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segunda-feira, 30 de maio de 2011
Bizarria e Lucidez
Várias são as formas como manifestações fetichistas chegam ao conhecimento das pessoas.
Uma foto numa revista, uma reportagem ou até mesmo um canal de opinião pode ser o responsável por levar o assunto a uma platéia predisposta a escutar ou ler.
Então me deparo com um email hoje pela manha de um leitor, amigo do blog e assinante do site Bound Brazil, com um link sobre uma matéria expondo o fetiche de bondage num local de livre acesso, onde é possível colher diversos tipos de opiniões distintas sobre o tema.
A diferença fica clara. Aqui ou nos diversos canais que postam sobre o assunto as pessoas de antemão sabem valorizar o que se escreve a respeito de bondage e outros elementos que costumamos chamar de expressões fetichistas. Por outro lado, num endereço eletrônico onde diversos artigos são abordados, a possibilidade de divergência de opiniões é imensa e altamente preconceituosa.
O artigo assinado por uma jornalista chamada Thais Pontes é interessante. Aborda uma conversa informal com uma modelo que pratica bondage com o namorado fotógrafo e tem pleno conhecimento do assunto. A explicação sobre o fetiche é bem óbvia, mas eficiente e consegue, em minha opinião, alcançar o que principiantes esperam do fetiche.
Os vídeos dos “Two Knotty Boys” apresentados são comportados e passam a idéia de que praticar bondage é como realizar um numero de mágica, aliás, como tudo que esses caras produzem, mas mesmo assim os comentários sobre o assunto são totalmente desconexos.
Vá lá que se leve em conta a popularidade dos links do Yahoo onde a freqüência é medida em sua grande maioria por adolescentes que brincam com assuntos sérios. Mas mesmo assim é possível ter uma idéia de como os jogos sexuais consentidos afetam o comportamento do ser humano.
A conclusão que se chega é simples: o senso bizarro está tão implícito nas opiniões que chega a ser hilário as comparações traçadas. Não há lucidez, não existem perguntas que demonstrem o mínimo interesse de buscar qualquer informação sobre o artigo.
Durante todos esses anos de estrada fetichista fui testemunha de como qualquer jogo sexual adulto mexe com a capacidade do ser humano em imaginar coisas absurdas. Em quase três anos escrevendo aqui no blog, vários foram os comentários preconceituosos e emails com o mesmo conteúdo que recebi por falar de fetiches. Por isso, nesse mundo de sociedade perfeita e opinião padronizada nada mais me assusta.
Claro que incomoda. É triste pensar que a sociedade banaliza os temas e exclui de seus quadros qualquer pessoa que tenha um pouquinho de desvio do que eles apregoam ser politicamente correto.
Noves fora o artigo citado é impossível praticar sexo como um ato de amor se amarro a minha parceira? Quer dizer, as cordas machucam, maltratam, causam dor, mas enfiar um nabo com força no rabo da minha esposa em casa é uma cena do filme Love History?
Nada contra quem pratica sexo anal, com ou sem fetiche, mas a impressão que se tem é que as pessoas chamam de “nojento” o que elas querem classificar como tal. Um amigo costuma dizer que praticar sexo com cordas é um ato de baixaria, é humilhar a parceira, no entanto, este mesmo indivíduo em meio a conversas tomando cerveja se vangloria em afirmar que quando sua mulher evacua em cima dele após uma sessão de sexo anal é uma medalha. Onde está a lógica? A nojeira? Merda agora é ouro, prata ou bronze?
É preciso entender onde está o prazer de cada um antes de tecer comentários ofensivos às preferências alheias. O telhado é o mesmo pra todos, tem o mesmo tipo de vidro.
Por essas e outras que cada vez mais tenho a sensação de que numa terra conservadora e hipócrita como a nossa é melhor habitar um gueto do que sair por aí com uma bandeira na mão. Por isso, recuso sistematicamente todo e qualquer convite para entrevistas e até mesmo essas tais matérias de universidade. Se há um circo lá fora pronto pra gargalhar na cara de quem se expõe, com certeza não serei eu o
Palhaço novamente.
O link da matéria citada: http://colunistas.yahoo.net/posts/11241.html
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