segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A (Boa) Polêmica do Jonas


Eu respondi o comentário do meu parceiro Jonas, ou Jonas Bond, um apaixonado por bondage assim como muitos que freqüentam este espaço.
Porém, observei, e cheguei à conclusão que o assunto vale um artigo. Porque ao chamar de “antibucetário” um fetichista com claras tendências a não se importar com o órgão sexual feminino, o papo cruzou a linha e veio parar onde não devia.
Mea culpa. Deveria ter explicado melhor. Poderia ter deixado mais evidente o tema, porque naquele caso existia uma aversão confessa no tocante à vagina, mas que de nenhuma maneira afeta outras possibilidades de obtenção de prazer sem a penetração. O Jonas está certo quando enfoca as cenas em que o bondagista imobiliza a parceira com as pernas fechadas. Claro que dificulta a penetração, é óbvio. Nem sempre o bondage funciona na posição de sexo tradicional, ou seja, mãos e pés atados aos quatro cantos da cama. Então fica complicado até a visualização da “perseguida”.
E como resolver o problema?
Claro que cada um tem a sua receita, aliás, quem sou eu pra me meter na vida alheia?
Muitos acabam encontrando a saída ao seu modo. E vale o esforço, mesmo que o Zé Mané fique desconfortável por alguns momentos. Espreme daqui e dali, recorre ao auxílio de um lubrificante, qualquer medida é válida, desde que o prazer seja mutuo.
Tenho um amigo que antes de amarrar as pernas da parceira introduz brinquedinhos sexuais, consolos pequeninos que caibam em lugares de difícil acesso. Garante que é tira e queda, que nunca ficou a desejar. Depois é só resolver de que forma você vai terminar com a festa, ou seja, como e quando ocorrerá a sua satisfação.
Pode corrigir se eu estiver enganado, mas entre sessenta e setenta por cento dos bondagistas terminam as cenas com boas masturbações ao lado da parceira imobilizada. Porque a imagem do trabalho de restrição realizado é o nirvana, e como bem disse o Jonas, se a cena for desfeita para que no final haja a cópula, grande parte do tesão arrecadado ao longo da fantasia corre o sério risco de escapar.
Outra dica infalível: procure imobilizar aos poucos e deixe as pernas por último. Dessa maneira fica mais fácil levar prazer à parceira enquanto você busca o seu. Porque se sua tara for por uma bela posição hogtie, e com isso, sua parceira deve estar deitada de bruços com os pulsos ligados aos tornozelos, nem que a vaca tussa será possível pensar em penetração. Nem se o bondagista for um contorcionista brother...
Resumo da ópera: dicas são importantes, assim como o prazer é imprescindível. Tudo é válido. Poderia escrever várias fórmulas de coisas imaginadas e de algumas realizadas ao largo de uma convivência longa com o fetiche, mas cada qual deve analisar o fetiche sobre o seu próprio ponto de vista. E mesmo que a penetração não seja seu objetivo pra buscar o prazer pleno, não significa que exista aversão ao órgão sexual da mulher, desde que haja interação, plena participação de ambos para que a relação possa ser duradoura e agradável aos dois lados.
Fica o convite para que os bondagistas participem e escrevam a esse respeito.

É importante que exista essa troca de informação e que sirva de parâmetro a quem pensa que este tipo de problema só existe dentro das suas fantasias.
Se convencer uma mulher a participar das nossas aventuras já é uma dificuldade danada, imaginem tentar convencê-la a aceitar um mero papel de coadjuvante sem direito a ter um dia de estrelato?

Vale pensar a respeito.
Jonas, brother, valeu demais seu comentário.

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