Tudo sobre fetiches. O site Bound Brazil. Vídeos, Filmes, Crônicas, Fotos e Humor. Atualizado semanalmente. Comentem, participem.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
A Síntese do Fetichismo
Acho que ser fetichista é mais ou menos isso: dar erotismo a pequenos detalhes.
Dizem que o diabo habita os detalhes e se isso é mesmo verdade, que cada detalhe destes seja sagrado, jamais profano.
O fetichista foge do lugar comum. Prioriza a causa e o efeito. Acha magia onde nunca se imaginou existir.
Não existe um universo paralelo. Só há um mundo e cabe a nós fetichistas nos acomodarmos nele. Buscamos pessoas que possam ter a capacidade de entender que nem todos são iguais. Que não damos a mínima para clichês, que apenas vemos graça naquilo que queremos.
Ninguém está obrigado a pertencer ao nosso universo e nem fazer dele seu caminho. Mas é livre pra co-habitar, saber, entender e também participar.
Algumas mulheres se acham estranhas ao ninho num mundo recheado de falsos conceitos. Pensam que por uns peitões é ser a dona do pedaço, a desejada, a que anda na linha e está na última moda. Acham que ter uma bunda grande saciará os desejos de um macho criado sobre a batuta de bordões. Entretanto, quando deparam com alguém diferente acham graça. Preferem vulgarizar o que escutam, diminuir, ironizar, achar que toda a loucura não merece perdão.
Como pode esse cara achar tesão no meu pé? Sempre achei meu pé esquisito, estranho... (Elas chegam a debochar disso). Mas de repente, alguém passa a se interessar por eles, delira com cordas ao redor dos tornozelos. Fazer o que?
Aqui vale a velha retórica: a beleza do detalhe é fundamental. E só há beleza no que a vê.
Todas as mulheres deveriam ter uma experiência fetichista antes de chegar aos quarenta. Isso é fato, é certo. A mulher costuma se desvalorizar cedo, o que é errado, insano. Acha que só há beleza entre os vinte e os trinta. Se alguém descobre coisas belas em seu corpo na maturidade ela desconfia e ironicamente não percebe a importância nessa questão. É preciso ter inteligência pra perceber onde tudo começa e onde tudo pode chegar.
Antigamente a mulher só se achava gostosa quando escutava um assovio na rua, quando passava diante de uma obra e os peões se dobravam pra admirar suas curvas. Ela jamais se negava a dar bola a alguns detalhes de sua aparência apreciados por uma minoria insignificante. O fetiche era apenas um tabu.
E por que usar apenas a mulher como exemplo? Afinal, o fetiche é ambíguo e gera atração em ambos os sexos. Entretanto, é inegável que a mulher tem por conseqüência genética a carga positiva que cria uma espécie de fantasia na mente masculina. Porque mulher não nasce para ir à caça, ela é caçada e está sempre disposta a se esquivar. E embora eu pertença a uma geração que tentou mudar o mundo, jamais tive essa pretensão e acho muito pouco provável que tal fato venha acontecer.
Por tudo isso, estou plenamente convencido de que a mulher leva na alma o impulso fetichista. Não há como negar que nós homens em algum momento também somos passíveis de despertar a fantasia erótica adormecida numa mente feminina, porém, a balança neste caso é altamente tendenciosa.
Como uma amiga, por exemplo, que cria incríveis fantasias eróticas com homens suados e sovacos mal cheirosos. É dela, é pessoal e intransferível. Aqui o erotismo dirige a fantasia e abraça o fetiche de corpo e alma.
Portanto, ser fetichista não é bom e nem ruim, é apenas ser.
Ao longo dos anos conheci pessoas que abraçaram a causa depois de serem devidamente apresentados ao assunto. Não nasceram com o fetiche na veia, mas o introduziram com o passar do tempo e dele não abrem mão.
Existem pessoas que pensam que um fetichista nasce com uma marca gótica num canto qualquer do corpo. E como toda expressão fetichista começa na imaginação fértil das pessoas, quem pensa assim tem grandes
chances de dar os primeiros passos em busca deste destino.
PERFEITO.
ResponderExcluirTraduziu em palavras muito do sentimento.
Obrigado VH, tambem acho que é mais menos por aí...
ResponderExcluir