
Falar de fetiches excita?
Não pensem que esse papo é em meu próprio benefício, até porque aqui eu escrevo. A idéia é tentar saber se falar sobre seu fetiche preferido com alguém que pode ser seu alvo para a realização, ou não, causa frisson.
Vou ser mais direto: o sujeito desenrola uma conversa no pé do ouvido dela, abre o coração e desanda a falar sobre cada detalhe de sua fantasia sexual.
Claro que esse exemplo não se aplica aos tímidos, que diante do fato ficariam tão mudos como os telefones públicos. Mas quem consegue superar esse obstáculo, e encontra quorum, acaba se deliciando com cada minuto de conversa.
Não é preciso ser o boi da bunda branca, o papai sabe tudo. Falar do fetiche é ser espontâneo, direto, sem curvas que possam esconder seus próprios impulsos. Não é necessário liturgia ou pragmatismo excessivo, basta dar o bizú.
De repente o cara se apresenta pra conversa e aos poucos sente que existe algum tipo de reprovação de quem escuta, daí é importante fazer valer o seu desejo sem subterfúgios, porque se a fila andar não haverá chance de remendos lá adiante.
Será que é difícil encarar essa situação?
Nem tanto, basta pensar que só existem duas possibilidades de resposta: sim ou não.
Se vier um “sim” em forma de aceitação aos seus dotes é mar aberto com céu de Brigadeiro. Basta ter cuidado e respeito por quem te dá ouvidos. É importante não extrapolar, ultrapassar a linha que separa duas correntes de pensamento sem ofender a opinião de quem se dispõe a participar do papo.
Se o tempo fechar e um “não” cruzar seu caminho, não desanime. Mesmo diante de um quadro de deboche, imagine que você é dono da sua verdade e deve brigar por ela sempre, custe o que custar. Saia com a mesma elegância que chegou, de preferência antes que alguém te convide a se retirar.
Mas o “falar de fetiches” nem sempre precede uma cantada ou tentativa de realização de fantasias. Há pessoas, fetichistas, que têm tara por contar suas peripécias, andanças e preferências. Quase alcançam o orgasmo transformando em fantasia principal um bate-papo informal sobre fetiches.
Por mais estranho que possa parecer, cada vez mais fico com a certeza de que o fetiche é pessoal e intransferível.

Não é exagero dizer que em se tratando de bondage existe uma cena que é um sonho de consumo de bondagistas e bondagettes – as meninas que gostam de ser amarradas.
Estamos falando de suspensão.
Não há tabu ou bicho de sete cabeças. Devem ser evitados os riscos iminentes para esse tipo de imobilização.
O apelo é artístico.
Por mais trabalhosa que seja a cena, devo confessar que realizar um trabalho de suspensão é o prazer de fazer bem feito. Escolhi a Terps porque ela adora, delira quando está sem chão, com os olhos vendados sem saber a distancia entre seu rosto e o abismo.
Na parte onde está sendo construído nosso novo estúdio, entre materiais de construção e terra ao redor da churrasqueira a Terps balançou com segurança, tendo a companhia da Annalu em um hogtie feito com algemas e cordas. Foi um fim de tarde (quase noite) perfeito.
Estas cenas estão no filme que o Bound Brazil exibe hoje aos seus assinantes: Under Repair.
Um photoset com os detalhes desse trabalho de cordas faz parte do esquema.
Um excelente final de semana a todos!
Belo texto
ResponderExcluirbjs de mel
ursinha