quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Equação Submissão x Travestismo


Dizem que o que se repete muitas vezes acaba se tornando verdade.
Não é de hoje que leio a respeito de travestis que assumem ser submissos. Se é um fato eu não posso afirmar, mas por outro lado, algumas evidências e depoimentos não podem ser ignorados.
Mickey é um travesti e fetichista. Faz parte da minha lista de amigos no Fetlife.
Vive em East Sussex, uma localidade distante noventa quilômetros de Londres. Em seu perfil conta um pouco da sua vida e, principalmente fala sobre a sua relação com o fetiche. Fotos e palavras explicam um pouco disso tudo. Confiram.
“Eu sou um travesti e uma escrava submissa.
Sim, sou eu na foto. Eu sou bissexual, assumido, feminina, descontraída, romântica, mocinha em apuros, ainda que seja um travesti. Eu adoro abraços, beijos e vincilagnia (jogos de bondage). Mantenho as unhas muito bem pintadas, sobrancelhas feitas e conservo a pele lisa, o que me ajuda a conseguir minha aparência feminina ideal.
Eu era um menino de aproximadamente sete anos quando eu descobri as maravilhas de usar roupas femininas e os prazeres de ser amarrado, amordaçado e ficar impotente.
Vestida como uma mulher, amarrada e amordaçada passou a ser a razão da minha existência. É por isso que eu acredito que o travesti, em sua grande maioria, tem prazer pela submissão e quase afirmo isso por ver tantos travestis desfrutando do fetiche de bondage.
Bons amigos são o meu bem mais valioso, especialmente quando eles me amordaçam e amarram com as minhas mãos atrás das costas. Eu amo a privação sensorial e passeio pelo espaço quando uso plugue auditivo, sou amordaçada, encapuzada e encapsulada em um dos meus sleepsacks (sacos de dormir).”
Mickey assume sua condição homossexual e fetichista sem problemas. Não esconde nada e tem milhares de fotografias espalhadas por várias redes sociais na Internet. Exibicionista? Talvez, ou orgulhosa de sua escolha.
Por aqui alguns depoimentos vão ao encontro desta tese.
Em março passado produzi um ensaio a pedido de um travesti. A Larissa me disse que queria fazer um ensaio amarrada. Aceitei o desafio de amarrar um transexual pela primeira vez, presenteei e guardei as fotos que me fez sentir bem por ter ajudado a realizar uma fantasia.
Claro que fiquei curioso e quis saber o porquê das fotografias. Curiosamente as razões apresentadas foram idênticas as relatadas pela Mickey em seu perfil. E olha que existe um oceano entre as duas e milhas e milhas de distância.
Larissa não assumiu a submissão total e irrestrita, mas confessou-se atraída por ficar indefesa e vulnerável diante do parceiro durante o sexo. Disse que dessa forma, se sentia mais feminina e o fato de parecer em apuros, assim como Mickey, a fazia extravasar um desejo que vinha desde a infância.
O resultado da equação submissão e travestismo pode não ter um valor final igual a cem por cento. A regra aqui permite exceções e há de existir travestis com tendências dominantes. Prefiro ficar com a idéia de uma tremenda coincidência entre esses dois exemplos.

Entretanto, segundo um amigo dominador, realizar o fetiche com travestis é a garantia de ter a submissão garantida. Afirma que nunca errou na escolha e nas vezes que apresentou o fetiche foi plenamente atendido, com um índice de satisfação total.
Quando perguntei sobre a sua suposta homossexualidade ele foi categórico: não há sexo, só fetiches. Na hora, imagino que estou diante de uma mulher, daí rola fácil.
Vale esclarecer que os travestis a quem meu amigo se refere praticam prostituição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário