
O LW mandou essa numa roda de amigos e amigas: “toda mulher gostaria de ser puta por um dia”. E não pensem vocês que era uma reunião fetichista onde todo mundo está acostumado a ouvir e discutir desejos estranhos. Em meio aquelas doze pessoas o único pervertido era eu.
De repente uma das moças entra na conversa e concorda. Claro que o tem era de brincadeira, afinal ela falava às gargalhadas, mas quem sabe, bem no fundo o discurso carregava verdades?
A certa altura cheguei a supor que o LW tinha razão, tamanha era a empolgação das meninas quanto ao assunto.
As mulheres viajaram entre botas de couro, mini-saia, blusa decotada e chegaram ao ponto de imaginar como seria ficar parada na rua levando cantada de todo mundo, até que seu parceiro chegasse para colocá-la no carro e juntos partissem para a noite perfeita.
Pensei: espera aí, esse negócio é fantasia, e se é fantasia essa gente está falando de fetiches.
Foi quando virei para uma delas e perguntei: você teria mesmo coragem?
Depois de um silêncio coletivo, todos os olhares apontaram para a direção da mulher em pleno exercício público de excitação, quando arrancava espanto e desejo de todos. Ela pensou, me olhou (a gente se conhecia muito pouco) e disse: “tai, acho que eu faria sim, mas não sairia com qualquer um não, tinha que ser uma fantasia entre eu e meu parceiro.”
Com raras exceções, normalmente o fetiche é praticado entre parceiros que elaboram as fantasias, combinam detalhes e as põem em prática – comentei meio arrependido, porque talvez não fosse esse o foco das conversas.
Mas não adiantou muito, porque todo mundo começou a dar palpite e cada um tinha uma história pra contar.
Foi de arrepiar. Nem pareciam as mesmas pessoas comportadas que falavam de moda, de música, de bares e lugares. Aquele povo mandou ver, soltou a voz e acabei escutando tanta fantasia que jamais imaginei surgir de cabeças de pessoas sem nenhum acento fetichista.
Pois essa diferença é fundamental. Quando um desejo de realizar uma fantasia se torna imprescindível, factível de repetições intensas, automaticamente vira um fetiche.
Nem sempre a coisa fica tão séria. Algumas pessoas vez por outra têm desejos diferentes, escutam falar de algumas fantasias sexuais e ficam com vontade de praticar. Uns até chegam a criar coragem e partem para realizá-las, outras, porém, desistem no meio do caminho já que não existe a comichão fetichista atentando.
Não é raro saber de mulheres adeptas a jogos sexuais com problemas no casamento.
Alguns caras não gostam de inserir fantasias em suas relações conjugais e, nesse caso, até simples lingeries incomodam, perturbam, assim elas acabam desistindo.
Nas minhas andanças, topei com mulheres casadas loucas por praticar dupla penetração e outras fantasias. Mas como é um assunto delicado, que envolve a participação direta de terceiros, tudo não passou de espasmos que adormeceram num mundo imaginário. Algumas confessaram que durante o ato chegaram a imaginar tais fantasias e alcançaram orgasmos incríveis em silêncio, sem jamais revelar em que estavam pensando.

Me fez lembrar um amigo submisso e podólatra louco para confessar seus desejos à esposa. Como dizer a ela depois de anos casados que adoraria estar sendo pisoteado numa intensa cena de trampling?
Sempre existe uma chance...
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