quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

SM Rechter (1997)


No início de 1997, Koen Aurousseau era um juiz respeitado no tribunal de primeira instância em Mechelen, na Bégica. No final do mesmo ano, ele foi acusado de agressão física e incitação à prostituição, envolvido num escândalo que foi estampado em jornais.
Koen foi logo condenado, removido de sua banca e mergulhou em uma depressão financeira e emocional que o fez perder a casa e tentar o suicídio. Sempre ao seu lado estava sua esposa, Magda, a mulher que se sentia responsável por tê-lo nesta confusão.
Porque foi Magda quem pediu a Koen cinco anos antes para explorar os limites sexuais com ela e visitar um clube de SM. Sadomasoquismo consensual entre adultos não é ilegal, mas, quando a vida privada do casal inesperadamente se tornou pública, o promotor público pegou pensado.
Esse é o enredo de SM Rechter, um filme pra quem gosta de BDSM.
Sexo, política, vingança e revelação de segredos combinam para tornar esta história rica em detalhes. O diretor Erik Lamens fez sua estréia no cinema em SM Rechter (ou juiz SM se traduzido ao pé da letra). - "Pensei muito tempo antes de filmar essa trama, porque foi difícil encontrar o ângulo certo para encaixar o roteiro" - disse Lamens. E continuou: - “Era um projeto perigoso, e eu não conseguia encontrar a perspectiva correta.”
Tudo começou com uma crise no casamento do Juiz e sua esposa Magda. Por causa disso advém uma longa depressão levando o casório à beira do divórcio, e, naquele momento, Magda, sua esposa, revelou algo que ela tinha escondido por 30 anos: seu interesse por sadomasoquismo. Tentando salvar o que ainda restava o Juiz disse: “se isso pode ajudar, vamos tentar. "
Lamens, o diretor, viu isso como o coração da história.
O filme é destinado à controvérsia, assim como o processo judicial em que se baseia. Chegou a ser considerado o filme mais polêmico do ano mesmo sendo rodado num dos lugares onde a expressão fetichista e a escolha sexual é respeitada. No fundo a idéia do diretor era mostrar às pessoas a história de uma mulher que consegue deixar no escuro um desejo mesmo depois de anos de casamento, e mesmo assim, a aceitação do marido ainda que enganado seja surpreendentemente verdadeira.
Mas talvez o mais perturbador para o público seja o conceito de sadomasoquismo em si. O filme não se coíbe de ilustrar as práticas do casal, e flerta até com experiências complexas pouco conhecidas fora da comunidade SM. Para o espectador não deixa de ser um quadro de referência, porque há muito sobre e BDSM no roteiro. A maioria das pessoas não está familiarizada com esse tipo de sexualidade.
É um filme  que trata do assunto com seriedade e mostra que  há uma “ética” entre as pessoas que praticam BDSM a ponto de impressionar quem assiste a obra. E a questão principal não orbita em torno da idéia se o publico aceitaria ou não o BDSM dentro de uma relação. O que está em jogo é se o Magistrado deve ou não continuar seu trabalho independente do tipo de opção sexual que escolhe.
Vale a dica pra assistir por completo.
Existem versões em Flamenco (Idiomas da Holanda e Norte da Bélgica) com legendas em Inglês disponíveis pra baixar na net, e basta dar uma garimpada com cuidado que pode ser conseguido na base do 0800.
Eu recomendo pra qualquer coleção.

O trailer é original de 1997

3 comentários: