esse mexeu comigo, me deu tesão!
Foram tantos que até a escolha é complicada. Cada qual gerou um misto de vontade de fazer, medo de tentar e uma razão pra jamais querer. Seria uma extrema dose de egoísmo escrever só pra mim a respeito de coisas que só a mim interessam. E como diz um grande amigo de quem eu tenho muita saudade: “se esse mundo fosse meu todas as mulheres iriam dar pra mim”.

Mas já que o mundo não me pertence é legal fazer parte de uma fatia onde se congrega pensamentos e é possível reunir e reler amigos. Por isso, amanhã já tem outra história e depois outra e mais uma. E pra ler a sua é só escrever. Simples, nada demais. Quem sabe como um sapato usado e confortável ela caiba em alguém?
O acaso não existe!
Apesar de ter escrito um pouco das minhas próprias histórias, acho que já é hora de sair de dentro do armário e colocar pra fora algumas que ainda tenho guardadas.


Prometo dizer a verdade, nada mais que a verdade, nada além da verdade...

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