segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cuide bem “dele”


Acho importante falar de fetiches.
Dicas, opiniões, pesquisa, tudo isso favorece na busca de um bom desempenho em se tratando de práticas.
Mas será que alguém já parou pra pensar que nada disso tem o menor sentido se não houver uma colaboração direta de seu companheiro fiel, de todas as horas?
Se liga brother, estou falando “dele”. É, aquele mesmo que fica a uns trinta centímetros abaixo do seu umbigo.
Portanto, chame-o do que quiser. Dê o nome que achar conveniente, a escolha é sua, mas pense que ele merece sua total atenção, sempre.

É preciso que entre ele e você não haja nunca uma zona de atrito.
Como é que eu vou falar?
Tem tanto apelido que eu me perco.
O que é que tá havendo? É a primeira vez...
Outras horas não estamos nem pensando e ele se faz presente, se quiserem podem trocar por faz-se notar.
Ele é um amigo, aquele amigo em que você vai confiar sempre, na esperança de que nunca vai falhar.
Nunca esqueça de que ele começou a se interessar pelas coisas muito tempo depois de você, uns treze anos talvez, e provavelmente vai morrer antes.
O que? Uma morte que você vai sentir muito, um luto sofrido amigo, porque morreu. Tá morto, adeus, esqueça, você não vai na loja e fala: me dá um, me dá dois... Não vende!
Então aproveite enquanto ele está vivo, incentive-o quando achar que ele merece nota dez. Quando gritarem é o maior, é o maior, agradeça, embora você reconheça que não é o maior, mais pelo menos está naquele rol do “chico, chico pero cumpridor”.
Então se esforce para que as pessoas do seu círculo de relações – relações aí é muito bem aplicado – e círculo também, inclusive. Para que essas pessoas tenham por ele o maior desvelo.
Aceite-o como ele é, e se você não está satisfeito com ele, faça um exame de consciência, veja como o tem tratado, a vida que lhe tem dado, os lugares que ele já freqüentou só para que você não ficasse mal, o que você prometeu e não cumpriu.
Sabe lá o que é sonhar com a Brigitte Bardot e encontrar a empregada da Clementina de Jesus? É mole? É mole? Tem que ser mole...
Quem sabe você não o está querendo passar pra trás.
Sabe se ele quer? Se ele gosta? Se é esse o caso dele?
Você não perguntou, é uma decisão sua, é unilateral, não faça isso, não...
Converse com ele, dialogue com ele, ele é um filho seu, e quem meu filho beija, minha boca adoça.
Você vive falando que ele é de direita, de centro, tá bom, mas quem está falando de política aqui?
Não lhe dê boa vida, ele quer passar apertado, que passe, problema dele, ele tá acostumado, ele é um carregador de saco no cais do porto. É isso é que ele é.

E não fique pensando que você se redime; que na juventude lhe deu boa vida. É mentira! Aquela vida idiota da juventude, de namoro no portão, sem o direito de entrar em casa, e você no seu egoísmo dizia que ficou na mão, e ele aonde é que ficava?
Numa dessa ele se irrita e se suicida, ele bebe veneno, dá um tiro na cabeça, sei lá...
Vai por mim, se um dia ele pular do viaduto, você é um adulto viado.

Chico Anysio

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