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sexta-feira, 20 de maio de 2011
Fantasia e Realidade
A mensagem começa assim:
“Acho que sou maluco, pervertido e ordinário. Sou um aficionado por bondage e na semana passada houve um caso estranho (...). Uma amiga, pessoa quase da família, vivendo uma intensa crise de nervos precisou ser internada. Ao visitá-la no hospital não pude deixar de reparar que ela tinha os pulsos e tornozelos atados à cama. Naquele momento me vi alucinado e com uma ereção surpreendente meio que sem querer. Não me perdôo por isso.”
O assunto é muito complicado...
Não é a primeira vez que leio ou ouço esta espécie de relato capaz de trazer uma irremediável aversão nas pessoas acometidas por este tipo de impulso. Porque é normal que um fetichista extraia das cenas da vida real, do cotidiano, as imagens preferidas de sua fantasia.
Entretanto, quando se trata de um caso como o relatado por nosso amigo de Portugal, o fetichista renega com veemência e é acometido de um arrependimento tão profundo capaz até de afastá-lo da sua própria rota.
Seja através de um noticiário de jornal ou televisão relatando uma cena atroz ou um crime bárbaro, dentre tantos que a realidade nos mostra no dia a dia, ou numa questão de enfermidade como a que ele nos fala. O que fazer? Como controlar estes impulsos?
A primeira providencia que o vem à cabeça é renegar o fetiche e admitir uma perversão fora de qualquer parâmetro. A pessoa se sente suja. Incapaz de controlar suas próprias emoções e entre em colisão com os sentimentos. Mas como dizer ao subconsciente que é preciso dividir as coisas? Separar a fantasia da realidade é muito complicado.
Se ainda fosse num filme de ação seria mais fácil de diluir o assunto. Ali, onde as cenas são fictícias é fácil deixar a mente vagar e abraçar a fantasia, afinal, tudo é mágico no mundo do faz de conta. Mas a realidade é cruel e quando existe uma imagem que dispara o gatilho despertando o fetiche do indivíduo é necessário esforço para compreender as duas metades.
Muitos fetichistas convivem com estes impulsos, embora alguns não assumam isso.
Um amigo podólatra me confidenciou que certa vez na saída de uma balada entrou em transe ao ver uma amiga passando mal. Nada a ver com o que estava ocorrendo com a saúde da moça, mas segundo ele conta, ela foi deitada no carro e ele sentado no banco traseiro do veículo ficou fascinado com os pés da garota repousados em seu colo.
Por maior que seja a rejeição por sentir atração sexual num momento delicado, a cena fica registrada em algum canto da memória. E desde que não haja abuso por quem está passando por um momento difícil, o conflito fica restrito a quem está atento ao que se passa.
Qual bondagista não se interessaria em ler uma noticia sobre o seqüestro real de uma jovem bonita? Ok, você sabe separar as coisas, mas lê!
Portanto meu grande amigo de além mar, o que ocorreu contigo naquele hospital não é exclusividade sua. Muitos passam pelo mesmo problema várias vezes e a experiência ensina que tem que existir autocontrole e discernimento. Uma vez restringido ao seu pensamento fetichista o fato não causa transtorno a ninguém e, como bom fetichista, apenas entenda e aprenda a conviver com este e outros assuntos que sempre aparecerão ao seu redor.
Como eu, como todos!
Podo
Impossível de não mencionar meu lado sádico nesse vídeo do Bound Brazil.
A imagem ao lado é capaz de deixar os amantes de podolatria de cabelo em pé. E quando isso acontece entre duas lindas garotas dentro de uma cena de bondage, é pura maldade.
Lovett e Lia protagonizam uma daquelas histórias criadas por minha imaginação fértil e, por que não dizer, maquiavélica... Quase doze minutos de cordas, podolatria e sensualidade.
Para assistir a esta obra basta assinar o Bound Brazil. O vídeo “forced bound feet” está hoje na tela, acompanhado de belas imagens num incrível photoset.
Um excelente final de semana a todos!
Isso existe mesmo.
ResponderExcluirOlá querido!
ResponderExcluirRealmente forte isso e tem de saber separar as coisas como você disse, não existindo o abuso a parte em dificuldades, isso fica apenas registrado em algum campo da memória.
Mas realmente as vezes o fetiche desperta em momentos que menos esperamos, eu mesma na minha adolescência ao me descobrir e ainda não saber o que era, me recriminava por sentir atração ou ter fantasias por coisas assim e reais. Até conseguir entender que era um fetiche, etc, deixei isso adormecido por muito tempo dentro de mim.
Hoje como faço da minha fantasia uma realidade, direciono todo meu desejo para isso, mas como vc disse para o seu amigo, é bom saber que não estamos sozinhos ou somos os únicos a sentir essas coisas.
Como sempre, excelente abordagem :)
Miaubeijos =^.^=
Princesa Kitty
ResponderExcluirComo sempre um comentário bastante pontual, escrevendo exatamente o que significa o tema abordado.
Nossa repulsa no começo e o entendimento mais na frente, sabendo separar as coisas.
Só conhece quem sabem e voce sabe gatinha
Beijos
ACM :)
E dizer que eu escrevia para ti...acho que sonhei demais..rsrs..amigo lindo...bjs
ResponderExcluirJustine,
ResponderExcluirNada é demais enquanto não é real...
Teus escritos são alguma coisa!
Beijos
ACM :)
Oi, ACM!
ResponderExcluirBem, constantemente, eu vivencio esse conflito em separar a realidade da fantasia. Do jeito que sou pervertida, vários vezes me excito diante de situações trágicas alheias a mim. Não me incomoda, justamente por ser uma perversão que se manifesta apenas na minha mente, sendo que sei que tenho o discernimento de não exteriorizá-la. Todavia, essa dicotomia se torna um pouco mais complexa quando sinto prazer pela minha própria tragédia. Aí sim, eu fico muito confusa. (Nem sei o que escrever mais ¬¬)
Gostei muito de ler sobre esse assunto no seu blog =)
Beijinhos!
Ola Ayana
ResponderExcluirLongo tempo hein?
Bom, acho que este tema é profundo.
Tanto você como a Kitty bateram num ponto que muitos têm medo de abordar, mesmo através de um nick.
Sou da seguinte opinião: é impossível estar alheio a manifestação fetichista, mesmo quando é oriunda de uma tagédia.
É fato, e embora seja possível manter trancado dentro de nós sem chances de exteriorizar, incomoda, baqueia e se não houver uma base sólida vai tudo pro espaço.
Não defendo que toda loucura deva ser perdoada, isso não, porém, somos obrigados a controlar estes impulsos ou o mar é logo ali.
Acho que própria tragédia faz parte de um todo, porque se ela aparece e dispara qualquer contato com o fetiche, deve ter a mesma atenção e juízo.
Olha, beijão e obrigado pelo comentário aqui.
ACM :)