quarta-feira, 28 de julho de 2010

A Escravidão e suas Conseqüências


Por várias razões você admite a escravidão.
Ora por conta do trabalho ou por compromissos que sejam considerados imprescindíveis, não é difícil se achar escravo de alguma coisa na vida. Mas se esse assunto invade o campo das fantasias sexuais, do fetiche, a escravidão passa a ser por alguém ou até por algo em especial.
E já que é pra passar o rodo, nada melhor que cortar na própria pele.
Apesar de admitir que muitos são escravos de seu próprio fetiche, eu não me considero neste grupo. Embora apresente práticas fetichistas em um site comercial, costumo organizar as atividades de tal forma que elas não representem um ciclo vicioso, uma obrigação que se torne um pé no saco.
Gosto, muito, pratico sempre que posso, mas fico por aí.
Uma amiga me contou que deixou de ser apenas submissa para se tornar escrava de alguém. Pode isso? Não é a mesma coisa?
Não, o fato de ser submissa dentro de uma relação sexual fetichista não significa que necessariamente a entrega durante as práticas se transforme em escravidão. Se estiver errado o espaço é livre pra sentarem o sarrafo!
Bom, assim é meu ponto de vista.
E pra fazer valer a fantasia de ser escrava ou escravo sexual de alguém quando o assunto é fetiche, o conhecimento de causa é o aspecto mais importante. Os dois precisam estar afinados, conscientes e, acima de tudo, felizes com essa condição.
É preciso saber dar ordens, assim como obedecer.
Uma relação a esse nível requer uma escolha sábia de ambas as partes, sem importar o papel que está em jogo representar. Estude o parceiro ou a parceira pra mais tarde não se arrepender. Já escutei frases assim: fiz merda, me tornei escrava de um cara tão galinha que sua principal virtude era arranjar mulher na minha fuça, sem que eu tivesse o direito de reclamar.
Êpa! Assim eu também quero brother! Imagine, o negócio é ser um Sultão, ter um harém, coisas desse tipo. Certo?
E a outra metade, como é que fica?
Já li uma penca desses contratos pseudo litúrgicos BDSM de escravidão total e eterna, mas nunca observei esse tipo de, digamos, “artigo”.
E como tudo que sobe também desce é bom estar preparado para a reviravolta, porque deve ser levado em conta que uma fantasia sexual é um jogo, fetichista é verdade, mas é uma brincadeira de adultos conscientes do que estão praticando. O tempo da escravidão sem consentimento acabou faz tempo e todo mundo sabe disso.
Evitar as conseqüências desagradáveis provenientes de uma má escolha é a questão.
Toda relação a dois é assim, não importa se é fetichista ou não.
O cara diz assim: olha sou casado, mas minha mulher nem sabe das minhas peripécias e andanças pelo universo BDSM. Se souber estou fodido! Mas quero ser seu escravo, realizar todas as vontades e desejos da minha rainha.
É pegar ou largar. A escolha é sua...
E vice-versa.

Agora me respondam com total sinceridade: é possível viver a tal relação 24/7 (vinte e quatro horas durante sete dias da semana) dessa forma? Impossível, um dos dois terá que voltar pra casa, esconder as possíveis marcas e esperar pela próxima “bobeada”.
Não sou moralista, muito menos hipócrita pra não admitir que já pulei tanto muro na vida que os tombos doeram. Mas quando o assunto foi sério, fetichista ou não, botei minhas barbas de molho.
Talvez por isso eu nunca tenha tido uma escrava.

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