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sexta-feira, 13 de maio de 2011
Imagens
Impossível falar de fetiches sem associar as tendências e as imagens.
A empatia entre estes dois pólos é severa. A manifestação do fetiche num individuo pode acontecer por diversos aspectos, desde o auditivo até o psicológico, mas nada separa o fetichista das imagens. Vale salientar que estou falando de imagens não de simples fotografias, desde as que antes eram gravadas em papel e guardadas para amarelarem com o tempo até as digitais de hoje que podem ser esquecidas em algum lado do disco rígido.
Às vezes nossos olhos fotografam algumas cenas que se transformam em imagens inesquecíveis armazenadas num espaço de nossa memória. Dessa forma o fetiche conspira com a eternidade.
E como um bom voyeur das minhas próprias aventuras, cultuo meus grandes momentos. Experiências fetichistas vividas que sobrevivem a todas as intempéries porque minha mente se nega a esquecê-las determinantemente. É claro que o momento do êxtase está acima de toda e qualquer conotação fotográfica, mas até mesmo a cena fatal é capaz de ficar registrada e permanecer por um tempo infinito. Diga que não!
Uma pessoa pode ao longo da vida perder tudo, se desfazer de muito, porém, se existe algo intocável e irremovível são as lembranças. Costumo dizer que até minhas calças podem levar, mas o que tenho guardado na mente vai ficar comigo pra sempre.
Pessoas sem intimidade com o universo fetichista têm uma ótica diferente e acham que por se tratar de uma mania intensa, ou uma tara, as imagens que este mundo projeta se tornam repetitivas. O que não é verdade, porque ainda que tenham uma dinâmica parecida cada fato se diferencia do outro, mesmo que sejam realizados pelos mesmos protagonistas.
Então, se parceiros fetichistas resolvem reinventar suas próprias cenas elas terão apenas um sabor de remake, e jamais deixariam a impressão de uma remontagem sem graça. Entretanto, não seriam iguais, ainda que as práticas se repitam. Seria como um grande pintor produzir o quadro duas vezes com o mesmo tema.
A minha opinião é simples: os fetichistas se renovam nas próprias práticas. O bondagista recria o traço e os nós, os sadomasoquistas aperfeiçoam as torturas, podólatras descobrem novos aromas e sabores, enfim, buscamos o aperfeiçoamento, mesmo que num âmbito geral pareça que estamos tentando complicar o que dá resultado.
A chamada evolução fetichista fica evidente nas imagens, gravadas ou não.
Há bem pouco tempo falava sobre esse assunto com um amigo bondagista. Porque as imagens produzidas comercialmente não fogem a essa regra. O que fiz há mais de dezessete anos torna-se diferente do que realizo atualmente por inúmeras razões, sendo que a principal delas é a busca pela perfeição, a correção do que eu mesmo criei. As sensações, porém, se repetem, à vontade também, mas a ótica acompanha a mudança que o tempo exige.
Daí eu me apego no mesmo panorama e trago esse conceito para o que fiz no intuito de realizar a minha própria fantasia, e descubro que é impossível prever se o que marcou tanto quando concebido de forma diferente teria um resultado melhor. E ainda sigo pensando...
Nessas horas é fácil perceber o final da equação. Fica óbvio que realizar a cena outra vez com a mesma parceira poderia até trazer um prazer maior, no entanto, a que ficou pra trás e deixou marcas profundas, jamais seria suplantado pela novidade latente.
Embora o fetiche quando misturado ao sexo seja um jogo de adultos, em busca de incrementar relações afetivas, algumas práticas podem ser consideradas uma arte. Seja pela plasticidade ou pela conjunção de movimentos, porém, capazes de refletir imagens belíssimas.
E essas imagens que foram tema do artigo de hoje devem ser preservadas por nós, fetichistas, que as fizemos nascer e ter vida própria, com isso, conseguem resistir por anos e anos...
Duas imagens produzidas por mim: Angélica em 1994 (Para Harmony Concepts) e Terps em 2011 (Para o site Bound Brazil) Analisem as semelhanças, diferenças e comentem.
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4 comentários:
Hummm... nobre sábio escritor, acho que com essa sua postagem farei um pitaco no estilo déjà vu...
assiiimm.....acho que em alguma de minhas pitacadas por aqui, eu discorri sobre meu humilde jeito de ser voyeur, com a única gritante e fundamental diferença de precisar literalmente do real para me satisfazer por completo...*pisc
Porém a pedida aqui é analisar as
imagens,certo??...ahhhhhhhhhhhh...acho que vou ficar devendo, pois como uma tresloucada praticante de Bondage...nosssaaa haja euforia......delíriosssss aqui, péra respirando e voltando, claro na forma totalmente passiva dessa ação deliciosa, poderia apenas discorrer sobre as sensações dessa deliciosa prática, no entanto iria mais uma vez aproveitar de sua lúcida e didática postagem e, viajar na “minha’ maionese...rsss...affffff...melhor eu sair de fininho, ou acabo com sua “pesquisa”...hehehe
No entanto, posso deixar minha observação sobre um prisma totalmente singelo de analisar, claro que utilizando meu conhecimento vulgar e artificial...hummm......vamos lá, que coragem!!!...rsss...
Noto que o “desenho” da foto mais antiga apresenta um V salientando os seios e na mais recente são traços retos. E parece que o material da corda tbm é outro, hummmm....pitacada de uma ignorante no assunto, parece que na foto atual há mais capricho nas voltas...pai glorioso, calma Mestre eu explico, parece que o traçado é mais detalhado..isso exatamente isso que com minha maneira humildezinha eu notei, tá bem?!?!?!
Depois dessa só me resta deixar-te
bjs fugidinhos
Ternurinha...Ufa!
Depois dizem que o Google é imparcial.. Removeu o que se plantou, na cara dura...
Olha, seu depoimento é perfeito, claro que as imagens referidas no textos não só aquelas que a lente desvenda, mas as que estão dentro de nós.
Quanto às diferenças citadas sobre as fotos, diria que todas são bem observadas, porém tem um detalhezinho tipo jogo dos sete erros incrível: na fotografia de 1994. Ao lado esquerdo aparece impávida uma velha máquina de escrever...
Acho que isso dá uma conotação clara do antes e do depois. Entretanto, cordas e traços vistos por você fazem todo o sentido.
Parabéns!
Beijos
ACM :)
Mestre ACM, adorei ler aqui em seu comentario sobre a maquina de escrever (rs(
Eu tinha notado, mas comecei a procurar pelas cordas e nem me toquei.
Hilario, nunca mais tinha visto uma.
Sabe, admiro o tempo que já faz isso e da forma como prova a todos que veem suas postagens.
Acho que nesse meio tem muita gente que fala, fala, diz que faz e acontece, so que ninguem prova nada.
Cada vez mais te admiro sabia?
Beijos da Aninha
Aninha Telles faça-me o favor né!
Risos, muitos aqui...
Falar em tempo significa ver as coisas passando...Sabe como é né?
Essa Angélica hoje deve ser uma mulher linda na casa dos 35, daí eu me sinto um pré-histórico!!!
Mas que a Máquina de Escrever denuncia isso é fato!
Beijos Antigos
ACM :)
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