quinta-feira, 19 de junho de 2008

Tudo sobre Bondage (Parte 2 - Praticando)


Jogos deste tipo (Bondage) são um extra ocasional e opcional de todas as formas de atividade sexual e de cópula, já que o amante amarrado pode ser beijado, masturbado, montado ou simplesmente acariciado até o orgasmo; mas são muito adequados às sensações intensas e quase insuportáveis produzidas pelas carícias manuais lentas e hábeis, tanto no homem corno na mulher. A prisão dá ao amante passivo algo de muscular para fazer, enquanto fica incapaz de alterar o curso dos acontecimentos ou o ritmo e velocidade da estimulação (a que Theodor Reik chamava o "fator de suspense") e permite ao amante ativo levar a mulher, pelo menos, a "alturas" estonteantes (esta pode, quando chegar a sua vez, enlouquecê-lo, demorando ainda mais o processo).
Os amantes experimentados e audaciosos descobrirão logo o contexto adequado à imobilização. Esta surge naturalmente no tipo de batalhas amorosas - tão ao gosto de certas pessoas dinâmicas - em que a mulher finge resistência; no fim, ou ele lhe torce um braço atrás das costas, a amarra e continua com ela dominada - ou então, ela ainda resiste quando o cronômetro toca e ela adquire o direito de amarrá-lo. Também se pode fazê-lo com menos violência e sortear ou jogar "prenda" - de qualquer modo, deve-se fazer por turnos. Outro contexto, para os que fazem jogo de adultos, é simplesmente determinado pelo impulso. Um ou outro pede ou diz: "agora é a minha vez", ou o parceiro de espírito mais empreendedor começa e realiza as suas aspirações.
Pode ser que ele acorde e descubra que ela o virou e que está acabando de lhe amarrar os pulsos; então, já é tarde demais para protestar (algumas mulheres conseguem ir mais longe com um homem de sono pesado). Ou ele pode pegá-la de emboscada quando, vulnerável, ela estiver voltando do chuveiro.
Para que isto funcione como jogo, é evidente que deve ser efetivo, mas não doloroso ou perigoso. Vale a pena gastar algumas palavras com a técnica a ser empregada, visto se tratar de uma fantasia sexual muito popular, ainda que não incluída nos livros puritanos sobre sexo; certa habilidade e cuidado são necessários. Amarra-se um dos parceiros em qualquer cama com quatro colunas, pondo-se uma ou mais almofadas por baixo dele. Este é o método típico dos bordéis, talvez porque não requeira habilidade. Levado a este ponto, inibe os orgasmos de algumas pessoas - algumas preferem ficar com as pernas abertas, mas com os pulsos e cotovelos atrás das costas, ou ser amarradas a uma cadeira ou ficar de pé amarradas a uma coluna. As áreas chaves em que a prisão aumenta a sensibilidade sexual são os pulsos, tornozelos (não tentem encostá-los atrás das costas à força), sola dos pés, polegares e dedos dos pés (as mulheres experientes param no meio das carícias e amarram estes dois últimos com uma tira de couro - se duvidam, experimentem). Há divergências de gosto quanto ao que se deve usar para amarrar. Pondo de lado esquisitices como camisas-de-força ou ligas de escoteiro, há casais que usam tiras de couro ou borracha, fitas de pano, cordões de pijama, laços e até corda macia e grossa. As fitas são o mais prático para mulheres frágeis ou que não saibam dar nós de marinheiro. Devem ter orifícios de centímetro em centímetro. Os lenços triangulares servem para amarrar pés e mãos rapidamente, mas não são muito sexy - e o bom aspecto e o fato de estar bem amarrado é que tornam o "embrulho" atraente para o participante ativo. As meias velhas são um recurso comum, mas numa emergência, é difícil desamarrá-las. Correntes, algemas, etc., são meios rápidos, mas não exercem pressão e machucam quando ficam por baixo. Os aparelhos estranhos vendidos pelos fabricantes de brinquedos para adultos são "para inglês ver", a não ser que só sejam utilizados para fotografias. Se gostarem deles, faça um. Para a maior parte dos casais, um pedaço de corda de varal serve perfeitamente. Cortem-na em cinco ou seis pedaços, de metro e vinte e dois ou três de um metro e oitenta e dêem-lhe várias voltas apertadas - mas sempre com cuidado, para não machucar.

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