
Autocrítica.
Faz bem pro corpo e pra mente.
Às vezes me pego pensando, talvez porque tenha escutado daqui e dali alguma opinião, ou quem sabe uma crítica, o certo é dizer que nunca é demais dar ouvidos a quem entende ou gosta, ou ainda, pratica.
O assunto aqui é bondage.
Parece até praga de urubu, mas depois dessa medalhinha que o Awards me concedeu tem gente reparando até na curva que a corda faz quando amarra dois pulsos. Pois é brother, ninguém incomoda até você passar de pedra a vidraça!
Mas vamos lá. Andam dizendo que tenho produzido poucas cenas de hogtie, aquela posição já debatida aqui em que a mulher de bruços tem as mãos amarradas aos pés, a famosa pose do porquinho indefeso. Pode até soar estranho, mas é isso mesmo.
Apesar de ter a certeza absoluta que o site Bound Brazil tem em seus arquivos cerca de sessenta por cento de cenas nesta posição, é melhor admitir que existam tendências. De tempos em tempos é preciso rever conceitos e até mudar o cardápio, ou não?
Pode ser, mas levando-se em consideração que abandonar as cenas em hogtie, seria mais ou menos como desafiar a lei da gravidade do fetiche universal, o assunto merece pelo menos ser revisto.
Tudo acontece quando olho para a modelo e a cena me vem à cabeça. Naquele instante imagino a imobilização por completo, traço o desenho e vou em frente. Daí surge o acasalamento natural entre a minha idéia e a inescapável imobilização, sim, porque não há bondagista que ature corda frouxa. O fetiche é singelo, mas não admite falhas, linhas fora de padrão. Padrão que você mesmo construiu ao longo de sua própria prática.
Então penso em cada olhar buscando uma variação que apesar de diferente, deve conter a essência resumida num misto de sensualidade e aprisionamento.
Ninguém quer assistir um vídeo com manequins de vitrines amarradas e amordaçadas. É preciso dar vida e movimento a cena para que ela não vire noticia de um comentário negativo.
Porém, a imaginação dos movimentos algumas vezes não passa por uma imagem onde os pés e mãos estejam obrigatoriamente unidos e inseparáveis. É necessário dar margem para que a mulher possa exercer o vai e vem que tanto fascina de outra maneira.
Junte-se a tudo isso a minha própria necessidade de realizar uma cena em hogtie que abasteça meu ego, meu tesão e, principalmente, minhas convicções.
É natural que haja essa reviravolta toda, afinal pra quem imagina que a vida de um bondagista é fácil melhor colocar as barbas de molho...
Tudo isso é fato, entretanto há que se levar em conta os pedidos:
“Quero cenas em hogtie”. Um segundo assinante manda essa: “poderia mostrar cordas em espiral nos seios?”... E por aí vai.
Bom, se ela estiver deitada de bruços fica meio complicado mostrar cordas em espiral ao redor dos seios, certo? Errado, os caras querem tudo, e alguma coisa a mais.

Amanhã vou postar uma prévia do que o Bound Brazil vai mostrar nos próximo quinze dias. Tem hogtie? Tem sim senhor. Tem suspensão, espiral em volta dos seios, cardápio completo.
Será que vai agradar a todos?
Quem sabe, até lá pode ser que apareçam novos pedidos e minha vidraça comece a estalar outra vez. Ossos do oficio. Ou seria ócios do oficio? Tanto faz. Chega de polemica...
Ah! Esqueci: tem pés, muitos deles. Não precisa reclamar...
A essência da arte é quando o artista respeita os padrões, os clássicos, tentando sempre buscar o melhor, mas ao mesmo tempo, ele ousa, pois faz da ousadia o diferente, e esse diferente é o que separa do comum. E talvez seja esse um dos ingredientes do sucesso do site Bound Brazil
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