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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
A Penúltima Aventura
Ela nunca tinha experimentado algo além de uma trepada comportada.
Dizia que quando alcançou o primeiro orgasmo (depois de dois anos num casamento à beira da falência) foi como assistir a Disney Parade aos doze anos.
O novo namorado, a primeira relação pós-separação, que começou intensa e cercada de coisas estranhas. O cara não era formal. Não guardava os mesmos hábitos de seu antecessor, apresentava-se sem subterfúgios e não dava a mínima para métodos ou manias.
Ainda que disposta a viver uma segunda chance, ela trazia aos vinte e três anos muitos vícios adquiridos na relação anterior. Era natural que buscasse alguns traços do que um dia foi sua principal razão de existir.
Entretanto, a ousadia do novato a ajudava a vencer todo o medo que sentia diante de uma nova entrega. As mulheres são assim, jovens ou maduras, elas sempre deixam alguma reserva ao alcance pra ajudar na reconstrução em caso de perda.
O tempo foi passando, o tesão se multiplicando e ela se viu pensando sempre na próxima vez , como se as loucuras e fantasias vividas durante uma noite, significassem sempre a penúltima aventura.
A primeira discussão gerou seu momento inesquecível.
Em meio a doses de adrenalina, ele a jogou na cama, arrancou-lhe a roupa com força, segurou seus braços acima da cabeça e lhe sugou a vagina com vontade. Ela entrou em transe, sentiu a primeira mixagem de amor e ódio rompendo seus preceitos. Prestes a explodir num orgasmo cósmico o sentiu parar. Ele largou suas mãos, a agarrou pelos cabelos e a colocou entre as pernas como num estupro obrigando-a a engolir seu membro. Sua blusa fina serviu para que ele atasse suas mãos e a jogasse de volta na cama. Seguiu controlando seu orgasmo e a crueldade a excitava tanto que quase implorava para que o relógio parasse ali, naqueles intermináveis minutos. Enfiou-lhe um dedo na vagina, dois, até que ela se sentiu preenchida por alguma coisa enorme que a fez perder os sentidos, tamanho o volume do gozo.
Bondage e Fisting. Dois fetiches que a levaram ao paraíso.
Ela jamais imaginou que tais fantasias existissem na face da terra. E o que importava além de pensar em repetir, uma, duas, infinitas vezes?
Um ano e meio depois o sonho acabou.
As diferenças de pensamentos e algumas atitudes impensadas de ambos acabaram com a festa. Durante o tempo em que estiveram juntos muitas fantasias e aventuras preencheram uma relação de energia e cumplicidade.
Podiam ter apostado mais, segurado a barra e tentado mais uma vez.
Mas eram jovens demais para seguir empurrando um carro ladeira acima enfrentando o pavor de enterrarem anos de juventude por um ideal que no fundo sabiam que não daria certo.
Lamentaram a separação por longos meses, quase um ano.
Tentaram a sorte aqui e ali sem conseguir esquecer dias tão intensos que até hoje insistem em se manter vivos, ainda que num cantinho da memória. Como se fosse uma cicatriz tatuada no corpo essas coisas vira e mexe aparecem do nada pra lembrar o quanto foi bom viver aqueles dias.
Encontrei com ela muito tempo depois numa tarde de Outono. Uma praça cheia de árvores, talvez o lugar perfeito pra um passeio de fim de semana. Trazia consigo uma menina quase adolescente, linda como ela, fruto de um segundo casamento que terminou tão sem graça quanto o primeiro. Falamos pouco, sorrimos muito.
Tivemos destinos parecidos e nada a lamentar. A vida passou, ficamos mais velhos e guardamos lembranças. E foram tantos bons momentos que conseguiram apagar alguns dias que se perderam no vazio, os quais não vale nem à pena saber se existiram ou não.
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