segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ecos Imprevistos


Sinceramente não esperava que um artigo entrecortado pela apresentação de um filme curta metragem, pudesse despertar tanto interesse dos leitores e me dado a alegria de ver vários emails na minha caixa de correio.
Então vale a pena seguir a linha de raciocínio e esmiuçar melhor o tema comportamento. Mas antes é bom avisar a galera que é hora de pousar na terra pra perceber que falei de mim, minha ótica, visão e por que não, vivencia no BDSM. Portanto, não há critica a ninguém e muito menos a regras e conceitos.
O anarquismo dito é meu e nunca tentei subir num caixote em praça pública pra convencer fetichista nenhum a abraçar a minha causa. Seguir preceitos antigos não é de todo ruim. Uma coisa é a fantasia, daí vale tudo, sonhar é livre, grátis e realizar é melhor ainda. Mas permanecer arraigado a eles sem nenhuma movimentação, parado no tempo, é ficar pra trás, não enxergar o novo.
Tá legal, o casal quer viver numa masmorra estilo medieval. Ótimo, bela iniciativa. Mas tem que saber que isso é fantasia, nada existe de real nessa história a não ser os dois praticantes e os utensílios colocados lá. Não há luz elétrica e sequer computadores.
A diferença está no que se pensava naquele tempo e no que hoje é básico, porque o mundo evoluiu. Rituais são válidos e rimam com tradição. Mas quando acaba a brincadeira a realidade os espera na porta. Nua e crua.
O Marques de Sade já morreu e o Masoch também. O que deles brotou já existia em algum lugar de um tempo qualquer, só não havia sido divulgado. A teoria é importante e auxilia na compreensão do próprio fetiche. E quando é possível entender a si mesmo a fantasia aparece como um porto seguro, mas que fique restrita ao fantástico, ao irreal.
Não vai a moça sair na rua vestida em trajes daquele tempo de anágua e tudo. (Anágua, cacete, como eu fui lembrar disso?) Porque se não for Carnaval vai pagar mico.
Portanto, eu não sou um pervertido pervertendo a perversão. – Vale isso? Apenas acredito no que penso, nas coisas que aprendi com o tempo de prática. Claro que existem regras a seguir e o universo fetichista, apesar de pervertido, é civilizado. Conduta é seguir a cartilha da boa convivência no meio, comportamento é a maneira como o fetichista se porta diante dos demais.
Ora, ter boa educação significa saber conviver. Ninguém suporta um sujeito sem linha, sem escrúpulos e antipático. Falar ou escrever palavrão não é um ato de falta de educação. Disseram isso na escola, lá atrás, e pelo que eu saiba aqui só é permitida a entrada de adultos. O Google controla, ou pelo menos tenta.
Alguns, quem sabe, iriam preferir ler aqui assim: “a senhorita permite que eu introduza o com que mijo no por donde vós mijais? Pois isso é viver atrelado a formalidades desnecessárias usadas num passado distante. Ter bom humor não significa rasgar o dicionário e usar vocabulário inadequado, ou ofensivo somente. Concordo que as vezes extrapolo, aceito até alguns excessos, mas não violento a minha forma de escrever e brincar com o fetiche de forma sadia e, acima de tudo, honesta. Posso escrever cocô ou posso colocar aqui merda. É a mesmíssima coisa, apenas a grafia é diferente. Isso é brincar com a sinonímia.


Desde que decidi criar esse espaço e escrever sobre tudo que aprendi foi com o intuito de praticar o fetiche através das palavras e passar um pouco da minha experiência, explicando aos novatos os detalhes que tanta curiosidade desperta. Além, é claro, de contar boas histórias, as minhas e dos muitos amigos. Desmistificar o fetiche sempre foi um objetivo e divulgar meu trabalho a quem gosta é muito mais, é um prazer.
Já dizia o poeta que não existe amor sem paixão, por isso, me apaixono a cada dia quando vejo gente chegando, a atmosfera latente

e o fetiche em órbita. Me exponho, dou a cara a tapa colocando a foto no perfil e espero que receba abraços, nunca detritos.
Portanto, a conclusão é simples: se estou na foto e não escondo o rosto, por que esconder o que penso, o que sou e o que fui?

Um comentário:

  1. Eu gosto do jeito simples e direto que escreve, por isso volto sempre.

    Olha, aprendi muito com o Mestre.

    Beijos da Aninha

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