terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sexo e Restrição


Assim ela comentou sobre o fetiche de bondage numa roda de amigos: “que negócio esquisito esse de tirar os movimentos da pessoa durante o sexo. Só de imaginar que não posso tocar, abraçar e me envolver me dá nervoso”.
Mas se ela não achou “graça” é porque sequer tentou experimentar. O ato de restringir os movimentos da parceira ou do parceiro durante o sexo é chamado de “sexual bondage”, ou ainda, segundo alguns desses novos analistas norte-americanos de vincilagnia.
Que bicho é esse?
Simples, como na propaganda do celular: bondage é a utilização de dispositivos de retenção para o prazer sexual das partes envolvidas. Pode ser usado em seu próprio benefício ou da parceira e, também, na atividade mais conhecida como BDSM. Porém, segundo estes estudiosos, quando uma pessoa é sexualmente excitada numa cena de bondage, é considerado uma parafilia, mais conhecida como vincilagnia (do vincio em Latim, que significa ligadura ou grilhão com cadeias, e lagneia, luxúria).
Há controvérsias, claro. Para ser considerado como parafilia o fetiche deve ter uma conotação sine qua non, ou seja, é com ele ou nada. Por conta disso, praticantes de bondage não podem ser considerados portadores de qualquer enfermidade se souberem conviver com o fetiche, em doses comedidas como manda o figurino.
Fetiche vicia, todos têm esse entendimento, mas há que saber controlar esse vício para que não se torne uma obsessão. Portanto, uma brincadeira sexual de bondage onde consensualmente existe o controle das emoções durante o ato não passa de uma fantasia sexual.
Voltando a moça que foi taxativamente contra ter seus movimentos restringidos durante o ato sexual fica valendo uma dica infalível; se houver vontade de experimentar a brincadeira e não se achar capaz de suportar ter as mãos ou pés atados durante o ato, assumir o lado contrário é sempre a melhor solução. Então, assuma o controle e comece restringindo os movimentos do parceiro. Se ele gosta da fruta não vai colocar empecilhos.
Dessa forma a banda toca sem desafinar.
Inserir brincadeiras no sexo não é uma tarefa fácil, nem as consideradas simples. A partir do momento em que haja confiança e cumplicidade é mais fácil conseguir um resultado satisfatório, salvo em casos em que exista rejeição absoluta, principalmente causada por fobia. Aí brother, é como estar num mato sem cachorro e achar a saída é pouco provável. Leva tempo, tratamento e muita dedicação.
Como todo fetichista está devidamente acostumado a desafios, nunca é demais lembrar que a perseverança é a chave do sucesso. Na onda do vai e vem é possível ir beliscando daqui e dali até encontrar o rumo. Faz parte.
Por outro lado, sei de relatos de praticantes que se encontraram nas fantasias. Exorcizaram fantasmas e com o auxílio desses jogos de sexo e sedução conseguiram romper com tabus e preconceitos e hoje vivem a plenitude. É como o velho ditado, tudo pode realmente acontecer.
Quer uma dica? Lenços de seda pra começar. São infalíveis.

Sexo com movimentos restritos multiplica orgasmos e traz novidades, o que é um fator preponderante contra a monotonia. O problema reside em começar, aderir ou consentir. Depois é dar asas à imaginação e criar esses jogos em conjunto, tipo bolero, dois pra lá e dois pra cá. Existe um glossário de atividades fetichistas e sexuais capaz de levar os praticantes ao delírio. Cócegas, podolatria, lingerie, enfim, tudo que se combinar e for do agrado de ambos.
Um dia pra mim, outro pra ela. E assim por diante...



Quando isso acontece à alquimia fica perfeita e nada nesse mundo consegue apagar, mesmo que esses relacionamentos por qualquer razão encontrem um final.

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