quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Lógica


Existe lógica nas manifestações fetichistas?
Claro que sim, mas é preciso ir além. Ver onde, como e quando elas apareceram na vida daqueles agraciados com tais sensações.
Quando eu era adolescente alguns demônios habitavam meu pensamento. Bastava estar num lugar coletivo como na sala de casa, e ao topar com alguma imagem que envolvia o fetiche de bondage na televisão, qualquer comentário de alguém me deixava inibido. A vergonha era interna e imperceptível aos demais que nunca perceberam qualquer reação nas minhas atitudes. Tudo era silêncio e nada mais.
Na tela a mocinha em perigo amarrada e amordaçada por algum vilão. Ao redor, todos torcendo pela salvação, pelo aparecimento do herói e eu prestes a sucumbir numa iminente crise aguda de paudurecência permanecia mudo, ou pior, envergonhado quando alguém falava no assunto. “A garota foi raptada”. Pronto!
Parece incrível, mas é a pura verdade. Só de pensar que todos estavam atentos à cena era broxante. Imaginava sempre que olhavam pra mim, que sabiam dos meus segredos e a qualquer momento eu estaria na berlinda. Isso me fazia crer que jamais contaria o que sentia pra ninguém nesse mundo. Tudo que eu queria era estar sozinho.
Mas e a lógica? Ela estava comigo, porque mesmo diante de tanta recusa em aceitar o que sentia tinha total convicção de que aquilo iria me acompanhar pelo resto da vida. Embora existissem as dúvidas relativas ao meu próprio comportamento, a lógica me fazia entender que o fetiche caminharia ao meu lado.
Naquele tempo não era preciso dividir. Ter em mente era tudo que havia.
Mas não é fácil se sentir a síntese da contrariedade. Ir a um cinema poeira – nunca tive a certeza porque eram chamados assim – ver todos os meus amigos adolescentes como eu, descabelando o palhaço a cada cena do Carlo Mossy ou David Cardoso e não gostar tanto. Os caras comiam todas e todos queriam ser eles. Peitos e bundas em abundancia e nada de fetiche. Aliás, essa era uma pergunta que eu matutava: porque no exterior se mostrava o fetiche e aqui só trepadas?
Hoje eu talvez saiba a resposta para todas aquelas indagações juvenis porque entendo a lógica.
Quando você consegue perceber a lógica em seguida vem à essência e juntas acabam com seu maior inimigo: a inibição. É possível dar os primeiros passos ainda que solitários, sem ninguém ao seu lado pra te dizer: eu também gosto disso!
E não me venham dizer que hoje é mais fácil. Podem existir mais possibilidades, ter conhecimento que outros como você caminham no mesmo sentido, mas nossos segredos ainda são guardados a sete chaves e ao primeiro sinal de que alguém entrou no local onde você está a primeira providência é deletar a página na qual estava navegando.
Isto também tem lógica.

Hello Crazy People!

Amanhã é dia de festa.
Os criadores da Rio Fetish Night resolveram re-editar a festa que foi um grande sucesso em Setembro e prometem emoções fortes nesta segunda edição.
A festa rola no Satisfaction Rock Bar, na Rua do Riachuelo 18, na Lapa, aqui no Rio de Janeiro.
Uma chance para encontrar seu par perfeito e se esbaldar praticando seu fetiche favorito.
Por que não? Tem lógica.
E pra quem quer guardar uma graninha para o fim do mês vale colocar o nome na lista amiga do Orkut que ainda dá tempo, afinal o desconto é bem atraente.
Olha o link: http://tinyurl.com/269u8zk

E boa festa!

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