Se existe um tema no BDSM que ao mesmo tempo intriga e
assusta muita gente ele se chama masoquismo. As razões desse tipo de prazer
todos estão carecas de saber, até porque o tesão através da dor ou por atos de humilhação
sempre aconteceram bem antes do escritor austríaco Leopold
Ritter von Sacher-Masoch
falar sobre isso de forma direta.
No entanto, entender um masoquista não é uma tarefa tão simples.
Não que seja um fetiche incompreensível ou sobremaneira, mas existem percepções
que são capazes de dar ao masoquista o perfeito entendimento do próprio prazer.
É válido esclarecer porque noutro dia alguém me mandou um
email se auto-afirmando masoquista porque gostava de sexo anal com o marido e
aquela dorzinha de leve no coito significava uma forma de prazer. Mas nada
disso faz sentido.
Um masoquista convicto precisa de muito mais pra sentir o
prazer pleno. A tal do dor no sexo anal é a ponta do iceberg. Mas ele também não
sente prazer espremendo o dedo na dobradiça da porta, porque precisa da cena,
do conteúdo, do segmento. Ao longo da minha caminhada no BDSM conheci masoquistas
e troquei muitas idéias a respeito.
Engraçado que tem fetichista, ou pessoas que se dizem
fetichistas, que apregoam ojeriza a masoquistas de forma taxativa. Acham o
cumulo do absurdo uma mulher ou um cidadão sentir prazer mediante um flagelo. E
pior é que isso vem de pessoas que freqüentam o meio, sendo que alguns tiram
lascas de prazer intenso lambendo solas de pés imundos de chão da rua.
Não é preciso comungar do mesmo prazer pra ter respeito
pelo sentimento alheio.
Talvez o masoca tenha antipatia por algumas práticas da
mesma forma que alguém jamais se permitiria participar de uma sessão de
espancamento. Entretanto, conviver é preciso.
Porque se alguém levantar o dedo e falar em parafilia e
escolher os fetiches que compõem tal grupo seleto de praticantes, vai faltar
dedo. Todos estão num mesmo cesto diante dos estudos científicos comprovados ou
não.
Quando as pessoas aparecem num meio ou evento fetichista
pela primeira vez costumam tomar sustos com aquilo que vêem. E as reações do
masoquista assombram num primeiro momento, principalmente a quem sempre ouviu
algo a respeito, mas jamais comprovou. Criam uma falsa impressão das cenas e
chegam a afirmar: “bater eu bato, mas apanhar não apanho”. Legal, como se para
um masoquista fosse simples. Andaria com a bunda virada pro alto em qualquer
lado esperando a primeira porrada.
Assim como na vida fora do BDSM o masoquista precisa de
envolvimento pra ter seu desejo atendido.
É possível existir pessoas dentro do BDSM com tendências submissas
predispostas a castigos, mas não seriam totalmente masoquistas. Erroneamente
elas mesmas se descrevem como tal, mas o fato de gostar de um puxão de cabelos,
uns pingos de velas, uns tapas, até mesmo açoites leves e rasos, não as torna
com um percentual aceitável de masoquismo. Porque o auge do tesão do masoca é
no extremo, no ápice da dor, em todas as dores que couberem em seu planejamento.
E quanto mais ele cria resistência a essas dores, alcança um crescimento no próprio
contexto.
Costumo dizer a algumas pessoas chegadas que o verdadeiro
masoquismo não é simples, ele é composto. Por um conjunto de fatores, é
verdade, sem os quais ele não tem eficácia.
Poucas pessoas com esses desejos conseguem prazer na autoflagelação,
justamente pela falta do conceito que deu origem ao binômio sadomasoquismo. Daí
é fácil entender.
Sem um sádico parceiro não há dor eficiente.
E por se tratar de uma pratica extremamente delicada e
até perigosa, aconselha-se a quem tem interesse tanto de um lado quanto de
outro, um profundo estudo sobre causas e efeitos e muito respeito às regras de
segurança que devem pautar envolvimentos dessa natureza.
Existem relatos espantosos de gente que ousou
experimentar e saiu chamuscado.
Em se tratando de BDSM tudo que se espera é bom senso.
E segue a votação para o prêmio do Bondage Awards 2012.
Aos amigos do blog peço o voto para nosso trabalho no Bound Brazil.
Didático!
ResponderExcluirNuooossa a temática da vez é daquelas que imploram por meu pitaco viajado, porém totalmente envolvido.
ResponderExcluirPois bem, veja vcs o que é a tal coisa da sintonia entre esta singela escravinha e nosso Nobre lascivo Escritor Mestre ACM.
Desde ontem estou perdidinhas em neuras sem fim, em relação ao tema aki abordado…timtim gde Mestre!!!
Filosofemos em cima da postagem alheia….
Um dos ‘praticantes’ dessa gde nave de fetiches e fantasias, me “acusou’ de ser Masoquista….simmmmmmmmmmmm, no mais puro e profundo sentido pejorativo da palavra….eita lelê, acho que nnão sou masocona não, mas acusar, perjurar e, ainda mais vindo de alguém que se diz praticante de BDSM é qualquer coisa lamentável, mas vai saber né?!!?
Os falsos moralismos rondam as bandas do BDSM também!! #meda
Hummm….ser masoquista ou não, eis a questão!!!
Deixa eu ver, deixa eu pensar aqui com minha cacholeta….
No caso desta humilde escrava que vos escreve horas a fio…hehehe…..sou apenas uma praticante sadomasoquista, que curte apenas as nuances doloridinhas de algumas práticas e, vez ou outra, implora por uma dorzinha mais forte, bem diferente da masoca que precisa de uma intensidade maior na aplicação de cada prática.
Agora que fique claro, tanto para euzinha aqui, como para a masocona de carteirinha, as deliciosas praticazinhas devem estar inseridas numa sessão, no meu caso especifico, ainda ser ladeada por uma D/s.
Ficou claro que de masoca, tenho nada não, mas única e exclusivamente pq sou fraquinha de marré para dores constantes mais intensas e a minha cereja do bolo ser a D/s, mas se eu fosse MASOCA me gabaria toda, com certeza!!!! e tenho dito….…*pisc.
Afff….delicia voltar a te ler meu ídolo Maioral…
bjs de sua fã de carteirinha
Ternurinha
ResponderExcluirSua "redação" está perfeita, reflete sua visão, o que é o mais importante.
Ser ou não ser? Eis a questão.
mas quer saber? Basta gostar e saber o que está fazendo.
No mais, tudo se molda, sem falso moralismo ou qualquer palhaçada ou nóia.
Beijos de volta!
Eu como sádica, curti muito este texto...
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