sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Alguém e um Lugar


Ela é submissa e vive um casamento muito doido.
E bota doido nisso. O marido é gay, assumido e declarado e ela nada tem de lésbica.
Deu pra entender? Bom, eu demorei e só depois de muito papo talvez tenha ficado convencido.
É assim: eles são amigos, íntimos, “daqueles pau pra toda obra”. Ela é descendente de argentinos e o pouco que restou da família anda por lá com os quais ela não tem o mínimo contato. Ele um cara bem sucedido, sozinho no mundo. Um emprego bacana que lhe garante receita suficiente pra bancar as coisas boas da vida. O mesmo acontece com ela.
Pois bem, resolveram assinar um documento que lhes garanta uma velhice tranqüila e dentro de uma total cumplicidade e harmonia vivem sossegados e felizes debaixo do mesmo teto. Fora de casa é cada um na sua. A integridade física é a única coisa que importa quando se preocupam um com o outro. Costumam dividir os segredos, falam de amores e loucuras sem medos.
Quando a conheci achei a história fantástica. Parecia um enredo de novela daqueles que ninguém imagina se o final vai ser mesmo feliz. Só que aqui o casamento veio antes o que embaralha mais ainda a cabeça de quem chega.
A “M” é daquelas submissas integrais. Coloca o dono num pedestal e nem quer saber se vai levar um tombo de lá ou não. Entra com tudo e mergulha de cabeça para pertencer a alguém. Cruzou com o fetiche há uns bons anos e desde então se dedicou muito, apanhou da vida (sem trocadilhos, por favor!) quando se viu envolvida com esposas ciumentas atrás de salvar relacionamentos perdidos. Mas nem pensa em desistir, do fetiche e da forma como encara tudo.
Particularmente acho legal quando uma pessoa abraça uma causa e vive por ela.
No caso da “M” tudo simplifica já que tem uma vida estabilizada lastreada por uma união com alguém que compartilha de sua busca. Ela diz que seu companheiro (é assim que ela o chama) a aconselha, aprova ou desaprova algumas atitudes e lhe dá conforto nos momentos difíceis. Ela garante que age da mesma maneira quanto aos percalços do marido.
E assim levam a vida.
Há muito tempo, num sábado à noite quando nos encontramos em São Paulo ela me contou um segredo e nessa mesma época a ajudei a realizar um sonho. Essa é a minha maior recordação da “M”. De lá pra cá apenas nos comunicamos por mensagens e quando achamos que a vida está um pouco sem emoção tratamos de lembrar de algumas coisas. Nisso a gente combina...
Confesso que devo a “M” um momento muito feliz e ela sabe disso, talvez por isso tenha escrito este artigo hoje. É muito bom saber que o fetiche é capaz de fazer com que a vida tenha mais sentido e que desses encontros e desencontros sobrem coisas maravilhosas as quais guardamos pra sempre...

Milena in Trouble

Um parceiro bondagista lá dos States ao ver esta fotografia postada na minha página do Fetlife disse: não é preciso uma boa cadeira de madeira para dar sentido a uma cena de “chair bondage” – em bom português, uma mulher amarrada na cadeira.
E o cara tem razão. Às vezes uma poltrona confortável dá outro sentido à cena mostrando que a dificuldade é a mesma, embora numa cadeira de madeira possa parecer que o suplicio de estar imobilizada seja mais complicado.
Os assinantes do Bound Brazil têm a chance de assistir hoje essa bela loura e seus problemas enquanto amarrada e amordaçada no vídeo “Milena in Trouble”.
Belas imagens fotografadas pela Lucia Sanny compõem um delicioso photoset.

Um bom final de semama a todos!

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