terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Dúvidas Fetichistas


Existem fetiches que despertam dúvidas. Há casos de tamanha duplicidade de uso e gosto que chega a causar espanto. Então peço aos amigos e amigas que me ajudem a resolver certas questões ditando as suas preferências.
Havaianas, as sandálias. Atende aos apelos dos podólatras e ao mesmo tempo atrai masoquistas que deliram ao levar chineladas com as legítimas. Tenho um amigo que admite a dor como seu único remédio. Agüenta até chinelada na cara. Passa horas a fio lambendo as sandálias usadas da parceira até sair à mancha. Outros, amantes dos pés por excelência e vocação, se derretem ao ver pés bem cuidados dentro de uma dessas maravilhas de borracha que tanto encanto produz.
Aliás, vale uma observação: podolatria é um fetiche tão extenso que fica difícil compor um painel que possa abranger as preferências de seus praticantes, tamanha a capacidade dos caras em produzir gostos raros e exóticos.
Bondage, indoor ou outdoor. Estes dois tipos de cenário numa trama bondagista dormem e acordam na cabeça dessa galera bronzeada que baba ao ver uma mulher amarrada. Os que gostam de cenas ao ar livre entre árvores, jardins ou até trilhos de trem preferem imagens outdoor. Gostam de assistir a vídeos de seqüestros imaginários e consentidos com garotas em apuros na mala do carro ou algo do gênero.
Trazem dentro da lembrança imagens de seriados policiais e de aventura que acabam traduzidos em suas práticas. Uma praia deserta desperta mil e uma idéias fáceis de decifrar.
Por outro lado, a turma que incorpora mobília, trajes fetichistas de couro e lindos lençóis de seda, não abre mão das imagens produzidas do lado de dentro. Ainda que as meninas usem biquínis estes bondagistas preferem ver suas musas envolvidas em tramas com um cenário interno. Deliram por mulheres amarradas envoltas em toalha de banho, lingerie ou prontas pra uma grande festa. Mas como diz um grande amigo, nada melhor que vê-la amarrada nua e de salto alto...
Ou ainda, como o vosso amigo escriba aqui, aqueles que ficam em cima do muro. Ora admiram cenas externas e outras vezes realizam-se com o bondage feito dentro de casa. Dúvida cruel...
Até o sadomasoquismo é passível de apresentar diferenças.
Parece simples e fácil, ou seja, aos olhos de quem assiste a conta fecha: um sádico e uma masoquista, ou vive e versa, seriam como a fome e a vontade de comer. Tudo se encaixa.
Mas existem as dúvidas. Sim e elas estão justamente nas preferências.
Conheço sádicos e sádicas que não suportam a submissão excessiva. Explico. Calma.
Os caras ou as moças descem a lenha e o masoquista fica inerte, nada sente e nada fala. Tenho uma amiga que diz: submisso que não sente a força da minha mão não serve. Decreta!
Só que isso não ocorre por vontade própria. É uma questão de ponto de saturação da dor. Alguns masoquistas têm orgulho disso. Como para todo chinelo velho existe um pé cansado, alguns sádicos ou sádicas preferem este tipo de masoquista. Exploram esta resistência e sentem prazer ao conseguir alcançar o limite de seus parceiros. Realizam-se ao chegar a este ponto.
Que fique claro, porém, que todos estes fenômenos ocorrem num universo fetichista, onde tudo deve seguir o principio consensual.

Quando um não quer dois não brigam e ponto.
Nenhum fetichista sai por aí com uma chibata na mão, ou uma corda, pronto pra saciar suas taras com quem assim não o deseja, ou não admite. Determinadas situações acontecem depois de muito diálogo e prévio consentimento.
É bom que fique claro, afinal, já basta o rótulo!
E se faltou alguma coisa, conto com a ajuda dos leitores e leitoras para buscarem mais dúvidas e ajudarem na construção deste espaço, no qual todo dia tenho orgulho de dar uma pequena contribuição.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sr ACM,
disseste bem, qdo um nao quer, dois nao brigam. mas tudo é possivel, numa relação D/s. eu, por exemplo, nao curto as cordas, vejo nelas e meus olhos se extasiam diante da arte expressa pelos laços e nós, a prisão que minha fobia nao me permite aceitá-las, mas em nenhum momento duvido que possa superar isso tudo. certamente o DOM fará a diferença, ele me dará a segurança que continuarei "vivinha da silva" e que nada acontecerá a mim. entra então a confiança e essa sub aqui, não correrá delas e o DOM nao "correrá" ( com todo respeito )de amarrá-la, lindamente, de preferencia com muito TEZÂO e recompensa a quem sublimemente se entregou. quer me amarrar? rsrs.

Anônimo disse...

Sr ACM,
disseste bem, qdo um nao quer, dois nao brigam. mas tudo é possivel, numa relação D/s. eu, por exemplo, nao curto as cordas, vejo nelas e meus olhos se extasiam diante da arte expressa pelos laços e nós, a prisão que minha fobia nao me permite aceitá-las, mas em nenhum momento duvido que possa superar isso tudo. certamente o DOM fará a diferença, ele me dará a segurança que continuarei "vivinha da silva" e que nada acontecerá a mim. entra então a confiança e essa sub aqui, não correrá delas e o DOM nao "correrá" ( com todo respeito )de amarrá-la, lindamente, de preferencia com muito TEZÂO e recompensa a quem sublimemente se entregou. quer me amarrar? rsrs
lenka

Anônimo disse...

Oi ACM
Eu sou mais fã do indoor, mas mais ainda, como já comentei antes, Bondage é uma forma de sexo mais "psicológico" que tem, porque na maioria dos casos, as posições em si impedem o sexo... então, o que excita ? Já me perguntei isso e a resposta que me vem é: "observar a sensação de impotência alheia".
Concordo com seu amigo que ver a gata se debater e lutar contra é o máximo. Nunca consegui que uma "modelo" fizesse isso para mim...
No meu caso, uma situação que considero peculiarmente interessante é a surpresa inesperada:
- A Babá que deixa as crianças amarrá-la pensando que vao fazer de mentira e elas fazem de verdade
- A mulher que é confundida por uma fantasia de sequestro e acaba levada sem saber
- A amiga que brinca de amarrar a outra e depois nao desamarra e vai roubar o namorado dela....

Taí alguns roteiros para vc :-)

Seu amigo Jonas Bond