Tudo sobre fetiches. O site Bound Brazil. Vídeos, Filmes, Crônicas, Fotos e Humor. Atualizado semanalmente. Comentem, participem.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Enlevo
Ainda que não seja um roteiro de filme minhas linhas algumas vezes transmitem devaneios.
Basta estar inspirado com a luneta apontada na direção do desejo que a mente pervertida se encarrega do resto.
Daí me deu vontade de ter umas aulas.
Aulas fetichistas ministradas por uma bela e encantadora dama de óculos, bem ao estilo professorinha, pronta pra me ensinar os caminhos da perdição absoluta. E o que traria essa linda mulher ao cair da tarde? Bem, olhando a fotografia aqui ao lado acho que os ensinamentos dão conta dos meus próprios sentidos.
Fita adesiva fotografada juntamente com um olhar de incerteza.
A ela foi decretada a lei do silêncio. Precisa ensinar com os olhos, até os gestos são restritos e sobra somente o balanço do dorso completamente limitado pelo que criei. Assim o bondagista tece sua teia.
Então é possível seguir o roteiro de acordo com a sua própria vontade. O filme é seu e a sessão é totalmente interativa, mas neste caso, eu dou as cartas e projeto horas de angústia e, talvez medo, que se transformam em momentos de pura emoção, o chamado “a taste of excitement“.
Afinal, pra que serve a fantasia de bondage? Muita gente indaga a esse respeito e por mais que existam conceitos e opiniões os valores se alternam. Bondage talvez seja o fetiche onde a verdade não tem dono, onde não existe um livrinho de regras e os limites são infinitos. O sujeito é doido por cócegas? Tá legal amarra ela primeiro. Pode ser que o cara seja apenas um bondagista com raízes fincadas em damsels in distress, ou seja, a menina em perigo em meio a uma trama qualquer. Certo, cordinhas pra começar. E assim sucessivamente.
E vale tudo: algemas, zippers, lenços, qualquer objeto que possa funcionar como uma abraçadeira de dois pulsos ou tornozelos.
O básico é o aprisionamento, a restrição dos movimentos e a privação dos sentidos.
O que vier adiante fica por conta do desejo maior de ambos os praticantes. Por isso, não é complicado falar de bondage já que tudo é muito amplo e abrangente.
Enquanto eu desando a escrever sobre o fetiche a professorinha continua sua saga.
E nos minutos ou nas horas que vão preceder o que se denomina de “gran finale” eu posso tudo. Mas posso porque a mim foi dado esse direito por puro consentimento, de outra forma a cana seria dura e terrível o que jamais me passou pela cabeça, aliás, de todos nós que habitamos esse universo da fantasia e sabemos como conviver dentro dele.
Está na hora de seguir delirando pra perceber onde eu quero chegar.
Me dou conta que tenho outro presente me esperando, desta vez na sala. E a moça está devidamente acomodada num divã. Parece engraçado; muito fetichista algum dia já foi aconselhado por alguém a deitar num divã diante de um analista pra, quem sabe, ceifar o tal mal pela raiz. Brincadeira? Que nada, conheço fetichista que já foi parar até em casa de reza pra afastar demônio. A chapa esquenta...
Olhando o divã e esquecendo o analista caio na real e pressinto que a dama tem um olhar pedinte, desejoso. Deixo a professora de lado e resoluto parto em busca daquilo que esse fim de tarde de inverno me reservou: o fetiche é agora, deixar pra depois por dúvida ou incerteza é ver a vida passar pela janela.
Se fosse tudo verdade realmente eu estaria nas nuvens.
Mas sonhar é grátis, faz bem e pode ajudar na sua próxima aventura. Por isso, não me farto de criar meus roteiros na frente ou por trás das câmeras, ainda que tudo não passe de uma grande ilusão que duas fotografias publicadas por um parceiro conseguiram trazer pra minha imaginação.
Só me resta agradecer ao Kevin por esse momento mágico e esperar que qualquer dia destes eu possa transportar para uma bela cena de bondage real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário