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quarta-feira, 20 de julho de 2011
A Normalista
Seis meses de namoro. No ar ainda havia o aroma de conto de fadas. Aquela sintonia perfeita que parece que nunca terá fim. Quem nunca passou por isso?
Um dia ele tocou num assunto delicado e falou em ter fantasias. Ela mostrou-se tímida. Ainda que tivesse algum conhecimento sobre o tema confessou que temeu por sua sorte naquele papo, afinal, qualquer afinidade com fantasias e afins, em sua opinião poderia causar dúvidas no namorado recente sobre algumas experiências passadas.
Achou bastante criativo da parte dele o pedido para que ela usasse um uniforme de normalista. Resolveu, então, caprichar no visual como se fosse um traje de festa. Correu pra cá e pra lá e, finalmente, montou o visual. Completíssimo, com direito a sapato boneca, meias três quartos e saia plissada.
Recebeu um telefonema por volta das cinco da tarde do dia marcado quando ainda estava na luta, no trabalho. Do outro lado da linha ele mandou a sentença: “passo as oito e te pego”.
A mulher deu uma tremida estranha. Apensar de ter plena consciência que os seis meses de envolvimento ainda não representavam uma cumplicidade total e irrestrita, preparou-se para o que chamou de noite mais importante. E era!
Colocou cada peça da roupa e em pleno final de verão arranjou um sobretudo longo que pudesse esconder o que trazia no corpo.
Entrou no carro e apesar da intimidade construída ao longo de um semestre não conseguia esconder a ansiedade. O cara notou e procurou acalmar a parceira. Tentou dar uma olhada no que ela trazia, mas ela, inteligentemente, escondeu. Havia que despertar o tesão máximo no sujeito e ser cúmplice na brincadeira de adultos.
O namorado babou quando ela já no motel deixou escorregar o sobretudo e mostrou o uniforme que ele pedira. Tinha até gravatinha, mínimos detalhes buscados com maestria.
Sem dar tempo pra piscar ele arrebatou-a e transou sem tirar uma peça da roupa de normalista. Caiu prostrado ao seu lado. Toda a delicadeza que mostrara anteriormente se preocupando com o sexo e a necessidade de prazer de ambos foi pro espaço. Literalmente o cidadão deu uma de galo e realizou a fantasia.
Ela confessa que foi a maior desilusão que viveu. Imaginou centenas de coisas, cenas tórridas, talvez a realização da fantasia com detalhes, até mesmo que ele pudesse ser um professor enérgico, mas tudo que viveu foi como um estupro desordenado no qual não foi possível ter qualquer reação.
Tirou o traje enquanto ele já refeito falava em pedir o jantar ali mesmo. Conta que diversos pensamentos rondaram enquanto com carinho juntava as pequenas peças. Ouviu quieta a reclamação do namorado por ela não ter trazido a roupa em separado par que pudessem sair de lá para outro lugar. A grande noite foi um desastre!
Por conta da decepção esfriou totalmente em relação ao cara e na primeira tentativa de sexo após aquele dia mostrou-se fria e distante. O sujeito demorou para acusar o golpe, mas preferiu se afastar a buscar o diálogo.
Depois disso procurou literatura na Internet que falasse sobre o assunto até vir parar aqui nas páginas do blog e tomar ciência de casos, ou até de alguns pontos que a fizeram entender esse tipo de tara que as pessoas carregam.
Trocamos algumas mensagens e aos poucos ela pode descobrir que diante de tantos casos alguns sobrevivem, entrelaçam casais e chegam a ajudar a remendar relacionamentos partidos. Não sei se ela acredita no que escrevo aqui no blog ou nas palavras que lhe mandei nos emails, porém, a realização de fantasias quando respeitados os limites e atendidas às necessidades de ambos que se propõem a consentir um jogo de adultos na hora do sexo é um exercício pleno de prazer.
O segredo para que tudo se encaixe se resume em três palavras: desejo, respeito e consenso.
As pessoas que gostam e praticam fantasias devem ter essa conscientização para fazer com que esse tipo de prática possa se tornar um fetiche extremamente apreciado e bem vindo nos próximos encontros.
A fantasia proposta pelo namorado era muito legal, mas só faltou combinar com ela que era só pra ele.
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