terça-feira, 2 de agosto de 2011

The Day After


Esse artigo deveria rolar numa Segunda-Feira, mas nem sempre a memória é capaz de conduzir os dedos na direção correta e a órbita algumas vezes fica em desalinho com os dias da semana.
Porque o assunto de hoje é algo comum que acontece no mundo todo e com toda a gente. Porém, decidiram criar uma terminologia específica para os fetichistas e suas angústias.
Estou me referindo a um tipo de síndrome que resolveram batizar de “Monday Morning Rebound Syndrome”, que nada mais é que a dor de consciência após um final de semana de orgias.
Vamos ser mais exatos: a síndrome da Segunda-Feira, segundo especialistas, se deve ao remorso ou arrependimento de pessoas que exploram determinadas situações fetichistas e se vêm em conflito com seus pensamentos. Tipo assim: “será que o que eu fiz é o certo?”
É óbvio que há um bocado de exagero nisso tudo e, principalmente quando se generaliza todo um processo de rejeição a certos atos que pressupõem algum tipo de arrependimento de quem os pratica, mas não é um fato inusitado que qualquer ser humano na face da terra nunca teve o desprazer de experimentar, seja em atividades ligadas ao fetiche sexual ou não.
Acontece que estudiosos do comportamento humano resolveram listar esse tipo de atitude, a qual deram o nome de síndrome, e passaram a estudar o assunto como uma parafilía, ou seja, um desvio de conduta daqueles que sentem remorso por seus atos quando relacionados com o sexo.
Mas alguém poderá dizer: “ontem saí com um cara horripilante e só descobri depois que já estava num quarto de motel. Se arrependimento matasse...”.
Como todos podem ver a tal síndrome do remorso numa manhã de Segunda pode acontecer com qualquer um, fetichista ou não. Entretanto, estudar a mente de fetichistas virou moda em todo o planeta. Nos Estados Unidos, onde os casos de fetichistas praticantes confessos são muito mais visíveis, qualquer desencontro é o primeiro sinal de distúrbio.
Ora, fetiche não é uma droga que mata, que aniquila o corpo e a mente. É um estilo de vida, um modo especial de ver as coisas e de sentir prazer. Mas mesmo assim, especialistas procuram pelo em ovo e numa terra onde até famosos confessam suas manias, sempre haverá quem aproveita a chance de faturar um pouco com isso.
O melhor é que nada existe de alarmante neste contexto se você é uma pessoa normal que sabe lidar com algumas dúvidas. Porque se existe algum desequilíbrio em alguém que não saiba interagir com um programa furado ou com alguns excessos cometidos num final de semana é natural que esta pessoa procure um especialista que possa ajudar a solucionar o problema. No entanto, a generalização do fato inserido no universo fetichista soa como um tremendo exagero.
Afinal, depois de um final de semana e uma Segunda de rebordosa, é normal que haja um puta arrependimento pra quem as coisas saíram totalmente contrárias ao planejado.
Pra mim, depois de anos lidando com prós e contras o melhor remédio e dar outra chance a sorte ou até mesmo ao azar. Ninguém está livre de naufragar após sonhos desfeitos, da mesma forma que o sol pode brilhar e a Segunda-Feira se transformar num dia iluminado e maravilhoso que possa lembrar as delícias do fim de semana passado.

Tomar parte de um jogo de BDSM precede uma conscientização total e irrestrita. Vale um estudo do assunto com muita profundidade e da pessoa que estará diretamente inserida na fantasia. Feito isso, as chances de remorso diminuem consideravelmente e haverá uma boa oportunidade de repeteco.
Toda manifestação fetichista é sadia quando sabemos lidar com ela.
Resumindo, se há um drama de consciência após uma entrega consentida numa relação fetichista basta dar uma pausa, olhar ao redor e achar as razões pelas quais nada deu certo.

Depois de tudo basta tentar outra vez. Sem síndrome!

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